WILL NEVER BE HIS | Arrascaeta.

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● 06:13 ○ quarta-feira ○ 24 graus ●
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Isis (thoughts)

— PUTA QUE PARIU! Quem é que resolve acordar alguém às 06 da manhã pra se arrumar pra ir à um jogo? Quem teve essa ideia de grilo de colocar o jogo as 11h? - digo enquanto minha mãe bagunça todo o meu closet à procura de uma camisa, ou sei lá se é isso que ela está procurando

— Não reclame, Isis! Estamos fazendo isso por seu pai. Se o flamengo ganhar o jogo de hoje, vamos ter uma after com os jogadores e os sócios da empresa, temos que estar impecáveis!

— Jura? Pois tomara que o flamengo perca bem feio hoje. - não queria dizer isso, pois sou flamengo desde o dia em que coloquei meus pés no rio de Janeiro.

— Caralho, Isis. Você não consegue ficar feliz pelo seu pai em nenhum momento? Não consegue sentir orgulho dele?

— Eu sentiria se isso não tivesse transformado ele em um babaca, mamãe.  - digo mesmo querendo que fosse mentira.

Meu pai se tornou um babaca desde que conseguiu reerguer a empresa do meu avô, acho que nem ele era tão babaca que nem meu pai.

— Chega, Isis! Não vou ficar aqui ouvindo seus surtos típicos de adolescente. - essa foi a última frase que saiu da boca da minha mãe antes de eu ver ela bater a porta que nem uma surtada, acho que quem está surtando agora é ela.

— Issi? Você está aí? - diz depois de já ter entrado em meu quarto

— Gustavo? O que veio fazer aqui? Como entrou?

— Ah, você sabe.. Fiz amizade com alguns funcionários e consegui entrar pela porta dos fundos, como sempre.
E oras, que pergunta mais besta é essa? Vim te ver, Issi

— Gustavo, já te disse que é muito arriscado vir aqui enquanto meus pais estão em casa. Sabe que não gosto que corra perigo.

— Eu sei, mas eu já tava morrendo de saudades! Não ia conseguir ficar sem te ver por mais tempo.

— Já que estava com tanta saudade de mim, por que não vem me dar um abraço logo? - nem termino a frase direito e já sou tomada pelos braços dele.

Não gosto de ficar de grude com as pessoas, mas o abraço dele me conforta. Não sei explicar, me deixa feliz, faz eu me sentir viva..
Sei que não o amo, mas gosto da sensação que ele me faz sentir.
Adoro o jeito que respeita meus limites e o esforço que faz me ver, pra poder me abraçar.

— Linda, vai pro Maracanã hoje?

— Sim, mas não queria. Meu pai vai estar lá com os sócios da empresa. Em caso de vitória, vamos fazer um after de merda com os jogadores e os sócios dele.