Capítulo 3 - Sofia

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No dia seguinte, estava que não me aguentava sentada naquela cadeira da recepção, estava tão nervosa! Como eu chegará à tal ponto? Ainda mais eu, que já tinha me apaixonado outras vezes, já tinha ficado com outros caras... Era diferente, eu sentia algo tão forte! Sentia que daquela vez as coisas iriam dar certo comigo...

No final da tarde, os dois chegaram, dei um oi tímido para os dois e olhei mais para o Bruno, por que sabia que Bruno tinha mostrado nossa conversa pro Felipe e vice-versa. Não olhei para nenhum dos dois o treino deles inteiro, mesmo eles indo correr nas esteiras do lado da recepção, conversava com minha colega, fingindo nem dar atenção à eles. Chegou o final do meu expediente, desliguei o computador e fui pegar minha bolsa, sai da academia e os dois logo vieram atrás. Como combinado, esperei eles e sem fones de ouvido. Bruno falava bastante, o tempo todo, na verdade, eu e o Felipe ficamos quuietos no começo, depois conversamos juntos. Quando meu ônibus chegou nos despedimos os três e Felipe falou:

-Amanha posso vir de novo?

Eu fiz que sim o cabeça e subi no ônibus. Quando cheguei em casa fui logo ligando o notbook e dentro de 10min, Felipe logo me chamou, conversamos a noite toda, nos conhecemos bem melhor e nos despedimos.
No dia seguinte, Bruno não nos acompanhou até minha parada de ônibus, Felipe e eu nos sentimos mais a vontade, e conversamos sobre diversos assuntos. A companhia dele até a parada de ônibus depois da academia se repitiu por mais três noites, cada vez mais eu queria saber mais daquele rapaz... Queria tocá-lo, beijá-lo, mas e se ele quisesse apenas amizade comigo? Ele era tão educado, atencioso...
No dia seguinte acabei ganhando dois ingressos para ver um filme no cinema e chamei ele para ir comigo, ele aceitou de imediato, marcamos para o sábado e no dois dias seguintes ele não foi malhar porque estava fazendo hora extra no trabalho.
E no sábado, encontrei ele de tarde na frente do shopping, sempre quando via ele ficava nervosa, e não sabia o que falava, ele puxou assunto:

"E ai, qual filme vamos ver?"

"Pois é, não tive tempo de olhar no site os filmes, mas não quero de terror."

"Hmm, como foi você quem conseguiu os ingressos, eu pago a pipoca e o refri."

Apesar de não ter gostado muito da ideia, concordei. Subimos até o andar do cinema e escolhemos uma comédia, compramos a pipoca, o refri e umas balinhas e entramos na sala do cinema, o filme começou, ele colocou o braço em volta de mim, me puxando para encostar a cabeça em seu peito.

Que cheiro gostoso ele tinha!
Ele tava tão lindo com o cabelo penteado para trás e de bermuda branca.

Então, comecei a passar os dedos de leve no seu braço, a pele era macia e continuei fazendo carinho timidamente, sem olhar para o rosto dele. Eu queria tanto provar aquela boca! Em um momento do filme, com a mão que está pousada no meu braço ele chama minha atenção e cochicha no meu ouvido:

"Está gostando do filme?"

Eu timidamente, olho para ele a fim de encarar seus olhos, e respondi:

"Sim, e você?"

Neste momento, encaro os lábios dele e ele responde:

"Também estou."

Em uma explosão de adrenalina, eu aproximo meu rosto do dele, olho para seus olhos um ultimo instante e o beijo.

Ai meu Deus! Que beijo!

É simplesmente o melhor beijo, daqueles que não te dá vontade de parar. Mas, quando parou, virei rapidamente para o telão do cinema para encarar o filme. Ele me apertou um pouco mais no abraço dele e eu continuei sem olhar. Na saída do cinema ele pediu se eu queria dar uma volta no shopping antes de ir pra casa, concordei e fomos caminhar. Contei à ele que ia começar um estágio de tarde na Secretária de saúde da cidade, e que trabalharia na academia das seis às dez da noite. Sentamos numa mesa na praça de alimentação e ele então disse:

"To indo pro Rio de janeiro, no casamento de uma prima..."

"Ah, puxa vida, que legal! Eu não conheço o Rio ainda... Quanto tempo tu vai ficar?"

"Só vou ficar duas semanas."

Fiquei meio deprimida, pois provavelmente ele ficaria com outras gurias lá, saíria e mal falaria comigo. Parecendo notar minha primeira reação, ele respondeu:

"Mas, vai ser pouco tempo."

"Mas, a gente não vai mais se ver e nem se falar mais e tal."

"No hotel vai ter WiFi, e eu posso te ligar."

"Ai sim, jura que tu vai me ligar, vai gastar bastante créditos."

"Ligo igual..."

Achei tão fofo ele falando todo sem jeito...

"Eu tenho que ir, me acompanha até a parada de ônibus?"

Ele deu um sorriso, não um sorriso, aquele sorriso e fez que sim, eu levantei e ele pegou na minha mão. Andamos em silêncio e lá na parada conversamos sobre a minha irmã que tinha recém nascido.

"Eu me dou bem com crianças, sabia?" - disse-me ele, todo sorridente.

"Sério? Eu adoro crianças! Estou bem feliz com minha irmãzinha, na verdade, sempre quis um irmão caçula."

Ele me abraçou apertado, eu dei uma risada e retribui o abraço.

"Aquele é meu ônibus." - apontei triste para o ônibus que se aproximava.

"Se cuida, e liga a webcam pra mim hoje" - Disse-me ele me dando outro beijo daqueles de faltar ar.

"Tchau" - Eu disse, triste porque queria passar mais tempo com ele.

Subi no ônibus e fui pra casa, já eram sete horas da noite, e já sentia falta daquele cheiro, para mim era difícil uma vez recusar o convite de uma festa, mas aquele sábado fiquei até tarde da madrugada conversando com ele no skype, rimos, conversamos e cada vez mais eu gostava dele. Ele sempre me elogiando, dizendo que eu estava linda, me mandando músicas, me contando sobre a infância dele. Era incrível, como que falando com ele eu não sentia fome, sono, cansaço, eu esquecia completamente o resto das coisas.

Presente do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora