É estranho não sentir saudade das pessoas, ou se apegar ao ponto de não querer partir, de não querer descobrir coisas novas, eu sempre fui apegado à minha família, mas sempre deixei o amor de lado, pois sei o quanto amar dói, parece que quanto mais amamos, mais estamos vulneráveis ao sofrimento, então por que eu, justo eu devo me dar ao sofrimento e amar intensamente alguém? Eu que sempre quis liberdade, eu que não gosto de amarras!
Aqui eu vou te contar um pouco da minha vida, é chata, mas você vai querer saber muita coisa, principalmente as coisas que não vou querer contar, e as coisas que eu não conheço de mim! Pode me chamar de por qualquer nome, afinal eu não existo mesmo, pelo menos é assim que dizem, eu sou como um fantasma, desaparecendo com qualquer neblina que passar, e não te culpo se por um mero acaso você sonhe comigo, dizem que eu tenho esse defeito de entrar na mente das pessoas, fazer o que se os humanos são tão previsíveis?
Eu tenho medo de amar, essa é a verdade, tenho pavor de ser amado, e na mínima demonstração de amor eu fujo, não é por mal, talvez pareça, mas só faço isso para me proteger, me apaixonei pela primeira vez aos 15, e não foi algo que eu gostaria de reviver, só eu amava, de meu jeito torto, mas amava, de lá pra cá o amor romântico foi se perdendo dentro de um vasto labirinto que criei dentro de mim, e que volta e meia tem as paredes, de seu misterioso caminho, trocadas de lugar, não quero e nem vou dar detalhes de mim, do meu corpo ou do meu rosto, pois quero que você me imagine como seu amor, com os olhos que você procura, a boca macia que você sonha beijar, o perfume que você gosta, e aquele sorriso que te treme as pernas, pois isso sou eu, nada mais do que a personificação da paixão humana, quente, forte e avassalador como um beijo quente num pôr de sol com chuva, eu sou aquele livro novo que você gostaria de ler, eu sou isso, qualquer coisa que você deseje, eu sou!