Hanker - Getting lost... in a dream (Me perdendo... em um sonho)

Capítulo 1

🦋 Encantado ao te conhecer 🦋

Istambul - Abr/2020

Sua atenção foi do roteiro que estava lendo, para uma borboleta que pousou em seu jardim. Era apenas 8am e Hande Erçel estava atualmente em sua cadeira de balanço com a sobrinha adormecida em seu peito, enquanto lia o roteiro de Sen Çal Kapimi. Ela olhou para a borboleta colorida e como sempre pensou em sua mãe. 

Não importa o quanto digam, ninguém nunca estará preparado para a morte de um ente querido. Mesmo com o diagnóstico de um cancêr maligno, a família Erçel torcia pela recuperação de Aylin. Mesmo sendo preparados pelos médicos e até mesmo por Aylin, que tentava confortar as filhas e o marido, quando o pior pesadelo da família aconteceu, não fez doer menos. 

Agora, um ano depois, Hande se sente menos pior. A bebê em seu colo sendo o seu maior motivo de sorrir atualmente. Com os dias após a morte da mãe, Hande aprendeu que os piores dias do luto não são as datas comemorativas como os feriados, ou o aniversário de vida e o aniversário de morte de sua mãe. Realmente, o último ano não foi nem um pouco bom, as lembranças da mãe sempre estarão presentes e a falta dela será um vazio que nada, nem ninguém poderá substituir. No entanto, as pequenas coisas são as piores partes do luto. Como quando você se sente sozinha e um abraço da pessoa amada seria o suficiente para te acolher, quando você ri de alguma coisa que sabe que aquela pessoa também iria rir ou quando uma noticia boa acontece, mas então você percebe que essa pessoa nunca mais estará lá, não poderá te acolher com um abraço, rir das piadas internas que tinham entre si ou compartilhar com a pessoa que mais te apoiou na vida uma grande conquista. 

Hande estava aprendendo a viver sem a mãe, mesmo não estando mais viva, Aylin estava presente na vida deles, partes em Mavi, nas lembranças que ela deixou e em seus ensinamentos. Até mesmo em uma borboleta que pousa em seu gramado no quintal de sua casa. 

A borboleta azul era um símbolo que significava muito para Hande, tanto a ponto de ela tatuar em sua nuca. Além da liberdade, a borboleta azul faz referência a tranformações ao longo da vida, relacionadas tanto ao físico, quanto ao pessoal. 

Nascida em Bandirma, no dia 24 de novembro de 1993, Hande se sente como uma borboleta azul, uma sargitariana livre, que está em constante mudança. Sua mãe sempre apoiou esse espírito livre da filha, era sua fã número 1 em todas as suas decisões, estava lá em seus momentos bons e ruins e Hande sente que após sua morte, ela está vivendo o período mais escuro e triste de toda a sua vida. 

No entanto, agora, olhando para a borboleta colorida em sua frente, voando em seu quintal, ela sente que aos poucos está conseguindo lidar melhor com a falta de sua mãe e que mesmo que esse vazio em seu coração nunca seja preenchido, ela poderá seguir em frente e disfrutar de sua vida. 

Dando uma atenção para a bebê de 4 meses em seus braços, Hande sorri, sente seu delicioso cheirinho e volta a sua atenção para o script que está lendo. 

Ela adorou o roteiro, mesmo sendo o clichê de verão que sempre tinha na Turquia, ela notou algumas diferenças, por exemplo, a protagonista era mais independente e não alguém que precisava ser salva, o protagonista não era um homem machista, como acontecia em muitas dizis. E o mais importante, ela se viu interpretando Eda Yildiz.

Mesmo adorando o roteiro e até mesmo a ideia de voltar a interpretar uma personagem em comédia romântica, ela não sabia se iria aceitar. Ela estava inclinada para aceitar um papel em outra série, essa que por sua vez seria de ação e com seu amigo Burak Deniz, seu parceiro de trabalho em Ask Laftan Anlamaz - O amor não entende palavras. Ela estava vindo de duas séries canceladas, Halka que não foi renovada para a segunda temporada e Azize, cancelada após 6 episódios apenas.