Do ódio ao amor

capítulo 36

"Olá Prija, a quanto tempo"

Ela já estava suando frio, com as mãos trêmulas, e o coração batendo forte, ao ouvir aquela voz fez seu corpo todo estremecer.

"Olá Kamom, como você está?"

"Estou muito bem, e você?"

"Eu estou bem, obrigado"

"Já faz muito tempo desde a última vez, não é mesmo?"

"Hum… é verdade, mas…qual o motivo que te trouxe de volta?"

"Bem, vim fazer negócios, conhecer novos hotéis, restaurante, bares, templos, entre outros locais, para incluir no nosso roteiro de turismo internacional, e sabe, ontem eu conheci o seu filho, o Zee"

Ela empalideceu como se sua alma tivesse fugido do seu corpo, tentando se recuperar do choque, ela respirou fundo, e respondeu.

"Mas, qual o motivo de me chamar aqui?"

"Ah sim, sobre isso, na verdade eu vou ser bem direto, e por favor apenas me responda com a verdade, o Zee, ele é meu filho não é?"

Nesse momento ela sentiu seu estômago se revirando dentro dela, sua vista escureceu, e sua cabeça ficou tonta, ela sentiu que desmaiaria a qualquer momento.

"Prija, oi… você está bem?"

"Oh me desculpe, só um momento por favor"

"Tome um pouco de água"

"Bom, pela sua reação eu já tenho minha resposta, mas a única pergunta que passa pela minha cabeça é, por quê?

"Porque você me tirou o direito de conviver com meu filho? Porque me privou de vê-lo crescer, de ser o pai dele, você não tinha esse direito"

Nesse momento ela já estava chorando, as lágrimas descendo sem que ela pudesse fazer algo, a cabeça baixa, e uma forte dor em seu peito.

" O que você queria que eu fizesse? Hãn, me diga? Queria que eu abandonasse minhas duas filhas pequenas, e fosse embora com você? Como eu poderia fazer isso, me diga?"

"Eu só queria que você me desse a oportunidade de saber, que eu não era uma pessoa sozinha nesse mundo, que você tivesse me dado a oportunidade, de ver meu filho andar pela primeira vez, de vê-lo falar, mas eu não vi nada disso, eu não estava lá quando ele andou, quando chorou, quando adoeceu, ou quando ele foi para a escola pela primeira vez, ou quando se formou na universidade, e simplesmente quando chamou aquele desgraçado de pai, eu só queria que você tivesse me dado a oportunidade, de saber que eu tinha um filho com a única mulher que eu já amei em toda a minha vida"

"Já chega Kamom, eu sei que eu errei mas eu tinha meus motivos, eu não podia sacrificar minhas outras filhas, não, elas não tinham culpa de nada, e de qualquer forma você já deve ter casado, e ter tido outros filhos"

"Sério? É sério que você está falando isso pra mim? Você está totalmente errada, não que seja importe para você, mas eu não sou casado, não que não tenha sido, já fui casado duas vezes, mas meus relacionamentos nunca deram certo, e quer saber porque? Porque sempre vivi à sombra do que eu sentia por você, mesmo que eu estivesse casado, você sempre estava lá , porque eu ficava imaginando que aquela poderia ser a nossa vida, que poderíamos ter nossos filhos, nossa família, e olha só, eu realmente tenho um filho com você, e mesmo que eu tivesse tido outros filhos, não justifica, porque um filho sempre será um filho, Prija"

Ela realmente não estava mais aguentando e suas lágrimas corriam sem parar, o desespero, e o arrependimento batendo forte em seu peito a sufocando.

"Eu não tive escolha Kamom, eu não poderia simplesmente falar para você que ele era seu filho, você sabe que eu não poderia fazer isso, você sabe que se eu fizesse isso, eu, minhas filhas, você e nosso filho estaríamos correndo risco, você conhece muito bem como ele age"