Zayn POV
Ainda em baixo com a partida de Maya, somos "obrigados" a retomar às nossas funções. Neste momento, gera-se alguma controvérsia em relação ao que poderá ser o nosso futuro. Parece que o destino está a insistir em pregar-nos partidas. Parece que afinal, não estamos seguros aqui.
Reflito nas atitudes que ultimamente tenho tido e chego à conclusão que não são propriamente muito amigáveis. Sim, é verdade, julguei pessoas que não deveria ter julgado e provavelmente até as cheguei a ofender.
Como por exemplo, Thomas.
Se todos nós ainda não conseguimos ultrapassar a partida da Maya, não quero imaginar como deve estar o Thom.
Deve ser a pior das piores dores que algum ser humano pode suportar.
Nem sequer consigo tentar pôr-me no lugar dele, não quero imaginar como deve ser a vida de alguém a partir do momento em que perde uma das pessoas, ou talvez, a pessoa mais importante da sua vida.
Toda a gente parece querer omitir este assunto, mas a verdade é que não podemos continuar nesta merda de "casa". Definitivamente, alguém esteve aqui. E ao contrário de todos, não consigo dormir por causa destes factos horripilantes. Não consigo dormir, ao pensar que mais alguém pôde ter estado aqui, para além de nós os 6, e se essa pessoa matou uma vez, definitivamente vai fazê-lo outra vez, não percebo é o porquê, nada disto, absolutamente nada disto faz sentido. Esta viagem toda não faz qualquer sentido.
Olho em volta da divisão onde eu e os restantes rapazes dormimos, e reparo que Thomas não se encontra lá. Por segundos fico preocupado.
Até ouvir o som de soluços e gemidos.
Levanto-me do colchão, tentando fazer o mínimo barulho possível, para não acordar Eddie, que no meio disto tudo, consegue dormir.
No corredor, debruçado nos joelhos vejo o irmão de Jane, que até então não tinha notado pela minha presença até eu lhe perguntar com aquele tom frio que ainda não consegui tirar por completo, como ele tem estado com esta situação toda.
Ele não me responde.
Vou até ele, inclino-me sobre ele, e dou-lhe um abraço. Um abraço sincero, apesar de tudo.
"Vai tudo ficar bem" é a única coisa que lhe consigo dizer, mas parece que só piora. Thomas desfaz-se cada vez mais em lágrimas.
"Não nos chegamos a despedir" ele diz e eu pondero por segundos o que dizer para o reconfortar, se eu disser alguma coisa errada pode quebrá-lo ainda mais no estado frágil em que ele está.
"O que é que aconteceu quando tu a viste...naquele estado?" questiono depois de uma longa pausa entre nós, sentando-me ao lado dele e encostando as minhas costas à parede.
"Eu disse-lhe que a amava, e permaneci ao lado dela, até ela fechar os olhos, ainda tentei procurar por primeiros socorros mas nada, não havia nada que eu pudesse fazer."
"O facto de tu lhe teres dito que a amavas é muito melhor do que qualquer discurso de despedida que irias dar, acredita em mim, não te sintas culpado."
"Zayn tu viste a maneira como eu a tratei os últimos dias? Eu sou um estúpido e um imbecíl, eu desperdiçei uma das únicas coisas boas na minha vida."
"Sim, tu foste um imbecíl, mas..."
"Mas o quê? Nem tu me consegues tirar a culpa enorme que eu sinto neste momento dos ombros."
