Seu cheiro

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Capítulo único



Seu cheiro



Yukine espreguiçou-se sentindo alguns de seus ossos estalarem pelo tempo que estava sentado na mesma posição, ele afastou o caderno com os exercícios que Hiyori havia passado — acabará de resolvê-los —, suspirando ao sentir seu estômago roncando, como se dissesse ao shinki que ainda precisava se alimentar.

O loirinho virou o rosto encarando Yato esparramado em sua cama, bufou irritado, “esse deus idiota nem teve a decência de ir buscar algo para eu comer durante as horas de estudo e ainda se joga na minha cama”, pensou emburrado. Yukine levantou-se indo até o moreno literalmente o chutando para longe.

— Yukine! - A voz do deus saiu chorosa enquanto massageava o lado direito de suas costelas onde o shinki havia o chutado.

Os olhos felinos de Yato observavam a figura loirinha de cenho franzido, uma carinha emburrada e braços cruzados tentando inutilmente parecer ameaçador, na verdade aquilo só o deixava mais fofo na percepção do deus.

— Durma na sua própria cama! - Apontou irritado para o outro colchão no chão.

— Não seja malvado Yukine - O moreno fez um biquinho chateado, se jogando novamente em cima dos lençóis do menor — A sua cama é mais macia que a minha além de ter um cheiro tão bom… - Murmurou afundando o rosto no tecido macio do cobertor de Yukine.

O shinki corou até a raiz dos cabelos, enquanto observava Yato esfregar o nariz no o pano em que ele se enrolou durante a noite.

— Pare com isso baka! - O garoto chutou novamente o moreno para fora de sua pequena cama improvisada puxando o lençol para perto do próprio corpo cobrindo o rosto corado com ele.

~✿~

Faziam quase cinco minutos que Yato havia saído com Kofuku e Daikoku para comprar comida, já que, como o shinki da garota de cabelos rosas gostava de dizer, agora eles tinham um vagabundo que se diz um deus para sustentarem, além de Yukine, é claro.

O garoto acabou por não ir junto já que tinha de revisar seus exercícios, para ter certeza que havia acertado tudo. Ele acabara de terminar asua revisão, sentindo-se cansado e com fome pelo tempo de estudo, Yukine olhou para seu colchão sentindo as bochechas corarem ao lembrar de Yato, “aquele grande idiota…”, pensou o shinki indo até sua cama deitando-se na mesma.

As mãos pequenas do garoto agarravam o lençol, os olhos da cor de um belo pôr-do-sol fitaram o tecido, as bochechas rosadas se tornaram mais rubras enquanto Yuki levava o pano até seu próprio nariz sentindo seu aroma misturado ao de Yato.

— Isso é tão constrangedor…- Murmurou afundando mais o rosto em meio ao tecido, fechando os olhos lentamente deixando o cansaço o vencer enquanto continuava a sentir o agradável aroma de seu perfume misturado ao do moreno.

~✿~

Yato subiu as escadas com duas sacolas nas mãos, ele esperava que Yukine não começasse a discutir pela demora. Havia parado para escrever seu número em alguns lugares e acabou brigando com Daikoku por isso, e consequentemente tinha sido praticamente chutado para o outro lado do Japão.

Suspirou, abrindo a porta vendo a cena mais adorável do mundo. Yukine dormia tranquilamente agarrando o lençol que usava durante a noite, o deus se aproximou sentando-se de frente para o shinki observando as bochechas rosadas do mesmo, os cabelos loiros cobrindo um pouco do rosto fofo, os lábios rosados semi abertos deixando a respiração quente passar por entre eles, enquanto o nariz tão bonitinho estava enfiado no cobertor.

Sorriu levando a mão até os fios claros sentindo a maciez dos mesmos, fez um leve carinho ali antes de aproximar o rosto da testa do menor beijando suavemente o local aproveitando para sentir o cheirinho tão agradável do loiro, o moreno suspirou se afastando, porém sentiu sua camisa ser segurada por uma pequena mão.

— Continua o carinho…- Yato olhou surpreso para o shinki, notando que ele continuava de olhos fechados, mas agora as bochechas, antes rosadas, se tornaram vermelhas — Quer saber, esquece o que eu disse baka…- Murmurou, mas antes que conseguisse virar-se para o outro lado sentiu os lábios de Yato em sua testa novamente e o sorriso que ele deu durante o inocente selar.

Os dedos do moreno voltaram aos fios loiros fazendo um gostoso cafuné, o deus estava tão próximo que o menor podia sentir o cheiro dele com mais facilidade.

— Você também tem um cheiro muito bom…- Murmurou sonolento, caindo no sono outra vez, não podendo deslumbrar o sorriso bobo que Yato dava.

Seu cheiro - YatokineOnde histórias criam vida. Descubra agora