lá pelas sete e pouquinha da manhã o sol já começa a aumentar e a cortina branca da suíte principal não consegue mais impedir os raios solares de afogarem a escuridão. é verão em copa e eu não aguento mais implorar por uma clemência idealista tão ridícula quanto qualquer paráfrase sem graça sobre o motivo da existência humana, que se assemelha consideravelmente com os óculos com aro de coração que deixei em cima da cabeceira ontem (você pegou, não pegou?), porque já é tarde demais para implorar perdão aos céus. todo mundo continua dormindo, mas uma niilista como eu não seria tão idiota a ponto de desperdiçar a radiação matutina e impiedosa para decodificar meus anseios de loira burra, você não acha? é meio dia em bratislava e meus chinelinhos azuis estão sujos de suco de manga. manga? por deus, eu odeio manga!
restrição. platina. catarse. no fim das contas, tudo é sempre nada. a existência humana não tem nenhum propósito maior do que morrer. por que você não aproveita e dá um pulo na piscina? eu sei que foi você quem pegou meu biquíni, sua tolinha! as borboletas magnatas não dão conta de camuflar o mártir que é o leblon em dias de sol. e você sabe bem que as latinhas de refri que você tanto esconde nessa mochila grande e imunda vão derreter assim que o pleonasmo for imaculado, mas talvez isso ainda demore para acontecer... quem sabe?
você sabe que todas as asas de borboleta irão cair no segundo em que a navalha flexível for quebrada. por deus, doyeon! pensei que você fosse mais esperta. a jovialidade não morre. ela já foi maquinada por bem menos.
cole césio nos meus dentes, se pinte com tinta de caneta e depois lave com ácido (brincando de ser imortal e imaginando imaginar). tolos sempre serão tolos e borboletas não vivem muito mais do que... 6 meses? pense em um mundo sem litoral. céus, eu prefiro a iconoclastia.
você continua a insistir no estoicismo?
eu já te disse o quanto odeio bronzeamento artificial?
precisa de papel e caneta ou você consegue me dizer a que temperatura o ácido sulfúrico entra em ebulição?
amanhã em copacabana às 17:23. não se esqueça (não se preocupe, eu não vou arrastar sua cara na areia).
