No passado, Primeira Era Ninja...
Otsutsuki Indra queria apenas comer os dorayakis que restaram do jantar, só que ao entrar na cozinha, ele se depara com um dos sentinelas da família e...uma garota, suja, ferida e com frio. Ele logo ficou compadecid...
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Primeira Era Ninja, Ano 13.
Ela corria como nunca antes precisou correr em sua vida, pois era impulsionada pelo medo e pela aflição que corroía os seus ossos e fervia o seu sangue.
Ela tinha esperanças de encontrar alguma ajuda, ou até algum abrigo. Principalmente um abrigo, já que era o que ela mais necessitava naquele instante. Seu coração batia rápido e forte como um tambor de guerra querendo se libertar das celas de seu peito. O medo o agitava.
Medo. Angústia. Tristeza. Ira. Toda essa amalgama de sentimentos agora a movia para bem longe do lugar que ela costumava chamar de lar e do seio de sua família. Enquanto corria, ela rogava baixinho para que as deusas sagradas do seu povo a protegessem durante todo aquele percurso de fuga que era um caminho muito nebuloso. Ela rezava com as exatas palavras que sua mãe a ensinou e com outras que ela improvisava no meio daquele desespero.
Depois de longos minutos, ela deu uma pausa em sua correria, como já tinha feito várias vezes durante aquela noite tortuosa. Ela apoiou uma de suas pequenas mãos no tronco longo e grosso de uma árvore velha, que possuía uma copa repleta de galhos cobertos de folhas dos mais variados tamanhos. Sua outra mão apoiou-se em seu joelho quando ela dobrou um pouco o corpo para a frente, respirando de maneira acelerada, entrecortada, buscando fôlego com a boca aberta ao mesmo tempo que bania o ar de seus pulmões cansados por ela.
Ela não conseguia respirar direito, pois não havia um resquício de calma presente em seu corpo para que isso fosse possível. Os ventos gélidos chicoteavam contra a sua pele, fazendo com que a roupa molhada que vestia grudasse ainda mais no seu corpo. Isso a fazia tremer de frio, porém, não era só isso. O medo também a fazia tremer.
Ela queria se sentar entre as raízes sobressalentes daquela árvore grande e robusta, mas sabia que, se fizesse isso, não ia mais conseguir correr com o afinco que ainda restava em seus ossos. Naquele momento, poder se sentar era um luxo que ela não podia usufruir. Não só por causa do medo de acostumar seu corpo ao descanso, mas também em razão do medo que tinha deles. Eles não podiam encontrá-la depois de sua mãe ter dado a vida para que ela continuasse viva.
Todo aquele lugar, todo aquele momento parecia até mesmo uma armadilha que o destino montou com a intenção de mata-la aos poucos para se desfrutar do seu sofrimento a cada segundo, e se deleitando com sua dor física e emocional até que não aguentasse mais e se rendesse aos braços da morte.
Mas ela se recusava a se render. Com a determinação de permanecer viva presente em cada centímetro do seu espírito, resolveu voltar a correr por aquela mata e entre aquelas árvores. Aquela noite não possuía uma boa iluminação para ajuda-la naquele caminho, como se a lua tivesse optado por não brilhar naquela ocasião por saber o que iria acontecer durante o seu governo dos céus.
O rosto dela estava tomado pelo suor, pelas lágrimas que caíam de seus olhos, por pequenas feridas ocasionadas pelos esbarrões acidentais com os galhos afiados que ela não conseguia se desviar durante o caminho e, principalmente, pelas cinzas que carimbavam a sua pele. Ah! As cinzas.