De : Nianna Drummond
Estou escrevendo essa carta por puro medo, por isso antes quero dar informações importantes sobre mim que possam ser úteis caso alguém encontre essa carta e tente me ajudar. Meu nome completo é Nianna Simas Drummond, tenho 17 anos, mas já me falaram que aparento ser mais velha, então acho que tenho cara de uns 25 anos por aí. Tenho cabelo preto e ondulado tamanho médio com muitos frizz, tenho 1,70 de altura e pele parda. Minha mãe se chama Carla Drummond e meu pai Nicolau Simas.
Eu não consigo parar de tremer enquanto escrevo isto, por isso a escrita pode parecer borrada. Estou em uma garagem velha e com muitas coisas sujas, no fim de uma rua que fica no fim de uma quadra com uma igreja beje, eu sinto que estão me observando, mas não sei bem o que ou quem. Aqui é estranhamente vazio e silencioso, tão quieto que consigo ouvir meus pensamentos. Tudo aqui me lembra alguma coisa, mas ao mesmo tempo não conheço nada com precisão. Preciso esclarecer algumas coisas e talvez anotando aqui eu encontre algum sentido ou uma pista que não percebi antes. Minha vida não está nada boa no momento, me sinto triste, muito triste, meus pais nunca se deram muito bem, mas agora tudo piorou, não gostaria de falar muito dos problemas dos meus pais pois já sinto meus olhos molharem e quero ser objetiva, ontem a noite dormi com a ajuda de um remédio que minha mãe usa pra insônia e me lembro de que já eram duas da manhã quando fechei os olhos. Acordei em um chão frio e úmido, a sensação foi péssima. Minha barriga doía um pouco e me senti quente, levantei e vi que estava em uma igreja, tudo era velho, os bancos, o altar, as estatuetas de santos também, a cruz estava intacta pendurada na parede atrás do altar, algumas coisas estavam quebradas, o chão frio junto a umidade e a poeira, formavam um tipo de lama, eu estava perdida, confusa e com muita vontade de chorar. Saí da igreja e o céu escurecia aos poucos, eu estava só de pijama e meias, meus pés tinham frio, andei um pouco pela rua desconhecida próxima a igreja e tentem buscar algo ou algum rosto conhecido, nada. Me senti estranha e voltei a igreja, talvez lá tivesse alguma pista do que me levou à aquele lugar. Fiquei uma hora talvez sentada no banco daquela igreja, olhando assustada e em busca de qualquer coisa ou sinal de vida naquele ambiente estranho, mas nada. Senti tanto medo. Ouvi então um barulho vindo atrás da mesa que ficava no centro do altar, me senti esfriar por dentro, o barulho era que algo se mexendo, não tive coragem de levantar, nem pra correr, nem pra ver o que era aquilo, o barulho voltou depois de alguns segundos, nesse momento senti um impulso em mim de ver o que seria aquilo. Me aproximei devagar, mas sentia que a cada passo que dava, uma parte minha ficava para trás, o pano que cobria a mesa impedia de saber o que teria embaixo daquela mesa grande. Quase puxei aquele tecido, mas o medo que sentia impediu, me afastei e corri daquele lugar. Corri muito, acho que atravessei a quadra, até que encontrei a garagem velha e aberta que estou agora. Não tenho muita noção de quantas horas se passaram desde esse momento. Tenho muito medo, não tenho ideia do que é isso tudo, estou sonhando? Quem me sequestrou e colocou nesse lugar? Estou ficando louca? Não sei de nada, mas escrevo está carta para alguém que talvez apareça por aqui e a encontre. Não garanto que vou ficar aqui nessa garagem, não tem nada além de lixo velho, estou com sono, não sei se vou dormir nesse lugar estranho, mas talvez eu acorde desse pesadelo esquisito.Para: Qualquer pessoa que encontre.
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Talvez eu esteja em Setealem
RandomCuidado ao acessar essa história. Niana sem querer entra em um mundo estranho e apocalíptico. Com relatos e histórias assombrosas, dramáticas, tristes e as vezes românticas, você assim como eu talvez se envolva até demais em cada uma delas. Encontr...