chapter I

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boa leitura :)

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Antigamente, o rei e a rainha dos mares eram felizes com seu único filho. Nos dias de verão, os três iam à uma praia remota, numa ilha distante, e tomavam sol deitados nas pedras quentinhas. Isso era quando os humanos ainda não haviam descoberto essa tal ilha.

Em um belo dia de verão, no pôr do sol, o pequeno príncipe tritão, Harry, com apenas três anos de vida,  sua mãe, a rainha, e seu pai, o rei dos mares, estavam apreciando a vista que a superfície os proporcionava do esplêndido pôr do sol. Os três estavam de costas para o oceano, portanto não viram o gigante navio que se aproximava da ilha. 

- Olhe, querido, como está lindo o sol - A rainha dizia para seu filho, apontando ao astro. sua cauda brilhava ao sol, o que chamou a atenção de um dos marinheiros do navio, que prontamente avisou ao capitão, que atirava constantemente contra os três. 

- Sereias! Sereias! - Gritavam os marinheiros, atirando suas flechas e balas contra o rei e a rainha.

- Fuja Lily! - Gritava o rei, desesperado. - Leve Harry! Fuja!

- Não! Venha com a gente! - A rainha gritava, aos prantos, segurando a mão de seu filho e estendendo a outra para seu marido, pronta para fugir. Mas já era tarde demais. Uma flecha enorme acertou o coração do rei  que escorria um sangue dourado que brilhava ao sol e cegava os marinheiros. A rainha soltou a mão de seu filho, alegando que iria salvar seu pai, e o mandou fugir o mais rápido possível.

E foi isso que o pequeno príncipe fez. Ele nadou, com todo o seu medo, e a esperança de que sua mãe voltaria com seu pai a salvo e em segurança. Quando ele chegou ao palácio, ele esperou. E esperou. Mas ele nunca mais voltou a ver sua mãe ou seu pai. 

E foi assim que o príncipe Harry ficou órfão, e com a maior responsabilidade de todas: governar um povo.

***

Quatorze anos depois, o príncipe Harry, já com dezessete, estava impacientemente esperando seu aniversário de dezoito anos, que seria daqui a dois dias, bem na Lua Coral, ou Lua de Fogo, como os humanos a chamavam na superfície. Seus tios, Sirius e Remus, eram encarregados a cuidar do príncipe até que ele atingisse a maioridade. Mas o príncipe tinha o dom do pai de passar despercebido dos guardas, e, consequentemente, de seus tios, coisa que os deixavam loucos. No caso do dia de hoje, era para o príncipe estar estudando a história da família real com sua governanta, Madame Mcgonagall, mas ele estava no mercado da Villa Darya com seus amigos, Rony e Hermione, uma amizade que Madame Mcgonagall desaprovava por completo. 

- Desculpa não poder ter acompanhado vocês na última exploração, rapazes. - Disse Hermione, uma sereia com longos cabelos ondulados marrom-aveludados, e uma sedosa cauda azul- safira, que dava inveja às outras sereias do centro de estudos. - Acharam algo interessante? -Ela pergunta, passando a mão nos cabelos.

- Com certeza! - Harry e Rony respondem ao mesmo tempo, o que faz os três caírem na risada. -Espera só para ver. - Rony diz - Scuttle nos contou sobre...como era mesmo a palavra?

- Dinglehopper - Harry responde com dificuldade, mostrando o artefato novo - ele disse que os humanos usam isso para arrumar o cabelo. Mas, mudando de assunto, Padfoot e Moony vão fazer uma festa para mim, daqui a dois dias. 

- Que legal, Harry! - Hermione exclama, mas logo vê o rosto de seu amigo - Mas você não parece muito feliz com isso, não é?

- Não, não, eu estou muito animado! - Harry responde, com animação falsa e um sorriso pequeno - eu só ia perguntar para eles se eu poderia ir á superfície, sabe?

- Mas você não disse que eles haviam proibido qualquer tipo de perguntas assim? - Rony pergunta baixinho ao moreno. A superfície era um assunto delicado para todos na villa, já que o rei e a rainha haviam sido assassinados por humanos. Por muito tempo, Harry ficou com medo da superfície. Ele ainda tinha um pouco, mas a superfície sempre teve sua curiosidade. Ele e seus amigos constantemente iam explorar navios naufragados, e todos os objetos que haviam lá. 

- Sim. Mas eles não poderão me impedir. Eu vou ser maior de idade. - Harry responde com orgulho. Ele então olha para cima, com esperança. Seus tios iriam deixa-lo, não é mesmo? O sol estava cada vez mais longe, significando a hora da segunda refeição. - Preciso ir, até mais! - Ele se despede de seus amigos, voltando para o castelo.

Enquanto nadava de volta para o castelo, o príncipe ficou imaginando como seria a vida lá em cima. Ele poderia dançar, andar e correr com suas... qual era a palavra? Ah, pernas! Ele poderia perguntar sobre coisas e receber respostas diferentes de "Não precisamos saber dessa baboseira, agora volte já para a sua lição, vossa alteza" igual sua governanta o respondia.  Ele poderia conversar e até mesmo conhecer alguém especial, pois ele sabia que nem todos os humanos eram criaturas sedentas por sangue. As... como era mesmo? Aha, ruas! As ruas que ele andasse ficariam sempre enfeitadas com corais. Será que eles tinham corais na superfície? Harry ama corais, eles são muito versáteis, qualidade admirável. Ele poderia ficar ao sol o tempo inteiro, como ele às vezes fazia com seus pais quando era mais novo. Naquele tempo, sua mãe o contava histórias sobre...como era? Sim, sapos e feras e princesas que se casavam com eles. Mas Harry não entendia, por que alguém iria querer se casar com um sapo? Mamãe havia lhe dito que sapos eram nojentos, tipo enguias. ele poderia saber se essas histórias eram verdade ou não. Talvez até se casasse com um sapo! Mas talvez essa não fosse a melhor das ideias. Mas Harry tinha ótimas ideias, e isso ninguém ousaria discordar.




the little mer(man?) • drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora