Capítulo 01

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Chovia muito em Três Lagoas, com o céu escuro que em algumas vezes clariava com os relâmpagos que brilhava no horizonte.

Simone suspirou passando os dedos entre seus cabelos enquanto batia a sola do salto alto no chão tentando controlar aquela ansiedade que gritava em seu peito, já era quase dez horas da noite e ninguém havia chegado, a saudade que sentia de sua família ali reunida no único lugar onde ela poderia esquecer o mundo à fora e ser apenas Simone Tebet Molon, a filha, esposa e mãe, a única versão que não precisa fingir algo que não era.

Ela sorriu largamente quando viu o brilho do farol do carro do marido iluminar toda a sala, se levantou e passou as mãos no vestido na tentativa de arrumá-lo em seu corpo, logo o silêncio daquela casa grande e fria foi quebrado com a chegada das três pessoas mais importantes da vida da Ministra, suas Maria's e seu marido.

- É sério Papai! - Mafê foi a primeira a entrar na casa falando alto, enquanto enfatizava com as mãos fazendo uma birra bem comum para eles.

Logo atrás entrou Alessandro com Madu agarrada em seu braço com seu rostinho completamente molhado.

- Tudo bem meu amor, vou pensar se a senhorita está merecendo. - Pegou um lencinho do bolso do paletó e entregou para sua caçula - E não vamos esquecer que temos que falar primeiro com sua mãe.

- Paizinho, se a Mafê ganhar um carro novo eu também vou querer um. - Madu o encarou com aqueles olhos grandes, verdes e brilhantes como os da avó paterna - Não é justo que só ela ganhe um carro novo. - Se soltou do pai cruzando os braços em birra - Aliás porquê você quer um carro novo? Você já ganhou um da Simone - Olhou pra irmã.

- Sisa!? - Nesse momento Alessandro se soltou das filhas e foi até Simone a agarrando pela cintura a abraçando forte em seus braços.

- Oi meu amor - Simone retribuiu o abraço - Eu senti tanto a sua falta - Se afastou um pouco o olhando em seus olhos.

- Eu também amor, eu também! Quando você chegou? Porque não me avisou? Eu teria ido buscar você amor, até mesmo ter chegado mais cedo em casa ou... - Ele foi calado um beijo cheio de saudade em seus lábios.

Ele a agarrou mais para si e aprofundou mais o beijo a segurando pelos cabelos da nuca com uma das mãos e a outra apertando levemente sua cintura.

- Eca! - Mafê e Madu proferiram juntas tampando os olhos com suas mãos como duas crianças.

O beijo foi cessado pela falta de ar com vários selinhos sendo depositado nos lábios da Ministra.

- Eu quis te fazer uma surpresa amor, já tem quase duas semanas que não te vejo, que não sinto seus beijos, seu calor... - Falou manhosa passando seu nariz pelo pescoço dele sentindo seu cheiro.

- Chega né Mamãe!? - Mafê a puxou de perto do pai e a abraçou pela cintura com a mãe ainda de costas pra ela - As suas filhas não lhe fizeram falta Senhora Ministra?

Madu foi até o pai e o agarrou pelo braço olhando as duas.

- É claro que a mamãe sentiu sua falta meu amorzinho. - Simone a puxou virando seu corpo a abraçando forte enchendo seu rosto de beijos.

- Tá bom mamãe, sem exagero! - Mafê riu e beijou a bochecha da mãe.

- E você nenê, não dá nem um abraço na sua mãe? - Abriu os braços e esperou a sua caçula vim até ela.

- Não Simone! Sabe que não gosto dessa melosidade toda. - Se sentou no sofá cruzando as penas com o celular na mão.

- Tudo bem minha filha! - Suspirou triste mas logo sorriu se sentando a o lado da filha mais nova - Vocês já jantaram? Eu fiz seu prato favorito amor e sem contar no pudim com bastante calda. - Piscou pro marido que se sentou no sofá a frente enquanto Mafê se sentou na poltrona.

- Oh meu amor, eu não estou com muita fome. - falou com cuidado para não entristecer a esposa - Mas eu como um pouco com você princesa. - sorriu gentil pra ela.

- Eu também já estou cheia mamãe, mas eu como a sobremesa. - sorriu pensando no pudim.

- Sendo mais direta, a gente já jantou Simone! - Madu desligou o celular e encarou a mãe - E você não deveria obrigar meu pai a comer só porque você se dipoz a cozinhar.

