Tempo de Calmaria...

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         Como Dipper previra, Will estava realmente muito cansado, após a festinha. E quase não reagiu quando Dipper lhe deu um banho caprichado e lhe vestiu com um pijaminha de ursinho. E, é claro, Dipper não esqueceu de lhe colocar uma fralda, só por garantia... Não que Will precisasse, mas era sempre bom se precaver.

           Enquanto ele cuidava do pequeno, Bill lhe preparava uma boa mamadeira de leite com mel. E também providenciava uma cadeira de balanço para que Dipper se acomodasse enquanto alimentava Will. A cena lhe parecera tão fofa, que Bill pegou o celular de Dipper e tirou algumas fotos dos dois.

         Eles costumavam tirar fotos do Will para fazer um álbum do bebê. Quando Will crescesse, eles lhe mostrariam as fotos tiradas nas mais variadas oportunidades. Tudo para que Will tivesse boas lembranças de sua nova infância.

          Somente após acomodar Will em sua caminha e deixá-lo dormindo tranquilo, Dipper pôde dar atenção ao Bill. E o demônio estava ansioso para ter Dipper um pouco para si... Agora era hora de Dipper ser cuidado e Bill o levou para também lhe dar um banho de banheira. Na verdade, eles tomaram banho juntos e trocaram alguns beijinhos apaixonados.

           Mais tarde, eles estavam deitados na cama do Bill e conversavam sobre a festinha. E Dipper contou tudo que houvera durante a mesma. Bill apenas o ouvia com atenção enquanto fazia um cafuné nos cabelos dele.

            "Então, o Fez não desconfiou de nada?" – Indagou Bill. "E até gostou do Will?"

             "Sim... ele disse que o Will é muito fofinho e bonzinho. E que o pai dele deve ter muito orgulho do filho..." – Ele deu uma risadinha antes de continuar. "Ouviu, Bill... você até foi elogiado, mesmo sem saberem da verdade!"

             "Não sei se gosto desse papel de pai..." – Resmungou Bill. "Meu pai nunca foi carinhoso conosco... nem mesmo quando éramos crianças! Ele só sabia nos maltratar e depois da morte de nossa mãe, ficou ainda pior! Kill e eu fomos suas principais vítimas... Ele nos torturava sempre que podia. E até mais que os outros porque nós defendíamos os mais novos e até os escondíamos para lhes proteger!"

           "Você já protegia o seu irmãozinho, naquela época?" - Admirou-se Dipper. "Isso é muito bonito... você já sabia agir como um pai de verdade, mesmo que não tivesse consciência disso!"

           "Eu tinha que fazer isso, Pinetree... Ou aquele canalha torturaria até mesmo o Will! E ele era apenas um bebê com poucos meses de vida!" - Revelou Bill. "E ele era capaz de fazer isso, sem a menor dúvida! Dizia que era para nos fazer fortes, como verdadeiros demônios Ciphers! Mas, ele se arrependeu amargamente disso..."

           "O que aconteceu, Bill?" – Indagou Dipper curioso. "Desculpe-me... eu não queria ser indiscreto! Se não quiser falar, não precisa! Eu imagino que não foi algo bonito..."

            "Eu não me importo de falar, Pinetree... Também porque eu não estava sozinho, naquele dia! Kill estava comigo... e nós dois fizemos aquilo, juntos!" – Respondeu Bill.

             "E o que foi que vocês fizeram com o pai de vocês?" – perguntou Dipper, temendo ouvir a resposta. Pelo tom na voz dele, Dipper podia imaginar algo terrível. "Não me digam que vocês..."

           "Exatamente o que você está pensando, meu pinheirinho!" – Confirmou ele sem pestanejar. "Nós o matamos, bem devagar... E na mesma sala de tortura onde ele costumava nos maltratar! Quando o canalha viu o quanto eu e o Kill éramos poderosos, ele ficou apavorado e chegou a implorar por piedade! Você pode imaginar isso, Pinetree? Aquele monstro pedindo por piedade, sendo que nunca teve piedade de nenhum de nós... e nem de nossa mãe! Ele a matou covardemente e nós vimos tudo!"

Uma Babá Muito Especial 02Onde histórias criam vida. Descubra agora