Capítulo Único - Para quem eu deveria olhar?

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O século XX definitivamente não foi um dos melhores

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O século XX definitivamente não foi um dos melhores. Ou melhor, o ano de 1956 não foi um dos melhores. E as coisas continuaram nos anos seguintes.

Claro, coisas boas aconteceram nesse grande período de tempo. Diversas descobertas foram feitas e muitos protestos mudaram o mundo. E é isso que confundia a cabeça de um certo fantasminha camarada.

Amane Yugi morreu em 1969, uma época onde coisas atualmente erradas eram consideradas normais. Pode se dizer que, em relação a essas coisas, esses anos foram períodos de atrasos. Porém muita coisa - obviamente - mudou depois de mais de cinquenta anos (amém).

Por exemplo, agora o garoto podia se permitir a ficar em dúvida sobre seus próprios sentimentos. Não que ele já tenha sido bom em entender a si mesmo, entretanto a situação era um bocado diferente...

" Hanako-Kun!! " grita Yashiro, entrando correndo no banheiro. Ação essa que surpreendeu o mais novo, já que era bem cedo e a albina não era o tipo de pessoa que acordava na primeira vez que o despertador tocava, então costumava ir direto para a sala, chegando cinco minutos atrasada. " Adivinha quem descobriu o macete 'pra acordar cedo?? "

" Você? "

" Eu!! " ela dá um sorriso de orelha a orelha, fazendo com que as bochechas finas do garoto se envermelhassem.

Yashiro Nene era a garota mais linda que Amane já havia conhecido. Ela tinha longos e sedosos cabelos creme, que se esverdeavam nas pontas. Isso dava mais sentido ao apelido "rabanete", pois essas eram a cor dele. Além disso, também possuía tornozelos grandes e fofos, cujos a aparição adorava abraçar por conta da maciez.

" Se eu não dormir a noite, não vou precisar acordar de manhã! "

" Essa é literalmente a pior opção que você poderia ter arranjado, vai dormir na aula facinho. "

" Você nunca me deixa em paz durante minhas aulas, então não tenho com o quê me preocupar. " era verdade. Nene tinha uma personalidade adorável e o garoto amava impoturná-la por isso. Suas expressões eram tão fofas! Mesmo que ele apanhasse por causa disso.

Era curioso o fato que a albina sempre tinha um ar meigo sobre si, independentemente da situação. O motivo disso era por ela ser a garota mais doce de todo o mundo, podendo causar facilmente diabetes em qualquer tipo de pessoa. E Amane com certeza já tinha desenvolvido a doença, mas não se importava com isso. Ele não ligava para o quê podia acontecer no dia de amanhã ou no quanto as coisas estavam difíceis, já que sabia que sempre encontraria aquele lindo sorriso para ajudá-lo.

Yashiro Nene era sua luz no fim do túnel.

Mas ela não carregava esse título sozinha.

" Uh? " resmunga em um tom desintendido uma voz bem conhecida vinda da porta, se aproximando cada vez mais de acordo com os seus passos. " Senpai, o que faz aqui? "

" Acordei- "

" Você nem dormiu. "

" Cala a boca. " seu olhar amedrontador coloca o fantasma de volta em seu lugar. " Enfim, o que você 'tá fazendo aqui? "

" Eu realmente acordo cedo, " a frase faz Hanako soltar uma risada nasal e Nene sussurrar um 'me humilha mesmo, que eu gosto'. " e trouxe dois donuts 'pra vocês dois. Ia dar o seu mais tarde, mas já que também está aqui, toma. "

Sua voz saia com tanta serenidade que nem parecia que ele tinha o conhecimento de ser o melhor cozinheiro do mundo. Bom, talvez ele realmente não soubesse.

Minamoto Kou era o garoto mais lindo que Amane já havia conhecido. Embora não fosse tão bom exorcista, ainda possuía a fisionomia forte, fazendo com que ele parecesse um cara totalmente pica das galáxias (a galera ainda usa essa expressão?), como seu irmão. Mas isso era só de corpo, pois Kou tinha o rostinho mais puro de todos. O mais novo podia se afogar no lindo oceano que eram aqueles belos olhos azuis. Só não o fazia pois também admirava o sorriso perfeitamente branco, cujo mostrava afiadas presinhas.

" Ihu haa urra cheeriha! " tenta dizer a albina, sendo impedida pelo donut inteiro na boca. Suas bochechas gordinhas de esticavam como as de um hamster, fazendo com que ela se parecesse com um.

" Traduz. " pede Hanako.

" Ela disse que 'tá uma delícia. " o garoto se vira rapidamente para a rabanete. " Obrigado, Senpai! "

" Eu concordo com ela, te juro que eu não seria nada sem seus lanchinhos, principalmente os donuts! " afirma o fantasma, saboreando o doce ao poucos - ao contrário de uma certa pessoa.

" Fico feliz que tenham gostado, fiz especialmente 'pra vocês! " ele sacode o pacotinho aparentemente cheio. " O resto eu dou no recreio. "

Era curioso o fato que mesmo sendo de uma família renomada de exorcistas, Kou conseguia ser a pessoa mais meiga de todo esse mundo. Amane se recordava muito bem do dia que esse loirinho salvou sua ""vida"", sendo grato à essa ação todo o santo dia. E essa não é a única coisa pela qual ele era grato. As conversas que tinha com esse guri, sejam elas por intrigas, tédio ou apenas diversão, eram as melhores. Como se ele tivesse empatia o suficiente para entendê-lo. Não. Ele tem empatia o suficiente para entendê-lo, por isso o faz com tanta perfeição.

" Não, eu quero agora! " exclamam ao engolir toda a guloseima, tentando pegar a sacola desesperadamente. " Não tomei café hoje qualé! "

" De-desculpa, Senpai! Ma- Hanako, o que você 'tá fazendo aí? " questiona ao ver a aparição atrás de si, balançando o pacotinho que estava em suas mãos menos de cinco segundos atrás.

" Garantindo a minha- "

" Nossa. " corrige Nene antes de encher a boca com um dos donuts.

" Garantindo a nossa alimentação. " afirma ao morder um pedaço da rosquinha.

" Você é um fantasma, não precisa comer. " fala enquanto arranca o pacote das mãos geladas. " E também já passou mais de cinquenta anos só na laricagem, algumas horinhas não são nada demais. "

É verdade. Cinquenta anos comparados a esse pequeno período de tempo não é uma coisa grande. Mas sabe o que é uma coisa grande? A mudança que o tempo faz.

Sei que já falei disso antes, porém falo tão sério que até repito!

Antigamente, um garoto gostar de outro garoto era um crime, pelo qual as pessoa facilmente eram mortas. Hoje em dia as coisas mudaram, e foi 'pra melhor. Nada está perfeiro, claro, só que é incrível poder sair na rua de mãos dadas com alguém querido sem que todas as pessoas taquem pedras em você.

Hoje em dia é permitido duvidar sobre quem olhar de forma apaixonada.

Hoje em dia é permitido ter certeza que seus olhares sempre são para pessoas lindas e doces, independentemente de seu gênero.

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