Amor e Recomeços

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Maria on📲

📍Rocinha, Rio de Janeiro 🇧🇷
🗓️27/02/2023 — Segunda-feira

Eu sabia que ele estava angustiado com alguma coisa, durante todo o jantar e nossa caminhada pela praia, ele ficou mexendo na barba, coisa que ele faz muito quando está angustiado ou nervoso com alguma coisa

— O que aconteceu, amor? — Perguntei, segurando sua mão que passava pela barba

— Nada amor, porque? — Perguntou, se virando pra mim

— Ei, você sabe que eu te conheço o suficiente pra saber que você está angustiado com alguma coisa, né? — Ele suspirou

— Não sei bem, tô com isso dês de cedo. Só um pressentimento ruim — Falou, segurando minhas mãos

— Você acha que é com a gente? — Perguntei, olhando ao redor e depois voltei meu olhar para ele — Ou com a Raquel?

— Realmente não sei, você quer ir pegar ela lá para voltarmos para casa? — Concordei — Vamos, hoje eu vou no banco do carona! Eu amo te ver dirigindo

Ri negando, ele consegue brincar até quando está angustiado. Não mereço esse homem

— Ah! Amor, queria te dá isso essa noite. Eu comprei antes de virmos pra casa e só lembrei agora — Me deu uma caixinha, assim que entramos no carro

Peguei a mesma, olhei pra ele e em seguida pra caixinha, abri e vi uma corrente, com três partes

A nossa data de aniversário juntas, a nossa data de casamento e a data do nascimento da Raquel, era lindo

Sorri, e olhei pra ele que me olhava sorrindo

— É lindo amor, obrigado — Beijei ele que me abraçou em seguida — Eu te amo

— Também te amo — Sorrimos, ele colocou a corrente no meu pescoço e deu um beijo nela

Mandei uma mensagem pro meu pai avisando que estávamos indo buscar a Raquel. Ele avisou aos meninos, para liberarem a barreira pra mim e eu dirigir até lá

•••

Assim que chegamos no morro, eu fui direto pra casa do meu pai e deixei o carro estacionado na frente e logo entramos

De cara, eu vi o Braz sentando com minha filha no colo e a Dona Sônia ao lado, junto com meu pai

— Oi gente — Entramos, fechei a porta da casa e todos olharam para nós — Viemos buscar nosso pacotinho

— Ela estava dormindo, mais acordou e ficou brincando com o Renan — Sorri e Yan pegou ela no colo, depois de comprimentar ele

— Oi tia, Olá Braz — Falei com os dois que sorriram — Bom, só viemos buscar ela mesmo. Estamos cansados!

— Deixa só eu ver se a rua tá tranquila pra vocês voltarem — Concordei e o Braz pegou o radinho, indo falar com alguém

Poucos minutos depois, ouvimos os fogos no alto e tiros sendo disparados. Senti uma dor no meu peito e pensei logo nos meninos

— Preciso que vocês vão para o quartinho e não saiam de lá, até que eu ou um dos meninos venham aqui. Tá certo? — Concordamos, olhei pra Raquel que tinha seus pequenos olhos olhando tudo com atenção, não sei que milagre ela estava quietinha. Seus bracinhos rodeavam o pescoço do pai e sua cabeça deitada em seu peito

Sorri, mais logo desmanchei quando ouvimos mais disparos, fomos para o quartinho, Braz deixou um radinho e uma arma com a tia e saiu trancando a porta

Começamos a rezar baixinho, deitei a cabeça no ombro do Yan, que brincava com a Raquel, tentando distrai-la

•••

— Eu acho que já acabou — Sônia falou — Vou tentar falar com Renan — Se levantou com o radinho na mão

— Está tudo bem? — Perguntei, olhando pro Yan

— Não sei, aquela angústia voltou — Segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos e ficamos nos encarando

— Não estou conseguindo falar com ele, mais pelo que ouvi ele se feriu. Vou sair pra procurar meu filho — Falou e eu neguei, junto com meu pai

— De jeito nenhum, ele pediu pra ficarmos aqui, até ele voltar. Sônia, é muito perigoso, não sabemos se ainda tem gente na rua — Falei

— Não importa, eu preciso saber do meu filho, Maria. E você — Apontou pro meu pai, que ia atrás dela — Nem pense, em vir atrás de mim ou me impedir. Se fosse sua filha, tenho certeza que não deixaria ela lá

Meu pai suspirou e se sentou, derrotado, eu não sabia o que fazer, não queria deixar ela ir sozinha, mais também não queria ficar sem fazer nada

— Amor, e se acontecer algo com ela? E se essa angústia for por causa dela? Ou do Guilherme? — Ele falou, me deixando mais tensa

— Eu vou lá com ela — Falei

— Não vai, de jeito nenhum — Meu pai falou

— Pai, eu sei atirar. Fica tranquilo! — Peguei a arma reserva que tinha aqui, beijei o Yan, que sussurrou que me amava, e mandou tomar cuidado

Concordei e sai de lá, fechando a porta, vi a Sônia saindo e fui atrás dela

— Você é maluca? O que está fazendo aqui? — Perguntou

— Se concentra Sônia, já estou aqui! Não tem volta — Falei, destravando a arma, ela fez o mesmo e saímos de casa, procurando o Renan

Trigésimo oitavo capítulo e único do dia e penúltimo da história postado com sucesso...❤️🤏🏽

Amanhã sai o último capítulo, comentem o que estão achando e o que vai acontecer🙃

Espero que gostem, não esqueçam de votar e comentar!

Data de postagem:
17 de Maio