O Malfoy de Gengibre

Cap 15: 8-9 de novembro de 2002

Hermione entrou na cozinha de sua casa de campo, deixando cair suas malas na mesa e tirando os ombros do casaco e da jaqueta de terno sobre a parte de trás de uma cadeira. Uma Portkey internacional não estava tão desidratante quanto um voo transatlântico, mas ela ainda queria um copo grande e fresco de água para tirar o grão de viagem da garganta antes de ir para a cama.

A diferença de horário não funcionou a seu favor. Tinha passado pouco das cinco quando a última de suas reuniões com os bancos de Nova York terminou, mas na Inglaterra já era tarde, tarde demais para pegar Hugo de Harry e Ginny hoje à noite. Ela ainda estava tentada, no entanto. Embora ela tivesse visto e falado com Hugo by Floo pelo menos uma vez por dia, ela se foi, não foi um substituto para abraçar seu corpo resistente ou acariciar seu cabelo sedoso.

Pensar no cabelo de Hugo criou uma linha de pensamento desconfortável. Hermione não estava acostumada a se questionar (de fato, de todos os insultos lançados a ela durante seus dias em Hogwarts, "o know-tudo insuportável" tinha mais fundamento), mas as conversas com seu filho durante os últimos dias tinham sido igualmente preocupantes e esclarecedoras. Ela não pôde deixar de contrastar seu comportamento subjugado antes de dormir na terça-feira, depois que Malfoy estava "doente" e não apareceu para brincar, com o entusiasmo feliz de Hugo na quarta e quinta-feira após seus safos com o "Sr. Draco".

Harry manteve aberta a conexão Floo para todas as conversas, mas com Reg na linha, ela não conseguiu perguntar se Malfoy ou Andrômeda haviam dito alguma coisa sobre a poção de paternidade. Com base na ausência de Malfoy na terça-feira, Hermione assumiu que os resultados eram os que ela antecipou, mas essa suposição foi questionada por suas ações no final da semana.

Pensativamente, ela bebeu sua água, lembrando de algumas semanas antes do contraste entre o vidro frio e os dedos quentes de Malfoy enrolados em torno dela. Com relutância, ela teve que admitir que Hugo não era a única que ela tinha perdido enquanto estava fora. Malfoy conseguiu voltar à vida dela, assim como a de seu filho, no mês desde sua liberdade condicional. Amanhã, ela resolveu, ela iria procurá-lo.

Tomada a decisão, ela colocou o vidro agora vazio para baixo e olhou pela janela sobre a pia da cozinha. Quase toda a vila era escura e silenciosa, com apenas algumas janelas acesas.

"O que aconteceu com a vigilância constante, Granger?" Hermione pulou e rodopiou.

Malfoy acolchoada na cozinha com os pés descalços de sua sala de estar, cabelo despenteado e mangas arregaçadas para que ela pudesse pegar um flash de escuridão contra seu antebraço pálido. Sua voz era rouca, como se ele tivesse acabado de acordar, mas seus olhos estavam alertas e chatos para ela.

"M-Malfoy. O que você está fazendo aqui?" ela perguntou, estabilizando a voz.

Ele perseguiu mais perto, agora entre ela e sua varinha na mesa da cozinha.

"A Weaselette entrou em trabalho de parto e Potter me pediu para me importar com Hugo até você chegar em casa."

Sua voz era suave e Hermione relaxou fracionalmente. "Ela está bem?"

Ele deu um encolher de ombros indiferente enquanto se aproximava. "Eu imagino que sim. Eu não ouvi o contrário e Weasleys se destaca em aparecer crianças."

As costas de Hermione agora estavam pressionadas contra a bancada da cozinha. A proximidade e o comportamento vagamente predatório de Malfoy estavam deixando-a cada vez mais nervosa. "Eu estava planejando vir te ver amanhã", ela se ofereceu.

"Você estava, princesa? Havia algo que você ia me dizer?" Malfoy era claramente cético, e seu uso desse carinho em particular nunca foi um bom sinal.

Hermione engoliu com força e acenou com a cabeça, deliberadamente encontrando seus olhos prateados frios. "Sim."

"De alguma forma, acho isso difícil de acreditar, mas como é quase meia-noite, vamos conversar por alguns minutos e então você pode me dizer o que quer que tenha a dizer. Você gostaria de ouvir sobre a minha noite com Hugo ?"