One of these days a-coming I'm gonna take that boy's crown
'Cause I am, I am a little wicked I am, I am Hands red Hands red just like he said
A LITTLE WICKED - VALERIE BROUSSARD
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Talvez eu esteja intrigada com o pedido que acabo de receber, certamente não pela originalidade, mas sim pela frequência que o tenho recebido. O homem à minha frente parece confiante e esperançoso, assim como os dois homens que estiveram aqui antes dele.
-Eu não irei fazer, estão se era só isso que o senhor desejava, pode se retirar -A calma em minha voz parecia ter irritado o senhor com aparência de lenhador que me observava enfurecido.
Se não fosse pela minha imortalidade, eu poderia me sentir ameaçada pelos seus quase dois metros de altura, ou pelo machado enferrujado que carregava em suas mãos. As cicatrizes também eram chamativas, uma dezena delas se estendia pelos braços e dedos do homem mal humorado que, aparentemente, ainda não havia se conformado com a minha negação ao seu pedido.
-Não seja malcriada, eu sei que pode fazer o que estou te pedindo, todos me disseram que era a única que poderia realizar o feitiço do morto-vivo -Reviro os olhos com sua postura arrogante e insistente -Então, das duas uma: ou mentiram para mim, ou você está mentindo.
-Por acaso o senhor me ouviu dizer que eu não sei o feitiço? Ou que não o pratico?-Pergunto enquanto abro a porta dos fundos de meu chalé -Eu disse que não o faria, eu não costumo reproduzir o feitiço do morto-vivo a qualquer homem que bate em minha porta e com certeza não o farei para o senhor, agora por gentileza, se retire de minha casa.
-Sua... -O homem ruge como um animal enquanto se prepara para me atacar com seu machado velho. Ergo minha mão direita de forma firme, canalizando toda a minha energia em direção ao lenhador rude, deixando-o completamente imóvel.
-Ousa tentar me atacar com esse machado velho em minha própria casa? -Respiro fundo tentando conter um sorriso arrogante e confiante que insiste em crescer pelo meu rosto -Achou mesmo que entraria no lar de uma bruxa como eu e que conseguiria me ferir? -Escuto a risada zombeteira de Steve, é claro que ele está observando tudo -Ouça bem, se eu sentir o seu cheiro podre por perto novamente, darei permissão as minhas garotas que o matem e se divirtam da forma que desejarem, e dê graças aos deuses por permitir que o senhor saia com todos os dedos de minha casa.
Fecho minha mão, libertando o homem da paralisia, pude vislumbrar seu olhar de terror antes que o lenhador corresse porta afora. Agora terei que limpar o ar desta casa, já que o homem fez questão de impregnar seu cheiro fedorento em meu lar.
-Pergunte logo, Steve. Odeio quando fica divagando em seus pensamentos, assim não consigo me concentrar nos meus próprios -Olho na direção de Steve que está apoiado na porta de entrada da minha pequena cozinha, ele tem um olhar divertido no rosto, como alguém que acabou de assistir uma encenação de comédia.
