Minha vida social já era

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Sana batia suas unhas repetidamente sobre a capa do livro em suas mãos. Olhava para baixo, confusa e intrigada. Ao lado, Tzuyu olhava para o teto, já entediada com todo aquele silêncio. Poderia estar em qualquer outro lugar. Mas lá estava, no fim da biblioteca, esperando que a rosada saísse de seu transe.

— Olha, já chega, Sana. É só uma foto. Ela provavelmente se enganou, tá bem? Agora vamos voltar às nossas vidas, normalmente.

— Não, claro que não! Foi específico demais. Como ela sabia que estávamos lá dentro?

— Acaso?

— Eu não me conformo em acreditar que isso é apenas uma mera coincidência. — Sana cruzou os braços, fez um biquinho marrento e encarou a castanha. — Você não vai fazer nada?

— Quer que eu faça o quê? — desta vez, foi Tzuyu quem cruzou os braços.

— Eu sei lá, Chou! — a rosada choramingou, visivelmente desesperada. — Só não quero que as pessoas pensem coisas erradas sobre mim.

— Fique tranquila, você não é importante.

— Estava contando os segundos para dizer isso, não é? — questionou enraivecida. — Olha, Chou, a culpa disso tudo é sua. Então, você precisa falar com aquela garota. Explicar o que houve.

— Explicar que estávamos roubando informações do arquivo da faculdade porque você quer sair com três babacas que estudam aqui? Tá bem!

— Você é uma grande idiota.

Tzuyu revirou os olhos. Admitiu para si que, desta vez, Sana era quem estava sendo a folgada da situação.

— Por que eu preciso falar com ela?

— Porque eu paguei muito caro pelos seus serviços!

— E eles não incluem sair limpando a sua ficha por aí, sabia?

A pequena discussão foi interrompida quando o barulho característico do flash soou atrás da estante. Aquela luz inconfundível fez o sangue de Tzuyu ferver. Arrastou os livros, esticou o braço pelo espaço vago e agarrou a gola da camisa de quem estava do outro lado. Trouxe a pessoa para perto, finalmente avistando seu rosto, seu sorriso descarado e seus olhos atentos.

— Quem é você?! — Tzuyu rosnou, impaciente.

— Sou Park Jihyo, da turma de Jornalismo e repórter do blog de fofocas da faculdade.

— O que você quer aqui? E por que está nos seguindo desde ontem? — Sana aproximou-se da estante. — Desembucha!

— Estou cumprindo ordens — Jihyo admitiu.

— Ordens de quem? Do tal blog de fofocas? — Tzuyu arqueou uma sobrancelha.

— Não posso passar mais nenhuma informação.

— É melhor parar com essas fotos agora mesmo. E seja lá o que vocês estejam escrevendo sobre mim nesse blog de fofocas, é mentira! — Sana advertiu.

— Não é o que minhas fontes dizem. — a Park levou seus dedos ao pulso de Tzuyu. — Pode me soltar agora?

Tzuyu finalmente a soltou, vendo a garota se recompor no mesmo instante. Park Jihyo saiu dali em passos apressados. Afinal, precisava proteger sua última foto. Seu tesouro.

Sana e Tzuyu olharam uma para a outra, buscando respostas sobre tudo aquilo.

— Acho que nos envolvemos em uma fofoca das grandes. Mas qual?

— Ótimo! — Sana choramingou, escorregando pela estante afora. — Minha vida social já era.

— Se serve de consolo, você nunca chegou a ter uma vida social. 

Ela tá TÃO na sua! [SaTzu]Onde histórias criam vida. Descubra agora