Capítulo 07

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Isabela Casagrande

Quando acordo Guilherme não está mais na cama e soube também que ele tomou café rapidamente e saiu.

Eu ligo para seu celular, mas chama e ninguém atende. Fico preocupada!

Nunca tinha visto Guilherme bater em alguém e ontem ao sair do banheiro feliz e aérea Tom estava jogado no chão com o nariz sangrando, mas mantendo o sorriso idiota no rosto.

Eu tomo café da manhã com Artur, mas meus pensamentos estão tão longe.

Procuro por meu celular e vejo que o mesmo está na mão do Artur.

- Papa - Ele murmura e aponta pro celular.

- Alô? - Falo e começo a ouvir uma conversa e não reconheço a voz de imediato, mas quando escuto a voz do meu marido fico em alerta.

Percebo que ele não se deu conta que atendeu a chamada que Artur deve ter feito.

- Tom não viu nada que aconteceu entre você e sua esposa, mas ele quase te processou por agressão! - Escuto a voz de Andrea.

- Eu não estava brincando quando disse que quero ele longe da minha esposa - Ele fala irritado.

- Isso não era um problema para você antes, não entendo o motivo de ser um problema agora - Percebo que ela faz um tom de voz mais sexy.

Eu arqueiro a sobrancelha e fico incrédula, pois não sabia que eles tinham esse tipo de intimidade.

- A minha vida íntima não lhe interessa, e a minha relação com você vai ser cada vez mais profissional - Ouço ele falar irritado.

- Como você quiser, mas te digo que meu marido não vai parar até conseguir o que ele quer - ouço Andrea falar.

- Por qual motivo seu marido está obcecado pela minha mulher? Guilherme pergunta e reconheço a frustração em sua voz.

- Ele quer saber o sabor da sua mulher, assim como, você sabe o meu - Ela fala e meu estômago revira.

Sinto como se me faltasse o ar!

Não escuto nada por alguns segundos e olho para a tela do celular pensando que ele se tocou que estava em ligação e desligou, mas escuto a voz de Andrea logo em seguida.

- E também por causa disso - Ela fala e escuto alguns gemidos abafados e fico louca pela casa sem saber o que está acontecendo.

- Papa - Artur fala e isso faz com que Guilherme responda.

- Artur - Eu desligo o celular com a mão tremendo e não quero acreditar no que estou pensando.

Guilherme está me traindo! Eu respiro fundo tentando conter as lágrimas. Não quero que meu filho me veja chorar!

No momento de pura raiva eu penso em sair de casa e levar Artur comigo, mas paro pra pensar e quatro opções me vem à mente:

1 - Ligar pra Sandra e contar o que acabou de acontecer e ela vai me aconselhar a pegar Luca de verdade já que Guilherme estava com ciúmes e chifre trocado não dói;

2 - Ligar para meu pai e contar o que houve e ele com toda certeza vai querer matar Guilherme;

3 - Ir até o hospital e fazer uma cena e estapear Andrea e logo em seguida Guilherme;

4 - Sair para curtir um dia de sol na praia com meu filho e tentar esquecer um pouco os últimos minutos.

Depois se chorar um pouco no banho escondida do meu filho a quarta opção é o que mais vai me fazer bem no momento.

Por isso, eu desligo o celular e recolho as coisinhas de praia de Artur e vamos aproveitar esse lindo dia, assim faço meu filho feliz e alívio um pouco o aperto que estou sentindo no coração.

Pois por mais que eu tenha ouvido aquela conversa estranha e aqueles gemidos eu não consigo acreditar que Guilherme faria isso comigo e com a nossa família.

Por isso, preciso tirar um tempo para curtir meu filho e não pensar muito nisso agora, pois não quero agir por impulsividade e acabar me arrependendo.

Passeio por Copacabana e o sorriso de Artur é o que me anima. Brincamos na areia e tomamos banho de mar.

As horas passam tão rápido que quando me dou conta já são duas da tarde e comemos tanta besteira na praia que Artur com toda certeza não vai querer almoçar.

- Sovete mamãe - Ele murmura apontando pro rapaz que passou vendendo sacolé.

- Está na hora de irmos almoçar, Artur - falo e ele faz birra.

- A mamãe promete que compra um sorvete grandão pra vocês depois do almoço - Sussurro e ele me olha com os olhos brilhantes.

- O papai pode tomar um pouco desse sorvete - Ouço a voz de Guilherme e vejo que ele ainda tá com a roupa do trabalho.

- O que tá fazendo aqui? - E minha voz sai com mais raiva do que pretendia.

- Claro papai - Artur grita e corre para os braços do pai. Eles começam a brincar e Guilherme compra um sorvete pra Artur e tira a roupa do trabalho ficando sem camisa e com a calça aberta e vejo que ele tá usando uma cueca branca.

Eu o bebo com o olhar e só de lembrar do que ouvir no celular fico possessa de raiva.

- Estávamos indo embora antes de você chegar, Guilherme. Já ficamos tempo demais tomando sol - Falo e arrumo as coisas de Artur.

- Posso saber por qual motivo você está irritada comigo? - Ele questiona e olha em meus olhos e não consigo evitar que meus encham de água.

- Isabela se foi pelo que aconteceu ontem, me desculpe! Eu não quiz falar daquele jeito com você - Ele sussurra e estou por um fio de gritar com ele.

Olho em seus olhos e só de pensar que ele possa ter me traído sinto uma dor que sou incapaz de descrever com palavras.

- Só vamos para casa. Estou cansada de tanto tomar sol. - Falo.

- Mamãe você me prometeu sovete - Artur fala e isso é o que me faz rir, assim como, me faz evitar discutir com Guilherme sobre o que escutei hoje de manhã.

Caminhamos para seu carro, e ele coloca Artur na cadeira e quando entra no carro, tenta me beijar, mas eu o evito.

Durante todo o caminho que voltamos para casa eu volto em silêncio e fito a janela.

Evito olhar para Guilherme!

Quando entramos em casa Guilherme carrega Artur que estava quase dormindo e vejo quando ele entrega nosso filho para Angélica e pedi que ela dê banho nele e coloque seu almoço.

Eu vou para nosso quarto e me preparo para tomar um banho longo.

- Você pode me dizer o que está acontecendo? Chego em casa procurando vocês e não encontro, te ligo e seu celular dá desligado - Ele fala e não sei de onde eu tiro essas palavras, e sem pensar nas consequências, eu digo:

-Quero o divórcio!

Não me matem!!! Até o próximo 😱

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