Ajude ele a enganar o irmão mais novo.

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Bocejando, Yoongi desceu os degraus, escutando os gritos histéricos da sua mãe e de Jimin que formavam um som agudo e alto e era capaz de penetrar os tímpanos de alguém, como se fossem um verme ou uma grave bactéria. Ele precisou cobrir os próprios ouvidos por um momento antes de terminar de descer a escada e caminhar lentamente em direção a cozinha, onde encontrou a mãe e o irmão mais novo no meio de outra incrível discussão sobre A Regra.

—Como é bom acordar em um ambiente calmo e pacífico como esse. —Debochou o moreno de cabelos médios, abrindo o armário de cima, procurando por uma caneca.

—Isso é ridículo. Por que eu não posso namorar até o anticristo namorar?! — Questionava Jimin, talvez pela milésima terceira vez naquela semana. Yoongi já tinha desistido de contar. Ele bocejou, após encontrar sua caneca com a caricatura do Axel Rose jovem e então foi se servir com um pouco de café. Em seguida, se virou para encarar a dupla que continuava a gritar um com o outro nervosamente.

Min Hayoon tinha apenas vinte e cinco anos, quando seu marido, Park Jehun foi para a guerra e nunca mais voltou. Sozinha, precisou trabalhar dia e noite para sustentar os seus dois filhos pequenos – na época Yoongi tinha quatro anos e Jimin um ano –, o que eventualmente a tornou em uma mãe bastante amorosa e compreensiva e por outro lado, profundamente protetora que prezava pela felicidade dos filhos a qualquer custo. E talvez, apenas talvez exagerasse em relação a vida amorosa dos filhos.

É claro que ela não era tonta de acreditar que Yoongi no auge dos seus vinte e quatro anos fossem virgem. Jimin tinha vinte e um e com certeza já colecionava algumas experiências nessa área, mas Hayoon se recusava veementemente a abrir a porta de sua casa para conhecer os "peguetes" do filho mais novo. Por ele ser uma versão idêntica a ela quando mais nova, Hayoon temia fortemente que o filho se machucasse e quebrasse a cara.

Pelo menos era o que ela dizia.

Yoongi não tinha muita certeza se acreditava no que a mãe dizia ou não, mas desde cedo ele aprendeu que era melhor simplesmente não questionar. Para evitar discussões inúteis – exatamente como a que ela e o filho mais novo estavam tendo no exato momento.

Ele sinceramente não entendia o desespero de Jimin de arrumar um namorado. Relacionamentos eram um porre do caralho e tudo o que ele via para onde quer que olhasse eram apenas chifres, desilusões e pessoas traumatizadas. Eca. Por que alguém iria querer isso para a própria vida? Não fazia o menor sentido.

Apesar de que Jimin por inteiro não fazia sentido. Ele tinha uma fila enorme de pretendentes e insistia em correr atrás do maior canalha da universidade.

—Você chamou quem de anticristo, Ji? — O mais velho perguntou estreitando os olhos na direção do caçula que, tropeçando nos próprios pés, fez questão de se afastar o mais rápido possível para não ser atingido de surpresa por um forte peteleco no pé da orelha.

—N-ninguém — Jimin fingiu tossir, andando até ficar parado ao lado da mãe. — Mãe, é sério, dessa vez é diferente. Eu juro.

—Querido, todas as vezes que você disse isso, voltou para casa chorando desesperadamente e quem teve que enxugar suas lágrimas? Euzinha. — Ela acariciou os cabelos do filho. — Jimin eu amo você e quero que você seja feliz. Mas com um cara que valha a pena e não esses jogadores de futebol descerebrados que só pensam em enfiar o pau no buraco alheio.

Yoongi meneou lentamente a cabeça em concordância. Tinha conhecido vários caras desse tipo. Vários mesmo. Poderia enumerá-los ou lista-los por ordem alfabética ou até mesmo camisa de time. Eram uns ratos pervertidos, e a maioria, tudo hetero fake que gostava de usar os sentimentos dos outros para fins egoístas. Ele abominava jogadores de futebol.

Manual de como namorar Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora