Una vez más | NeyMessi

Parte II

Despedidas eram sempre um pé no saco, se tratando de qualquer um e qualquer coisa, mas para Messi, quando se tratava de se despedir de Neymar, era algo terrível. Horroroso.

Ele experimentou da primeira vez e odiou aquele sentimento com imensa profundidade, faria qualquer coisa para não sentir aquilo de novo, queria que passassem mais alguns anos jogando lado a lado, mas teria que ser o egoísta da vez, pois não queria continuar naquele lugar, sua aposentadoria não estava longe, e ele desejava encerrar sua carreira em um lugar melhor, com uma torcida melhor. E assim como da primeira vez, eles não sabiam o que o futuro lhes reservava, mas sempre era algo surpreendente, estavam tristes pelo até logo ter vindo bem antes do que imaginavam, mas ambos entendiam que entre eles, isso nunca era um adeus, tampouco haveria um.

Ainda assim, seria hipocrisia dizer que o coração deles não estava doendo, que no vestiário não estavam evitando aprofundar aquele assunto, que não disfarçavam com brincadeiras e que não se calavam com beijos. Seria mentira dizer que não estavam preocupados com o futuro, que não estavam indecisos, que o fato de não saberem quando poderiam se encontrar de novo quase os deixava louco. Era nostálgico, sim, não era fácil se desligar outra vez, eles amavam ser essa dupla, eles amavam dividir o campo como uma dupla, eles gostavam de ver as pessoas referindo-se a eles assim, adoravam ver os fãs gritando seus nomes assim, se divertiam com aqueles que explanavam o bromance, sentiam-se lisonjeados quando eram nomeados o melhor bromance, se estes ao menos soubessem que entre eles não havia o B, que eles eram um romance completo, e o que viveram até ali daria um belo e longo livro de amor.

Seus altos e baixos, não estariam mais juntos para comemorem um gol, não estariam mais perto para consolar um ao outro depois de uma derrota. Eles já tinham experimentado essa separação, e isso era uma droga, isso era complicado, não era nada fácil de manter, nada simples de esconder, eles sabiam como funcionava, sabiam o que tinham que fazer, mas isso não era reconfortante. Eles ainda teriam que se separar, e parecia que esse tempo juntos passou em um piscar de olhos, eles sentiam como se não tivessem aproveitado nem metade do que deveriam ter aproveitado.

O sentimento era horrível. E eles não queriam falar sobre isso, entraram em um consentimento mútuo sem nem perceber, talvez fosse por isso que ao chegarem em casa, eles não disseram uma só palavra sobre aquilo, simplesmente jogaram suas coisas pelos cantos e beijaram-se durante todo o caminho até o quarto. Como da primeira vez, levaria algumas semanas até que a ficha começasse a cair de verdade, por enquanto, eles pareciam estar abafando aquele sentimento, escondendo as palavras.

Neymar estava grudado em Messi, beijando ferozmente sua boca, ofegando alto sem se importar com o eco, e quando tiraram suas blusas, ele voltou a beijá-lo com mais intensidade, roubando impiedosamente todo o ar daquele homem que estava lhe deixando.

— Ney, Ney — Messi o chamou, empurrando levemente seu rosto, virando um pouco do seu em busca de mais oxigênio, seus lábios doíam pela força dos beijos, pelas mordidas também. — Calma. Temos tempo.

Não tinham tanto tempo assim. Pelo menos não tanto quanto Neymar queria que tivessem, então ele não estava nada calmo, ele estava surtando. Foi sua ideia levá-lo para sua casa, foi sua ideia fazer aquela despedida usual, mas estava enlouquecendo, não queria perder nem um segundo, parecia temer que Messi desaparecesse de um minuto para o outro. Mas também não queria desmaiá-lo por falta de ar, por isso o deixou respirar, descendo com seus beijos para o pescoço que amava marcar, pouco se importando se alguém questionava sobre aquilo, ele era possessivo com Messi, sempre foi, nem haviam alcançado a cama, e já queria consumi-lo todo para si.

Sentindo os carinhos pelas suas costas, Neymar desabotoou sua calça e a dele, puxando ambas, uma atrás da outra, com agilidade e pressa, livrando-se de tudo, deixando-os completamente sem nada. Apenas pele com pele. Enquanto lhe apertava e passava a língua sobre a pele branquinha, ele ponderou, se ao menos tivesse aproveitado mais de sua companhia em campo, se tivesse sido mais cuidadoso, talvez aquela fratura não tivesse acontecido, talvez eles pudessem ter vencido juntos, talvez tivessem conseguido cumprir a promessa. Neymar realmente não queria focar nisso, tentava desviar a mente, mas ele sentiu uma certa culpa, ele xingava a si mesmo por acreditar que perdeu um tempo, ao qual não poderia ter se dado o luxo de perder, ele deveria ter aproveitado mais, ele deveria ter cuidado mais.