Blair Vanderbilt cresceu e em meio as problemas, foi criada por uma mãe solo que morreu deixando uma grande carga emocional e traumática ainda durante a sua adolescência, abandonada pelo pai e diante de inúmeros desafios, desaprendeu a se amar, perd...
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MERDA! ESTOU ATRASADA!
Corro pelas ruas movimentadas de Sand Mountain, minhas pernas queimam com o esforço, mas não paro. É a segunda vez essa semana que estou atrasada para o trabalho e, sendo sincera, é minha culpa. Cheguei tarde ontem em casa, acordei cedo para a faculdade e estava tão exausta que me permiti dormir por 30 minutos antes de voltar a estudar e precisar me arrumar para o restaurante.
E eu dormi por quase 5 horas!
O suor escorre pela minha pele e ignoro o som das buzinas quando passo correndo pelo asfalto com o sinal verde.
Ele não é doido de passar por cima de mim, ele tá me vendo!
Viro na próxima esquina e uma senhora se assusta, deveria estar pensando que eu iria assaltá-la. Não a julgo, mas também não fico me repreendendo pelas minhas atitudes quando posso perder meu emprego se não chegar logo ao trabalho.
Avisto as paredes de vidro do restaurante e fico aliviada ao ver que não tem nenhum cliente ainda.
O 'Sand Mountain', restaurante em que trabalho há dois anos e carrega o mesmo nome da cidade litorânea do leste do país, já foi um lugar famoso e popular no passado. Mas nos últimos tempos, o movimento é baixo e raramente temos mais de 5 clientes por dia.
Abro a porta e não fico surpresa ao não ver ninguém além de Alice no balcão. Ela sorri quando me vê entrar e levanta o celular mostrando a hora. Atrasada treze minutos.
18:13
Hoje ela amarrou os cachos castanhos em um rabo de cavalo alto e cheio, mostrando e dando destaque para os olhos verdes e o salpicado de sardas no rosto. Está usando o uniforme do restaurante, que se resume a uma camisa amarela e o símbolo do restaurante, uma duna de areia, junto ao bordado do nome.
— Por pouco, Blair, Joshua disse que iria se atrasar hoje. — Ela joga um pano do balcão por cima do ombro e eu tento controlar minha respiração enquanto pego minha garrafa de água na bolsa. Minha respiração está irregular, as pernas ainda queimam pela corrida e coloco os cotovelos para me apoiar no balcão.
— Médico? — Pergunto ofegante e, mesmo cansada, sigo para o banheiro me trocar antes que Joshua Cameron, nosso chefe e dono do restaurante, chegue. Vejo pelo canto do olho ela assentir com a cabeça e voltar a olhar seu celular.
— Agradeça a coluna podre dele. — Ouço ela falar e fico com o peso na consciência quando sinto vontade de rir.
Fecho a porta do pequeno banheiro e vejo meu reflexo no espelho gasto, os cabelos loiros ondulados estão assanhados e colados ao suor da pele, as bochechas rosadas pelo corrida e os olhos castanhos enfeitados com olheiras escuras.
A típica imagem de um estudante que trabalha.
Começo a me despir e jogo um pouco de água no rosto e no pescoço na tentativa de ficar mais apresentável. Visto a calça social preta e a camisa do restaurante que tirei da bolsa, por fim, passo os dedos nos fios embaraçados e amarro em um rabo de firme e forte, que provavelmente vai me causar uma dor de cabeça mais tarde, mas é melhor do que correr o risco de cair um fio de cabelo na comida e Megan exigir minha demissão.
