Começando com o pé esquerdo

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Vivian chega atrasada para a sala de aula em plena segunda-feira, novamente. Ela parece cansada, como nunca esteve antes. Ela só queria resolver o conflito com seu amado garoto, Samuel Dalosto. As coisas parecem não estar funcionando para ambos.
Logo no primeiro período de aula, que é matemática, a professora Suenilza manda todos fazerem os exercícios de uma certa página, porém Vivian não quer fazer essa tarefa. Ela vai até a classe de Lukka, que senta do outro lado da sala.
Lukka parecia estar concentrado em acertar todos os seus exercícios com a ajuda de Bibiana, Letícia e Henzo.  No entanto, Vivian chega.

— Lukka... Ah, sei lá — ela fala em um tom cansado.

— Só um minuto — Lukka diz, parecendo estar muito focado — eu preciso mesmo terminar isso aqui!

— Hoje ele disse que vai falar comigo — Vivian continua, ignorando totalmente o que seu amigo acabou de lhe dizer — você não vai falar com aquele seu amigo?

— Amigo? — o menino entende que não terá como ignorá-la — está falando do Bech? Bem... Não. Com certeza não. Eu não estou com vontade de falar com ele hoje.

— Por favor! Você sabe do que eu estou falando.

— Você quer que eu tire ele de perto do Samuel para você falar a sós com o Samuel, é isto?

— É... ah... Exatamente isso — Bovo dá um sorriso sem graça.

— Olha só, Vivian — o garoto parece ter perdido a paciência, porém ele consegue esconder isso e manter sua aparência a mais calma possível — se ele disse que vai falar com você, ele que vá atrás de você! Ele vai ir. Não tens que correr atrás dele.

— Ah... Por favor, Lukka! — ela implora.

— Vivian, o que está fazendo fora do teu lugar? Já terminou as tarefas? — a professora Suenilza pergunta.

— Não, "sora". Ainda não.

— Pois volte ao seu lugar.

Vivian se aborrece, contudo ela faz o que a professora ordenou. Lukka parece ter ficado feliz e mais tranquilo, pois aquela sombra que estava atrapalhando seu foco foi embora.

— Meu Deus, como ela consegue ser tão insuportável — Letícia comenta.

— Sua melhor amiga, né, Lukka? — Giovana debocha.

Bibiana não disse nada, apenas observou a situação com um olhar ardente de raiva. O garoto voltou a fazer seus exercícios de matemática.
Bovo voltou ao seu lugar, frustrada. Ela olhou seu celular novamente, esperando alguma mensagem de Dalosto, entretanto havia nada. A garota não aguentava mais aquela aula, apenas queria encontrar seu amado na hora do intervalo.
Vivian pegou o celular novamente no meio da aula, mas a professora percebeu na hora.

— Vivian, guarda o celular.

— Mas eu não estava indo pegá-lo! É sério! — ela tenta usar uma desculpa para não sair como a acusada.

— Chega, Vivian! Me dá o celular.

A menina vê que não tem escolha a não ser entregá-lo para a professora. Então, ela o entrega.
Mais aborrecida ainda, Bovo consegue ir até a classe de Lukka novamente.
Agora o garoto está apenas lendo um conto de seu livro: William Wilson, de Edgar Allan Poe. Ele parecia estar dentro da história, parecia que sua consciência já não estava mais lá, parecia que estava perdido no conto literário. Porém, Vivian começou a cutucar Lukka. Não o bastante, começou a balançar ele.

— Lukka! Lukka! A professora tirou meu celular... Que raiva! Como vou falar com ele agora?! — ela continua a cutucar.

— Vivian, pelo amor de Deus, não está vendo que o Lukka está lendo?! — Letícia diz isso em um tom de raiva e sem paciência.

— Letícia, por que você quer sempre saber de tudo? —agora Vivian parou de balançar Lukka.

— Na verdade, estou dizendo que você está cometendo um ato de desrespeito — ela diz firmemente.

— Não é assunto seu, ok? Deixa eu falar com ele.

Lukka parece ter ignorado tudo ao redor e continuou lendo, mas Vivian não deixou ele em paz até ter uma resposta.

— O que foi agora, Vivian?! Eu tô lendo, que saco — Lukka disse sem pensar — perdão, eu só estava muito focado, me irritei um pouco.

— Tá, sem problemas, mas a professora tirou meu celular.

— E tá errada? Não é para mexer no celular na hora da aula, você sabe disso.

— Mas eu estava querendo saber se ele tinha mandado mensagem para mim! — ela disse isso gritando.

— Primeiro, isso não é motivo. E segundo, não tem necessidade de gritar — Lukka fecha o livro, um pouco cabisbaixo.

— Ai, e daí... Professora chata.

O garoto parecia não suportar ela, apenas escutava as "barbaridades" que dizia.
Tocou o sinal, e logo todos voltaram ao seus lugares e esperaram a próxima professora chegar. Aula de inglês, depois ciências...
Se passou duas aulas e o sinal do intervalo havia tocado. Quando Vivian foi perceber, Lukka, Bibiana e Letícia não estavam mais lá. Então ela desceu para o intervalo junto de Renata e Daniel.

A Loirinha e o Webdom: O Amor Impossível Onde histórias criam vida. Descubra agora