Soigné

Un; Luxe

Você sabe que a qualquer momento nós podemos parar, certo?

Tudo isso é sobre consentimento.

As palavras de Taehyung ecoavam na mente de Jeongguk enquanto o rapaz estava sentado na cama, com as costas apoiadas à cabeceira, apenas uma calça de moletom no corpo. Concentrado, ele olhava para as suas mãos entrelaçadas sobre o colo, os dedos às vezes guerreando entre si num gesto que traía o seu nervosismo. A voz de Taehyung agia como um calmante avassalador às emoções conflitantes que não paravam de gritar em sua mente. E, aos poucos, Jeongguk sentia o nervosismo deixando os seus músculos enquanto ele repetia as afirmações do namorado.

Sentia-se mais preparado para o que aconteceria logo mais — a ansiedade que tomava o seu âmago não era mais por conta do nervosismo de outrora.

Ele desviou os olhos das mãos quando ouviu o barulho característico do chuveiro sendo desligado. Minutos depois, quando Taehyung saiu do banheiro, Jeongguk o observou intensamente enquanto o namorado fechava a porta e lançava um sorriso em sua direção. A pele de Taehyung ainda apresentava-se ligeiramente úmida, os fios esverdeados bagunçados e os lábios repuxados num sorriso que mostrava todas as segundas intenções que se formavam em seu âmago. Trajado numa das infinitas camisas gigantescas (e brancas) de Jeongguk, Taehyung estava deslumbrante na sua simplicidade — a pele naturalmente bronzeada contrastava com o tecido escuro da roupa, chegando a cintilar sob a luz do quarto.

— Você tá bem? — perguntou Taehyung enquanto andava em sua direção. As passadas dele eram lentas, iguais às de um predador antes do abate, os quadris se movendo de um lado para o outro sensualmente.

Jeongguk não o respondeu de imediato, visto que estava hipnotizado com o bambolear alheio, os olhos grudados à maneira que o tecido da camisa estava grudado à pele molhada do namorado. Taehyung era uma pessoa tão alta quanto Jeongguk, mas o seu corpo era mais esguio e desprovido dos músculos que o moreno portava. Esbelto, essa era a palavra que descrevia os quadris fartos e a franja que caía em frente aos olhos mais profundos que Jeongguk já conhecera.

Com a garganta seca como se tivesse passado semanas num deserto, Jeongguk só voltou a se focar no presente quando Taehyung subiu em seu colo subitamente. A camisa que atingia as coxas dele se ergueram, e Jeongguk colocou as mãos na cintura alheia de prontidão quando o peso de Taehyung se assentou em seu colo, os seus dedos tatuados afundando na gordura que tinha ali. O corpo do namorado se moldou ao seu facilmente, naquela harmonia ímpar que estavam tão acostumados a sentirem quando juntos. Taehyung segurou o seu queixo e obrigou-o a encará-lo, o sorriso de outrora ainda presente em seus lábios rosados, embora agora as sobrancelhas estivessem levemente franzidas em preocupação.

— Gukkie, eu lhe fiz uma pergunta.

Jeongguk encarou Taehyung por alguns segundos.

Soltou a respiração que não sabia ter prendido.

— Eu estou bem, hyung..

— Tem certeza?

Jeongguk assentiu ao pressionar os lábios contra o queixo de Taehyung e deslizar as mãos pelas pernas dele, desenhando uma linha imaginária pela tez dourada em direção aos joelhos dele para, logo em seguida, subir em direção à bunda do Kim, onde o moreno descansou as mãos após apertar as nádegas de Taehyung e receber um olhar cerrado deste.

Ambos sorriram em cumplicidade.

— Tô bem, hyung, de verdade — falou com mais convicção. — Na verdade, estou um pouco nervoso.

— Eu entendo o nervosismo; é a sua primeira vez e me lembro como eu me senti na minha primeira sessão — Taehyung respondeu prontamente, as mãos erguendo-se para afagar os fios escuros de Jeongguk e deixar seus dedos brincar com o undercut na nuca dele. Os ombros de Jeongguk relaxaram sutilmente com o toque do namorado. — Maaaas, nós conversamos sobre isso, certo? Já delimitamos toda a cena... Mas se você não se sentir confortável, nós podemos simplesmente assistir a algo na Netflix e esquecer que essa ideia um dia existiu.