Alaska. Um grande estado mas que em contraste tem uma povoação bastante pequena. E eu faço parte dela, no entanto, não há muito que fazer. Maior parte do tempo abaixo de temperatura, bem negativas, com paisagens e montanhas cobertas de neve. Um povo bastante isolado e quieto. Era difícil manter uma comunicação com o povo daqui. Eram todos muito reservados. Cada um no seu canto. Mas por vezes havia coisas que fazia despertar o interesse na conversa do povo. Principalmente rostos novos na cidade.
E estes dias tinha sido esse o caso.Uma mulher atraente havia aparecido nas redondezas, mas apenas era avistada ao fim de semana, por isso logo começaram a especular que poderia ser amante de algum homem de família. Algo que não seria muita surpresa, visto que nas minhas investigações do dia a dia, já havia apanhado alguns casos há noite.
Eu sonhava em um da poder ser jornalista de investigação, só que nesta localidade era difícil conseguir crescer nessa área porque eles não precisavam e então descartavam qualquer intervenção minha. Por isso, comecei agir de modo próprio. Não precisava de ajuda de ninguém também.Certo dia, enquanto estava no meu chalé de madeira, junto da minha lareira, aproveitei para pegar no meu caderno para acrescentar mais algumas informações que fui escutando ao longo destes dias. Eu fazia questão de registar conversas que ia escutando dos populares sobre diversos assuntos, e de momento o mais falado, era sem dúvida sobre a mulher misteriosa. Era um caso que me intrigava, pois nunca a tinha visto.
Desvio o meu olhar escuro pela janela, tentando relembrar-me de algum pormenor que me tivesse escapado, no entanto, nesse preciso momento o meu olhar capta um certo rebuliço fora das paredes da minha casa. Uma pequena multidão fazia um ajuntamento perto da casa da tal mulher misteriosa.
(O que se estava a passar? Será que haviam apanhado o homem em flagrante?)
Várias perguntas atordoavam a minha mente. No entanto, só teria respostas se visse com os meus próprios olhos.
Levanto o meu corpo de imediato enquanto guardo o meu caderno e esferográfica no interior da minha bolsa negra. Isto daria um bom livro de drama. Só precisava de apanhar os integrantes a tempo para lhes fazer um questionário.
Corro até ao meu bengaleiro, e pego na minha gabardine preta em pele, vestindo-a em seguida. Estava frio e precisava de manter-me quente, por isso optei por colocar um cachecol da mesma cor antes de sair. Se ficasse doente, não iria conseguir lutar pelos meus sonhos.
Desloco-me num passo apressado, pela estrada até ao devido local. Mas algo estava a deixar-me intrigada. Várias pessoas afastavam-se com uma expressão de horror, estando aterrorizadas e assustadas com algo.(Seria um adultério assim tão grave?)
Abano levemente com a minha cabeça, para afastar as ideias da minha cabeça e aproximo-me aos poucos.
— "Meu Deus! Como tal foi acontecer? Não é possível" — escuto uma voz de uma senhora já com alguma idade a lamentar, enquanto se dirige na minha direção.
Respiro fundo e avanço na direção da mesma, interceptando-a.
— Desculpe, passa-se algo? — Questiono, curiosa, sentindo o olhar da senhora sobre mim. Esta agarra as minhas mãos cobertas por luvas.
— "Nunca vi tal acontecer! Em toda a minha vida! Já não estamos seguros, nem aqui .." — sussurra, acabando por se afastar.
— Mas .. — Suspiro, e aproximo me tentando infiltrar me na multidão aos poucos, até alcançar a entrada da casa.
Era inexplicável a expressão que se havia apoderado do meu rosto.
Uma mulher, pendurada por uma corda junto da porta, e com sangue a cobrir todo o seu corpo.(Quem poderia provocar tal assassinato bárbaro?!)
Engulo em seco, sentindo o meu estômago revirar enquanto dou passos para trás, para afastar-me daquele local. Algo não batia certo. Ninguém conhecia esta mulher, e nunca tinha visto ninguém rondar aquela moradia. Como isto tinha acontecido? Seria alguém que estivesse intimidado por ter uma estrangeira na nossos cidade? Bem, seria a primeira vez que teria um caso a sério para investigar. Estava ansiosa por começar.
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Imperfect Crime
General FictionCom a minha cabeça a latejar, abro os meus olhos aos poucos. Olho ao meu redor, tentando perceber onde encontrava-me. Um espaço escuro e pequeno. O meu corpo tremia de frio pois era possível verificar a corrente fria do ar gélido do exterior entrar...