- Madu! - Alessandro a repreendeu a olhando sério.

- Minha filha eu não estou obrigando seu pai a comer - Suspirou cansada, era sempre uma luta com a filha mais nova, nunca conseguia se aproximar do jeito que queria da caçula - Eu não sabia que já tinham jantado, por isso resolvi cozinhar. - Falou calma e paciente.

- Mesmo assim, eu vou comer com você amor! - Voltou o olhar para esposa - Nada melhor do que um jantar feito pelas mãos da minha princesa. - Se levantou, puxando seu corpo a fazendo ficar de pé - Minha Princesa.

Ele girou o corpor dela e a garrou pela cintura lhe dando um beijo doce e com carinho.

- Podemos comer só a sobremesa e deixamos o bambá de couve pro almoço de amanhã. - Cessou o beijo, alisando o rosto dele com carinho.

- Hum! - Mordeu o lábio inferior - Sabe a quanto tempo eu não como um Bambá de couve feito pela minha mulher?

Alessandro a olhou com amor, como sempre fazio quando ela estava por perto. Eram casados a mais de 30 anos e parecia que aquele amor não havia mudado, só crescido ao passar dos anos. Ela era sua Mulher, sua esposa, sua menina, a mãe de suas filhas e a luz de seus olhos, seu mundo se tornava o melhor no universo com ela ao seu lado.

- Sei que já faz um tempo amor, mas eu...

- Princesa, isso não foi uma cobrança - Beijou a mão dela e lhe sorriu - Foi apenas a saudade de comer sua comida falando mais auto.

- Chega vocês dois! - Mafê se levantou e foi até os pais se metendo entre eles - Vocês parecem dois adolescentes apaixonados. - beijou o rosto da mãe e apertou a bochecha do pai.

Enquanto Madu revira os olhos olhando a cena dos três.

- Papai! A gente pode ir comer o pudim? - Se levantou e foi até o pai segurando em sua mão.

Alessandro olhou a esposa e esperou que ela respondesse, aquela situação entre as duas o incomodava muito, apesar dele sempre se esforçar ao máximo tentando apaziguar a tensão entre as duas, Madu sempre se fechava quando o assunto era uma aproximação mais íntima com a mãe.

- Podemos sim filha! Você ajuda a mamãe a arrumar as coisas?! - Simone agarrou a mão da filha mais nova e a puxou indo junto com ela pra cozinha, sem da chance dela questionar ou se recusar a ir ao lado da mãe.

- E você mocinha? - Alessandro olhou a primogênita.

- Eu? Quê que tem eu? - Ela cruzou os braços encarando o pai tentando se manter séria.

- Você não vai ajudar sua mãe?

- Eu não! Vou com o senhor me sentar na mesa e esperar elas servirem a gente Papai. - Mafê piscou pro pai e foi com ele pra cozinha.

Quando chegaram na cozinha ouviram a gargalhada da Madu enquanto corria da mãe.

- Papai, ela quer me pegar. - Falou ofegante se escondendo atrás do pai enquanto ria do rosto da mãe sujo com a calda do pudim, enquanto a mãe ria tentando limpar o rosto.

Mafê riu e foi até a mãe.

- Meu deus mamãe, como a senhora deixa a Madu fazer isso? - Mafê também melou seu dedo na calda e passou dos dois lado da bochecha da mãe e saiu correndo de perto dela.

- Eu não acredito nisso, Amor olha o que suas filhas estão fazendo comigo. - Mostrando uma indignação que não existia ali, se aproximou do marido e passou o dedo melado da testa até a ponta do nariz dele.

- Simone! - A agarrou pela cintura sem deixar ela escapar - Anda nenê traz bastante calda pro papai - olhou para Madu que correu ainda rindo, pegou um potinho e colocou bastante calda e entregou a o pai.

Mafê agarrou a irmã enquanto o pai e a mãe passavam a calda pelo rosto ainda limpo da caçula.

- NÃO PAPAI, MAMÃE NÃO FAZ! - Madu gritava rindo tentando fugir.

Depois de deixar o rosto de Maria Eduarda completamente sujo os três a soltaram. Madu se acalmou aos poucos, pegou o pote da mão do pai e passou bastante calda nos lábios, agarrou a mãe e encheu o rosto dela de beijos a sujando mais.

[...]

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