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𝐑𝐎𝐒𝐀𝐒 𝐑𝐎𝐔𝐁𝐀𝐃𝐀𝐒
Robin Arellano

Observei o muro alto à minha frente, percebendo que se eu não fosse especialista no que faço, cairía certamente.

Oh.

Com a ajuda de um vaso de plantas, consegui impulso para escalar o grande muro da casa 233, cujo o dono era um velho rabugento e sociopata que todas as crianças do bairro tinham medo.

Muitas histórias com aquela casa, que dava arrepios em quem chegasse perto. Uma delas é que uma criança morreu lá dentro, quando chutou a bola forte demais, e, por fim, o velho a arrastou para dentro da casa, cometendo um assassinato no mesmo dia.

Oque eu já sei é que; provavelmente são apenas boatos.

Sacudi a cabeça em negação, quando vi que agora havia uma cerca elétrica em volta da casa. Eu apenas espero que ela não esteja ligada.

Morrer agora seria uma bonita e agradável maneira de morrer, levando flores para meu amado, as favoritas dele.

Rosas brancas.

Fechei os olhos com força e coloquei a mão na cerca elétrica, percebendo que por sorte não estava ligada. Sorri travesso e me apoiei na mesma, pegando impulso para subir no topo do muro. Assim que consegui, observei a casa de cima, vendo que todas as luzes se encontravam apagadas.

Com o pouco de luz que a lua me proporcionava, consegui enxergar um combo de arbustos e flores, onde, se eu caísse, não me machucaria tanto. Não pensei duas vezes, me joguei em cima dos arbustos e foi como imaginei...

Nenhum arranhão.

Me levantei ajeitando minhas vestes, com medo de ter rasgado meu suéter nessa aventura. Por muita misericórdia de Deus, não feri uma linha sequer de meu suéter azul marinho.

Olhei para cima vendo as nuvens escuras taparem a lua, agora, me deixando completamente na escuridão. Certamente choveria, então eu precisava ser rápido se não quisesse pegar uma gripe.

Olhei em volta procurando oque eu queria, mas apenas encontrei tulipas amarelas. Meu Finn não gosta de amarelo.

Dei a volta pela casa, mas não consegui encontrar nenhuma flor branca, que eram as únicas nas quais minha amada tinha preferência. Droga.

Olhei por dentro da casa, já que as portas se encontravam com as cortinas abertas, e com dificuldade pelas trevas avistei um vaso lindo e transparente, repleto de rosas brancas. Meus lábios se curvaram em um sorriso, finalmente encontrei oque eu queria.

Coloquei a mão no bolso segurando um grampo de cabelo, colocando na fechadura antiga, que abriu no mesmo momento. Forcei a maçaneta e entrei na casa com muito cuidado.

Andei até a sala onde o vaso se encontrava, peguei o mesmo e virei as costas com um sorriso para ir embora, quando de repente, as luzes se ascenderam.

À minha frente estava um velho, de aproximadamente setenta anos. Ele segurava uma espingarda e me olhava curioso, com seus olhos cansados e a pele enrugada, junto de fios grisalhos em sua cabeça. Suas mãos tremiam com a arma nelas, como se ele não tivesse forças nem para segurar uma simples folha de caderno.

𝗥𝗢𝗦𝗔𝗦 𝗥𝗢𝗨𝗕𝗔𝗗𝗔𝗦 ━━ rinney. Onde histórias criam vida. Descubra agora