SONHANDO ACORDADA

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"Lights will guide you home

And ignite your bones

And I will try to fix you

Fix You - Coldplay

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SONHANDO ACORDADA


Cris Scott

Geralmente era nessa hora do sonho que eu acordava caindo da cama ou com Emilly me sacudindo, porém dessa vez era bem real. Tinha sido quase uma declaração de amor, eu disse "quase", porque depois dessa frase de efeito digna de prêmio literário, ele continuou:

— Não se esqueça que sou seu amigo e quero você bem. — Foi um balde de água fria.

— Eu sei — disse desanimada me afastando dele. Sequei as lágrimas que ainda estavam na minha bochecha. — Mas isso é algo que eu preciso resolver sozinha.

— Promete que se você precisar de mim você me chama? — Ele perguntou.

— Prometo — respondi automaticamente. Eu sabia que não era verdade e ele também.

Seu semblante ficou decepcionado, mesmo que ele se magoasse agora, no futuro ele iria me agradecer, estava resolvendo as coisas da maneira certa e se dependesse de mim esse segredo iria morrer comigo.

— Qual o primeiro compromisso de hoje, senhorita Scott? — ele perguntou sério usando o meu sobrenome, diferente das outras vezes.

— Já lhe informo, senhor Ward — respondi da mesma maneira. Ali estava se estabelecendo a primeira barreira, esta que não devia ter sido quebrada.

Quase perto da hora do almoço, a senhorita Logan apareceu, usava uma saia de cós alto, com uma pequena fenda na lateral direita, uma blusa branca, um terninho azul marinho e um scarpin preto. Em seu rosto um sorriso deslumbrante.

— Quem destruiu um advogado machista no tribunal hoje? — ela perguntou de forma categórica. — Sua ajuda com a argumentação final foi importante — ela disse retirando da bolsa um artigo publicado no meu terceiro ano. Meus olhos se arregalaram chocados.

— Não acredito! — disse pegando. Ao abrir o documento vi, várias anotações feitas à mão.

— Cris, sua percepção sobre a profissão de garotas de programa abriu os olhos das pessoas do tribunal — ela disse com os olhos brilhando. — Mesmo que sejam profissionais desse segmento ter seu corpo tocado sem a permissão se configura um crime — ela disse.

— E qual foi o veredito? — perguntei ansiosa.

— Quatro anos de reclusão e dados computados como assediador sexual no sistema — ela respondeu. Era uma vitória, mesmo que não parecesse.

— Senhorita Logan, você não sabe o quão feliz estou — disse animada levantando-se da cadeira.

— Não estrague o momento me chamando de "senhorita Logan" — ela pediu segurando a minha mão. — Você e eu passamos por coisas que não permitem mais esse tipo de tratamento.

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