1 || minha salvação

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Eu voltava do CT um pouco tarde, já que o treino havia se estendido,porque nos últimos dias Dorival vem pegando pesado pra nos preparar para os jogos da Libertadores e da Copa do Brasil, seria intenso e nosso treinador quer que a gente ganhe

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Eu voltava do CT um pouco tarde, já que o treino havia se estendido,porque nos últimos dias Dorival vem pegando pesado pra nos preparar para os jogos da Libertadores e da Copa do Brasil, seria intenso e nosso treinador quer que a gente ganhe. De uma forma ou de outra.

Estou exausto e amanhã ainda tem jogo pela Libertadores,nas oitavas de finais.

Como estava sem carro,decidi que ia andando, precisava queimar as calorias que ganhei na casa da minha mãe.

Estava tão avoado em pensamentos que nem percebi aonde que vim parar. Estava em uma rua,do lado tinha becos escuros,as ruas faziam zig zag. Por sorte, acho que ainda era caminho para meu apartamento,apesar de muito longe. Se eu conseguisse saír daqui, na próxima rua pegaria um Uber.

Continuava o meu trajeto até começar a ouvir gritos vindo do próximo beco. Eu sei que eu não devia dar uma de herói e ver o que acontecia, porém, eu não me perdoaria se soubesse que passei por algo assim e não impedi,sabendo que podia.

Então foi o que fiz. Assim que entrei vi uma das piores cenas da minha vida,se não a pior. Uma mulher era prensada na parede,ela gritava, esperneava e se debatia contra o brutamontes a sua frente,mas não conseguia crédito pelo tamanho do cara e provavelmente a força, já que ele tinha seu pau pra fora,e tentava abaixar o short da moça. E ele conseguiu, eu estava travado, não conseguia me mexer. Ele apartava seus braços a ponto de ficar a marca de suas unhas e mãos,ele dava beijos molhados por lugares aleatórios. Acho que aquela visão nunca sairia da minha mente. A mulher parecia já ter desistido de lutar contra ele,mas seus gritos só aumentaram.

A moça me olhou,suspirou e logo depois arregalou os olhos e sem voz nenhuma, ela 'disse' ; — socorro.

Aquilo com toda certeza me deu um aperto no coração e sem muito pensar,parti pra cima do cara, sem o dar chance de se defender ou revidar. Dei um soco pelo o que eu vi, outro soco pelo o que fez, mais um pelo o que ia fazer, outro por ser babaca, mais um soco por ser um estrupador de merda, outro por ser uma pessoa desprezível,mais um e mais um...

Soquei até desmaiar e antes mesmo de perguntar se a moça tava bem,liguei pra polícia

— 190,qual a sua emergência?

— Uma mulher quase foi... quase foi... — eu não conseguia terminar a frase,eu travava.

— Uma mulher quase foi... ? — me instigou a prosseguir.

— Quase foi... — eu não conseguia, não entendia o porque, mas eu simplesmente não conseguia. — Desculpa,eu não consigo dizer isso.

— Ok,senhor. Você saberia me dizer o endereço?

Eu não sabia aonde estava, realmente não sabia. Procurei uma placa por perto que me dissesse e achei. Disse o endereço e depois não falei mais nada.

Assim que desliguei, segui até a parede aonde a moça se encontrava sentada no chão se abraçando.

— Moça, está tudo bem?

𝐌𝗂𝗇𝗁𝖺 𝗦𝖺𝗅𝗏𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora