𝐀𝐭𝐫𝐚𝐯𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐮𝐬 𝐎𝐥𝐡𝐨𝐬.. | 𝐁𝐚𝐧𝐠𝐂𝐡𝐚𝐧

17| Família postiça

Depois de alguns dias com o novo cabelo, Byeol acostumou com os tons dourados de seu parceiro, apenas de olhar suas mechas fazia seu dia melhor.
No amanhecer de um dia chuvoso e cinzento, Chris acordou cedo e logo abriu seu Laptop para produzir algumas músicas novas. Mas ele foi surpreendido por Min arrumando o quarto, ele parecia estar fazendo automaticamente, seus olhos quase fechados de tão dormente, seus músculos cansados dobravam as cobertas e arrumavam os livros e objetos no cômodo.
—Amor, você acordou que horas? Você precisa descansar e não arrumar meu quarto! Ele dizia de forma aconchegante mas ainda de forma brava
—Eu preciso arrumar a bagunça que nós fizemos pela seman... Amor?!? Seus olhos agora pareciam estar abertos e arregalados, ele ficou em um leve choque pela que forma que foi chamada
—Ah.. é! Amor haha.. mas vai dormir, são 04 da manhã
—Agora que você me chamou assim, meu sono sumiu completamente!
—Nananinanão, deita na cama e dorme, o céu nem ta azul
—Mas e a bagunça?
—Não importa, eu arrumo depois..
—Mas eu que preciso fazer isso, se eu estou na sua casa então eu devo pelo menos o ajudar nessas coisas!
—Não deve, você deve é relaxar e descansar BanBi
—Mas!
—Sem mas, fecha os olhos e dorme.
Ele parecia estar impaciente e bravo.. tão rude mas ainda sim se importava com essas coisas, estranho para não dizer menos.
Poucos minutos depois de finamente deitar, Ban acabou fazendo um som parecido com choro, mas também parecia um soluço. O dia chuvoso era condizente com suas lágrimas caindo pelo seu rosto fino.
Hoje era um dia importante, especial e ainda sim horrível.. dia 10 de maio marcava o aniversário da pessoa mais amada por ele.. sua própria mãe!
Mas por quê horrivel? Simples, ele não via sua mãe fazia 2 anos..
Seu choro chamou a atenção de Chan e o fez ficar com um peso enorme na consciência
—Puta merda Bannie.. eu não quis ser rude! Me desuclpa..
—Não é... não é sobre isso... não é sua culpa..
—Como assim?..
—É que hoje.. eu só queria estar ao lado dela... faz falta..
—Ela? Quem é ela? Com todo respeito Byeol-Min..
—Minha mãe..
Os olhos escuros de Christopher ficaram vazios.. "será que ela faleceu? Que horror Chan não pensa nisso!"
—Não é nada de morte... ela ta viva Chris... mas continua longe de mim..
—Sinto muito Min..
—Tudo bem.. ela se libertou daquele... daquele lixo..
—Eu.. não acho que seja bom você chorar... um copo de água?
—Eu preciso falar, por favor!
—Certeza?.. se te fará bem..
—Eu imploro pra você escutar..
—Tudo bem Ban, eu estou aqui com você, eu prometo!
—Certo.. tudo começa quando eu nasci dia 6 de novembro de 2000.. eu venho de uma família coreana bem tradicional e antiga.. meu pai é um Homem.. desprezível.. um desgosto para mim, ele aspirava o sucesso nos Estados Unidos, me abandonou quando tinha apenas 3 anos.
Ja minha mãe, a mulher mais incrível que conheci, tão graciosa e linda, uma verdadeira Musa para o meu eu criança. Os dois me tiveram e me cuidavam de forma mista, certo dia eu passava no escritório do meu pai, outros eu estava no cólo de minha mãe..
Tudo estava indo "bem", mas quando completei 10 anos..
Os olhos de Byeol começaram a arder e chorar desesperadamente..
-Meu pai me forçou a falar inglês, ele me obrigava a aprender uma língua nova, pois ele queria que eu fosse mandado para um país inglês quando crescer.. porém não bastava ser forçado a falar inglês, eu era punido caso errasse ou não soubesse de alguma palavra.. ele me batia como se eu não fosse nada.. era e ainda é traumático..
De bônus, minha mãe era forçada também.. e eu era estritamente proibido de sequer falar uma palavra coreana em casa, eu não podia nem mesmo falar nas escolas.. era doído
Depois de anos e anos crescendo sem poder falar minha língua nativa.. eu realmente esqueci.. eu.. esqueci minha língua de origem..
Após 12 anos sendo forçado a fazer isso e aquilo, eu não sabia de nada coreano, apenas sabia que era fluente..
Mas quando eu completei 18 anos, descobri que eu seria deportado para aqui! Eu deveria começar minha nova vida em um país que falava inglês.. eu perderia minha mãe nesse processo.
No fim das contas eu acabei esperando completar 20 anos, pois meu pai ficou gravemente doente, e eu deveria cuidar.. dele..
Nesse meio tempo eu... fui abandonado pela minha mãe.. mas ela finalmente se libertou dessa prisão desgraçada que meu pai fez! No ultimo dia que eu à vi.. ela me levou para o jardim e finalmente disse algo.. ela tocou em minhas mãos e disse.. "안녕" e então fugiu de casa, se livrando dele..
Eu não à culpo por nada, ela passava por problemas sérios de depressão, ela estava mais do que certa..
Quando completei 20 anos, fui abandonado e agora cuidava dele... e no fim das contas eu ainda não havia sido deportado..
Ano passado... eu havia completado meus 22 anos.. e logo depois meu pai Finalmente.. morreu.
E então eu fui deportado.. esse ano eu cheguei aqui.. isso deve saciar varias dúvidas eu acho..
Como eu sou fluente em inglês mesmo sendo 100% coreano? Como eu vim parar aqui tão novo? Por quê eu estava chorando...
Fazia anos que eu não expressava o que eu sentia... eu estou grato por você ter escutado.. eu precisava.. tanto...
A face horrorizada de Bang olhava com apreensão para seu amado.. ele não sabia o que dizer, apenas o puxou para perto, ignorando suas músicas.. ele o abraçou com tanta força, suas mãos geladas seguravam seus ombros e ele apenas dizia em voz baixa "Eu te amo muito Byeol-Min... sinto muito por essas situações, eu sinto muito pelo seu pai e por essas coisas traumáticas.. eu te amo..."
A gentileza das palavras simples de Chris fez Min se acalmar e parar de tremer.. é horrivel acordar cedo e ja passar por isso, mas por incrível que pareça, Byeol gosta de conversar, isso o ajuda, o faz bem, era reconfortante..
O resto do dia foi calmo e ainda cinzento, os dois passaram todo o tempo juntos.
Os abraços apertados e os beijos sinceros foram gostosos de sentir.. Christopher realmente era a escolha perfeita.. mas ele precisava realmente procurar ajuda profissional para seu Parceiro.. urgente..