"Todos nos sentimos culpados, todos vamos viver com essa culpa para sempre, a única coisa que podemos fazer é tentar seguir em frente," murmuro e respiro tremidamente, continuando"e sim, a tua dor vai aumentar e vai haver vezes em que tu não vais conseguir aguentar com o peso na tua consciência...só o tempo é que consegue minimizar essa dor"
"Eu sinto a falta dela, sinto tanto a falta dela que só me apetece gritar com raiva o quanto isto é injusto até ficar sem voz" ele murmura e esfrega os olhos com ambas as mãos, já é muito tarde, provavelmente já são 3 da manhã, estamos ambos exaustos, os últimos 3 dias após a morte de Maya têm sido completamente terríveis, quase não há comunicação entre nós todos, só simples palavras que não requerem muito contacto visual, já para não falar que o grupo está a ser dividido novamente porque por vezes pomos em causa que foi algum de nós que a matou, não alguém de fora, o que eu acho que é absolutamente ridículo, mas não posso deixar de pensar nessa possibilidade.
"Eu sei, todos sentimo-nos assim" eu murmuro e depois ficamos em silêncio, porque na realidade não havia mais nada para dizer, pelo menos por agora, ainda estamos todos em choque e palavras não são fáceis de arranjar quando estamos neste estado.
Ultimamente tenho tentado absorver tudo o que se passou desde o momento em que nos metemos no jipe até hoje.
Primeiro o jipe avaria, depois caminhamos durante horas e por acaso encontramos uma casa, nessa casa arranjamos suficiente conforto para conseguirmos dormir e viver temporariamente, tentamos encontrar alguém para nos ajudar e não resultou, aprendemos a arranjar alimentos e água e quando finalmente estava tudo a correr bem, a Maya morre.
Alguém nos está a tentar sabotar? Não me parece, ninguém perderia o seu tempo a fazer isso...ou talvez sim, talvez estejamos a ser sabotados e tudo o que podemos fazer é aguardar até ao próximo desastre.
Não faz sentido nenhum a Maya ter-se matado a si própria, por isso eu vou com a teoria que alguém nos anda a sabotar e a brincar com as nossas vidas, se é alguém do grupo ou outra pessoa, não sei.
"Em que é que estás a pensar? A tua cara ficou bastante séria..." Thomas questiona olhando para mim com olhos vermelhos, embora as suas lágrimas parecem ter parado, por agora.
"Em tudo que aconteceu até agora nesta viagem e em quem é que matou a Maya."
"E chegas-te a alguma conclusão?"
"Para ser sincero, não, ainda é muito cedo para tal," pauso por segundos e admito a Thomas o que estava mesmo a pensar "estou com medo da conclusão e da verdade, e se for mesmo algum de nós que a matou Thomas? E se...e se...eu nem consigo pensar nisso sem ficar com raiva."
"Se foi algum de nós que a matou, então eu acho que ele ou ela já se condenou para a vida, pois não me acredito que não se sintam minimamente culpados."
"Thomas, quem a matou, provavelmente não sente remorsos, pessoas como essas não sentem nada."
"Pessoas como essas?" Ele questiona, uma sobrancelha levantada e um olhor confuso.
"Psicopatas." Respondo levantando os meus ombros num gesto indiferente.
"Mas porquê a Maya? Porquê ela? Ela nunca fez mal a uma única mosca, quanto mais a uma pessoa..."
"Por isso mesmo, a pessoa que está a fazer isto não tem um propósito, está simplesmente a arranjar oportunidades para nos matar."
E com isso voltamos a ficar em silêncio com os nossos próprios pensamentos.
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Heyo you wonderful people, como estão? Já sabem: se quiserem votem e comentem, mas ninguém vos obriga, obrigada por lerem esta fic e espero que estejam a gostar dela, deem as vossas opiniões isso é mesmo importante para nós, a não ser que seja hate, isso por favor não deem, dispensamos, mas se forem opiniões construtivas acho que é isso que todas as escritoras pretendem obter...okay este author's note é uma secaaaa, não vos chateamos mais, byeee xx
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Obscure || Z.M
Fanfiction"Monsters are real, ghosts are real too. They live inside us, and sometimes, they win"-Stephen King (Monstros são reais, fantasmas também. Eles vivem dentro de nós, e por vezes, eles ganham) "And you know what? What doesn't kill you fucks with you m...