Maniac

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Não havia nada melhor do que fumar um baseado fresco na janela do seu carro as 07:30 da manhã a caminho da escola. Bem, foi isso o que Kazuha pensou.

Para Kazuha, fumar algo essas horas pra sentir a fumaça amarga, era a melhor coisa que ele poderia desejar fazer. E isso estranhamente pra ele fazer isso dirigindo era a melhor coisa.

Sua mente estava pensando em várias coisas ao mesmo tempo, nas provas, o quão próximo a formatura chegava, ele teria que estudar em compensação da formatura está tão perto... E claro, ele pensou em Kunikuzushi.

Ele pensou em seu cabelo roxo, impossivelmente tão mais escuros quando molhados, tão belos quando bagunçados, seu lábios levemente rosados enquanto ele fazia reclamações sem parar, seus lábios pareciam macieis, seu rosto tão bonito parecendo tão flexível a cada expressão que fazia. E também, ele pensou em seus olhos, aqueles olhos índigos com seu delineado vermelho, ele se questionava o fato de seus olhos não terem brilho. Mas, isso parecia seu charme em seu visual.

Ele estava tão pensativo em Kuni, que não percebeu o baseado queimando até o filtro em sua mão.

Quando seu carro parou em um semáforo, ele rapidamente pegou sua bolsa e vasculhou, pegando um diário e uma caneta vermelha e preta. Ele folheou página por página, até chegar no verso da página 13°, lá ele rabiscou em tinga carmesim.

#214: A maneira como seu esperma ficava em suas coxas.

Depois de escrevê-lo, ele folheou rapidamente as 13 páginas anteriores até chegar à primeira página que iniciava aquela lista específica. Lá, seus olhos passaram pelas palavras intituladas na margem superior: Coisas sobre Kunikuzushi nas quais não consigo parar de pensar. Ele folheou rapidamente até o segmento anterior a esse: Coisas que Kunikuzushi me disse.

Ele fez isso mais algumas vezes, revisando rapidamente cada seção cuidadosamente documentada de seu diário, admirando sua extensão e organização. Finalmente, ao chegar à primeira página, sorriu suavemente e fechou o diário, colocando-o cuidadosamente de volta na mochila.

Ele sabia que estava louco. Louco pra caralho por Kunikuzushi, mas, você poderia o culpar? Kazuha não se culpou. Ele não culpou Kunikuzushi, ele se recusava a por culpa em alguém, sua mente resolveu explicar que isso poderia ser um presente do destino, em vez uma maldição terrível.

Em sua mente, Kunikuzushi era dele. Ele sempre foi, e sempre seria... Ninguém poderia tratá-lo como Kazuha poderia: cuidar dele como Kazuha poderia, amá-lo como Kazuha poderia, adorá-lo como Kazuha poderia, fodê-lo como Kazuha poderia... Nem uma única alma.

Kazuha era o único que pertencia a Kunikuzushi, e ele acreditou nisso por anos... No passado e no futuro.

Para alguém olhando de fora, talvez eles vissem a obsessão de Kazuha por Kunikuzushi como algo bastante... Assustador, perseguidor, excessivamente possessivo, insano, perturbador e bastante tóxico. O que, de certa forma, era até certo ponto. Se você olhou para ele da maneira errada. No entanto, para Kazuha era tudo menos isso. Claro, ele faria (e fez) absolutamente qualquer coisa para aprender tudo sobre Kunikuzushi e estabelecer um relacionamento com ele, mas manter esse relacionamento. Ele iria persegui-lo para sempre, tentar qualquer coisa sob a lua para conquistá-lo, arruinar vidas para chegar até ele, até mesmo arriscar seu próprio futuro para nunca perdê-lo.

Ao mesmo tempo, ele sabia quando parar. Ele não forçaria Kunikuzushi a fazer nada que ele não quisesse... Mesmo depois de tudo que ele havia feito, se as coisas não dessem certo entre eles, então era isso. Embora Kazuha ficasse com o coração partido e procurasse para sempre por alguém que preenchesse o buraco que Kuni deixou nele apenas para chegar à conclusão final de que o buraco era impossível de preencher, mas... Se isso fosse melhor para Kunikuzushi, isso era tudo o que importava.

Inimigos não se acham bonitosOnde histórias criam vida. Descubra agora