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Rotina

Vários dias depois Hinata se encontra parada ali, observando a bagunça generalizada da qual seu apartamento havia se transformado. Não sabia nem por onde começar, a rotina vinha pesando e estava cada vez mais difícil conciliar trabalho doméstico, cuidar do filho e suas outras atividades.

Não sabia dizer qual delas era mais exaustiva, Naruto havia aumentado ligeiramente sua participação nas tarefas domésticas. Prontificou-se a buscar Boruto na casa de sua mãe, poupando assim parte do tempo que Hinata gastaria para buscá-lo para descansar antes das aulas.

Porém, na prática não era bem assim.

Naruto de fato buscava Boruto, porém, eram tantos afazeres em casa que era impossível descansar naquele meio tempo. Hinata sempre que estava " Livre " fazia uma ou duas tarefas domésticas para adiantar o serviço. Haviam dias em que ela chegava da faculdade e limpava ate que a madrugada viesse. Naruto não era exatamente adepto a esse tipo de serviço e às vezes mais atrapalhava do que ajudava.

Hoje era um dos dias mais cansativos que teve, não havia dormido a noite pois Boruto estava resfriado. A coriza e a falta de ar não deixavam que o bebê desfrutasse de bom sono. Exausta, tentava desafiar o próprio cansaço limpando e organizando toda aquela bagunça acumulada. Haviam dias em que Hinata  se sentia péssima, insuficiente.

Sua casa às vezes parecia um chiqueiro, às vezes pela pressa ia com as roupas amassadas para a aula. Ainda havia a estranheza que se estabeleceu entre ela e Naruto desde que ele esteve doente. Ele tentava ficar mais próximo mas aquilo soava estranho e mecânico ao ver da ex-Hyuuga.

Talvez pelo cansaço e seu esgotamento mental não tivesse forças para interagir como devia com seu marido. As bolsas escurecidas em volta de seus olhos eram o retrato de sua carga, tudo que estava sobre seus ombros.

Enxugou o suor da testa enquanto lavava a louça, esse era um bom começo para a organização daquele emaranhado de bagunça.

Aquele seria um longo dia.

   
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Kushina havia pego Boruto mais cedo na casa do filho, ela gostava de ajudar mesmo que Hinata fosse orgulhosa demais para admitir que precisava sim de ajuda. Observadora, a mulher percebeu que havia alguma coisa acontecendo, seja pela maneira estranha que o filho estava agindo ou até mesmo pelo olhar triste da nora.

Kushina já esteve na posição que Hinata estava agora, sobrecarregada e confusa. A maternidade traz muitas coisas boas, entretanto não se pode ignorar as consequências negativas, tudo faz parte do pacote. A Uzumaki entendia que eles como novos pais deveriam aprender a lidar com isso em algum momento, porém, seu sexto sentido a alertava sobre aqueles pequenos detalhes que vistos por outras pessoas talvez passassem despercebidos.

Seu coração se enchia de alegria com a cena que se desenrolava à sua frente, o pequeno Boruto olhando curioso o brinquedo em suas pequenas mãozinhas.

O bebê gorgolejava enquanto se virava no tapete colorido.

— Ele não é lindo Minato? — Os olhos azuis escuro brilhavam com cada movimento da criança.

— Ele é. — Sorriu, mas em seguida seu cenho se fechou.

— O que tá acontecendo? — Kushina perguntou de forma direta. — E algo que eu precise saber? O que Naruto aprontou dessa vez?

Minato inspirou profundamente, entrelaçou as mãos à frente do corpo e olhou para o bebê que brincava feliz e em seguida para sua esposa.

— Eu só desconfio de algo.

Andou até onde Boruto estava e o pegou no colo. Afagou seu pequeno corpinho, passou o nariz pelas bochechas rosadinhas.

— Mas eu vou conversar com nosso filho antes de tirar qualquer conclusão, querida. — Olhou para a esposa que agora parecia ligar algo dentro de sua própria cabeça.