Little Mr Perfect

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CAPÍTULO UM: LITTLE MR PERFECT

PARTE I
kim sunoo.

Cabelo liso; apenas notas acima de 90 – mas quase sempre 100 –; completamente honesto com qualquer pessoa; um futuro brilhante, com seus próximos 57 anos planejados.

Kim Sunoo nunca se atrasa, é o líder do conselho estudantil. Um verdadeiro exemplo de aluno; sempre usando sua blusa branca de botões perfeitamente passada, para dentro da calça, essa que terminava bem acima do calcanhar, para mostrar suas meias brancas – uma das regras do colégio, apenas meias brancas –, a gravata vermelha muito bem posicionada e com o nó muito bem feito, e o blazer, também vermelho, sempre perfeito. A plaquinha dourada que continha seu nome sempre muito bem posicionada na direção de seu peito.

Era o único a ter uma plaquinha dourada. Privilégios de ser o líder do conselho.

Seus fios eram pretos e bem aparados, já que a escola não deixava garotos terem cabelos grandes ou coloridos. Sua orelha livre de brincos e seu corpo livre qualquer outra joia.

Kim Sunoo era um verdadeiro exemplo quando estava em festas, também.

Nunca bebia nada além de refrigerante – mas não muito, pois engordava –, e se mantinha perto das paredes, com um sorriso bonito no rosto e sendo gentil com todos que lhe abordavam, não importa se a música está alta demais, ou se a fumaça do cigarro está entrando em sua boca, ou se as luzes coloridas estão fazendo sua cabeça doer, ele sempre será gentil com todos. Sempre oferecerá um sorriso bonito e seus olhos brilhantes, que demonstram interesse em todas as palavras que lhe são ditas.

Via alguns de seus amigos dançando na pista de dança, mas não os acompanhava. Podia ver Jungwon – líder do time de vôlei e melhor amigo de infância do garoto –, dançar como um louco, com os braços para cima, derrubando alguma bebida alcoólica em diversas pessoas e cantando alto, como se estivesse sozinho. Podia ver que os olhares do melhor amigo não saiam daquele outro garoto. Aquele garoto que ele amava. Park Jongseong. O namorado dele.

Kim Sunoo nunca namorou, nunca beijou, nunca andou de mãos dadas com alguém, nunca trocou palavras carinhosas, nunca ficou de amorzinho, nunca teve alguém para chamar de "amor". Já havia rejeitado mais pessoas do que poderia realmente contar, todo santo dia alguém lhe entregava uma cartinha de amor, ou lhe mandava uma mensagem bonita e reveladora no Kakao.

O dia dos namorados era sempre o pior; os alunos vendiam corações e faziam o Correio do Amor. Sunoo recebia mais de cinquenta todo ano.

Sabia que era bonito, sabia que era gentil, sabia que muitas pessoas o achavam legal e interessante, mas nunca ligou para nenhuma das confissões.

Seus pais nunca cobraram o garoto com essa questão de namoro. Nunca perguntaram quando ele iria trazer uma garota bonita para casa, ou se ele tinha alguma paquerinha. Eles só fingiam que a vida amorosa do filho não existia. E realmente não existia.

Kim Sunoo foi adotado quando tinha dois anos. Não conseguia lembrar de seus pais biológicos, pois foi colocado no orfanato com apenas meses de vida. As freiras cuidaram muito bem dele até o dia que o casal Kim passou pelas portas e seus olhares caíram sobre o pequeno Sunoo. Foi amor a primeira vista. Das duas partes. O bebê ficou encantado com aquele casal bonito e se jogou no colo da mulher sem nem pensar duas vezes.

Foi levado para casa naquela mesma semana, não havia muita gente na fila de adoção e todos queriam apenas recém nascidos. Então, foi fácil para os Kim levarem o pequeno Sunoo.

E desde o seu primeiro dia na casa, Sunoo foi mimado. Cresceu com tudo do bom e do melhor; as melhores coisas, as melhores comidas, a melhor educação possível, as melhores demonstrações de amor e carinho.

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