Capítulo 4

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A sua atenção é diretamente voltada para um montante de papéis há sua frente. Investigações em andamento, casos concluídos e novas informações se amontoam na sua mesa . Perdido nos diversos papéis sobre a mesa , a vibração do seu celular acaba lhe assustando .

- Emilly? – indaga Nil com uma voz cansada e arrastada – Novidades sobre o caso ?
- Infelizmente sim – responde Emilly – Foi encontrado o corpo de uma mulher, assassinada pela sua própria filha, numa casa próxima ao caso que estamos investigando.

- E a filha ? – pergunta Nil arqueando suas sobrancelhas.

- Ela foi levada presa para a delegacia. Aparentemente, ela está perturbada e está falando frases desconexas – responde Emilly – O corpo da mulher está num estado assustadoramente bizarro.

- Depois você me traz um relatório sobre este caso – Nil direciona seu olhar para Jenk , que dorme em seu sofá – Não posso ir agora, tenho que cuidar do garoto.

- Ok – Emilly encerra a ligação.

Nil apanha um documento,  contendo informações coletadas pela perícia sobre a morte do Tyler. Com o documento em mãos, o mesmo começa a folhea-lo

Morte suspeita por enforcamento. Vítima, Tyler Drim . 46 anos .

O cansaço começa a se tornar ainda mais intenso . Com os olhos pesados , Nil larga o documento em cima da mesa . Arrastando cuidadosamente a cadeira, o mesmo caminha em direção ao outro sofá. Deitado sobre o sofá , o investigador se rende ao sono e ali adormece.

09:37 da manhã

- Jenk ? – uma voz masculina chama pelo garoto .

- Mãe ? – pergunta o garoto procurando pela mesma , ainda sonolento .

- Não é a sua mãe , é o Nil – comenta o investigador.

- Há é... Minha mãe está morta – o garoto responde , com um olhar cabisbaixo.

Um clima tenso paira no ar . Percebendo o clima pesado que ficou , Nil apanha uma bandeja recheada de frutas e pães fresquinhos .

- Deve estar com fome – a bandeja é colocada em cima de uma mesinha de centro .

O garoto começa a se deliciar com o seu café da manhã .

Sua atenção é voltada diretamente para o relatório preliminar feito pela policial Emilly.

A autora do crime , a filha da vítima, apresenta um comportamento perturbado . Aparentemente a autora do assassinato está em completo surto , dizendo frases relacionadas há morte  ao inferno e ao próprio Diabo “

Lendo com atenção a anotação da policial , seu corpo pula com o estalar dos degraus . Desviando seu olhar para a escada , o mesmo percebe o garoto subindo os degraus em direção ao banheiro.
Jenk encara a sua própria feição do outro lado do espelho. Encarando o seu eu do espelho, o garoto percebe as olheiras contornando os seus olhos e uma expressão triste impera sobre seu rosto . A água escorrendo pela torneira, cai sobre uma concha formada pelas mãos do mesmo . A água é jogada em seu rosto , aliviando todo o stress que ele carrega por conta dos últimos acontecimentos.

Olhando para o espelho novamente, seus olhos se arregalam com o que vê. Uma mulher sem os glóbulos oculares, e com os lábios levemente cortados e com o corpo manchado de sangue , encara o garoto que se mantém imóvel e sem qualquer tipo de reação.



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