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Pesadelo

No relógio marcava uma hora da manhã, estávamos saindo do morro pra roubar a carga, fomos em três carro só, 15 homens no total.

Abordamos o caminhão e mandamos os caras descer, amarramos eles e botamos eles no porta malas, quando Quindim abriu o carroceria e saiu vários policiais de dentro, começou o pipoco firme.

O mlk q ficou encarregado de levar o caminhão entrou dentro dele e saiu varado com o caminhão e trocação de trio continuou.

Quando eu estava acobertando o Pq, senti minha perna queimar, porra q dor dos infernos, fui mancando até carro e levei mais um tiro no braço.

Pb me ajudou e nós saímos varados, eles ficaram lá e de longe consegui ver os vermelhos dos carros das polícias q estavam chegando.

Tirei meu colete e minha blusa, meu braço tava sangrando pra caralho e minha perna tbm, amarrei a blusa no braço e fiquei apertando o tiro da perna.

Chegamos no morro e me deixaram no postinho, tiraram a bala da perna e a do braço atravessou, fiquei pra observação, achei pegando no sono.

[...]

Acordei com os barulhos dos tiros e peguei meu celular, nove e meia, meu radinho começou a tocar e eu peguei ele.

Pesadelo: Tô na escuta.

Quindim: Sai do postinho- falou- tão indo atrás de tú.

Peguei minhas coisas e fui saindo da sala, sai pela parte de trás e pulei o muro no maior custo, fui andando mancando pelos becos, estava dando muito tiro, corri e entrei no primeiro lugar q eu vi.

Helena: Aí meu deus- fechou a loja.

Lara: Oq foi mulher?- saiu do corredor e tomou um susto comigo- oq aconteceu?- veio até mim.

Pesadelo: Nada demais- puxei a cadeira e sentei, meu ponto da perna tava sangrando pra caralho.

Mal fechei o machucado e ele já abriu, comecei a sentir uma dor do caralho, Lara me deu um remédio e aliviou um pouco.

Se passaram três horas e ainda estava dando tiro, meus machucados estavam latejando e doendo muito.

Lara: Vc tem q ir pro postinho.

Pesadelo: Vc acha q se eu pudesse ir, eu já não tinha ido?- revirei os olhos.

Lara: Seu ignorante.

Nós começamos a discutir feio, ela ficou puta e eu já estava de cabeça quente a coitada da Helena só ficava olhando.

Helena: Para vcs dois- falou- eu posso dar um jeito nisso.

Lara: Não precisa ajudar não, deixa esse ignorante assim.

Pesadelo: Fica nessa mesmo, te pego depois tá- apontei o dedo na cara dela e ela bateu na minha mão.

Helena: Senta aí q eu vou pegar as coisas- me botou de volta na cadeira.

Chamei a Lara e ela me olhou e saiu, vagabunda, a Helena voltou com a mochila e tirou o curativo q eu estava, tirou o ponto e limpou.

Pesadelo: Tú faz enfermagem?- perguntei e ela assentiu.

Helena: Fiz o curso e agora tô fazendo faculdade de medicina- falou- agora vc vai sentir um pouco de dor, pq vou fechar.

Lara voltou mexendo no celular e parou do meu lado pra ver, quando a mina começou a fazer o ponto, eu segurei o braço da Lara e apertei.

Ela tentou tirar minha mão, mas não deu, só soltei quando a mina acabou, ela fez um curativo e me deu um remédio.

Os tiros tinha parado, mas eu vou esperar alguém me acionar no radinho, já era umas uma e meia, meu celular tocou e no visor apareceu o nome da Luiza.

📞
P: Luiza?
X: Fala tú arrombado.
P: Quem é?
X: É o papai poxa.
P: Oq tú tá fazendo com o celular da Luiza?
C: Vim dar um passei com minha filhinha- falou e eu escutei um grito da Luiza no fundo- cala a porra da boca.
P: Oq tú quer?
C: É só pra deixar avisado q eu tô de volta e agora eu vou fazer um inferno na tua vida e de quem me botou na cadeia.
P: Filha da puta, eu vou te achar.
C: Só tenta.
📞

Ele desligou na minha cara e eu botei o celular em cima da mesa, porra esse cara de volta não.

Meu pai sumiu naquele dia q ele estrupou a Lara, eu esqueci de contar uma parte da história, quando minha mãe engravidou da Luiza, ele começou a agredir minha mãe, quando minha mãe estava perto de ter a Luiza ele espancou ela pq ela simplesmente não quis fazer sexo com ele, eu acordei com minha mãe entrando em trabalho de parto.

Ela foi pro hospital e voltou bem, meu pai melhorou e voltamos a ser uma família "normal", ele era maior amigão do Portela, mas quando eu fiz 17 anos, minha mãe morreu de câncer e foi aí q ele ficou mal de novo.

Foi o pior ano da minha vida, tentava ajudar ele, mas não dava, então eu comecei a trabalhar com meu padrinho e ele só se drogando e chegou no momento de ele mexer com as meninas do morro, aí vcs já sabem o resto.

Mas agora ele tá de volta e não sei como pegou a Luiza, a mina era pra tá em casa, levantei mancando pra caralho e fui até a porta da loja.

Pesadelo: Abre aq- falei e a Lara veio me ajudar.

Lara: Quem era?

Pesadelo: O psicopata do meu pai- sai da loja e olhei a rua q não tinha uma alma viva.

Lara: Vc não se dá bem com ele?

Pesadelo: É um bagulho q eu não gosto de sair falando por ai- falei- tem como tú me levar em um lugar?- olhei pra ela e ela assentiu.

Lara: Fica de olho nas coisas q eu vou levar ele Helena.

Helena: Tá bom, cuidado vcs- me deu minhas coisas.

Ela foi pegar o carro e eu entrei no carona, guiei ela até a boca e desci do carro, Portela estava parado na porta andando de um lado pro outro.

Pesadelo: Qual foi?- desci do carro e ele me olhou.

Portela: Graças a deus- parou de andar- Fiel tá fudido no postinho e Quindim foi preso, perdemos um monte dos nossos.

Pesadelo: Caralho- passei a mão no rosto.

Portela: Garota tá fazendo oq aq?- foi até o carro da Lara.

Lara: Vim só trazer ele.

Portela: Então já pode indo, fala pra dona Vânia fechar a loja, os cara volta a qualquer momento- falou e a Lara assentiu.

Lara: Se cuida- falou ligando o carro- os dois.

Ela saiu e o Portela me olhou, dei de ombros e entrei pra boca, contei pro Portela do meu pai e ele ficou puto.

Portela: Q merda cara- sentou na mesa- vai ter q tomar cuidado com a Lara e Lorena.

Pesadelo: Pq a Lorena?

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