A Princesa Gentil

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Num grande reino, aos longes, o rei banqueteia junto as suas três filhas, a mais velha se sentia muito valiosa, tão arrogante que sequer tratava seus servos com educação; a segunda das filhas era muito pessimista, deprimindo todos a sua volta como se sua vida fosse a mais patética de todas, tendo como principal sonho governar mas constantemente era rebaixada pela primeira; por fim, a última das três filhas, era gentil e muito doce com muitos e odiada por poucos, tão bela quanto a primeira e tão feliz quanto a segunda.

O Rei segurou seu pano e limpou sua barba grisalha, acertando seu nariz grande, percebeu que estava sangrando, se assustou e levantou-se em instantes.

- Mas o que está havendo!-Gritou o rei- Meu nariz está jorrando sangue, como isso aconteceu?

A primeira das filhas disse:

-Talvez seja um assassino infiltrado, tentando tomar vosso trono meu pai, ordene que os guardas investiguem o atentado.

Sentindo medo, suas pernas começaram a tremer, náuseas e um grande vômito voou pela sua boca, acertando a mesa.

A segunda das filhas disse, limpando sua roupa:

-Talvez seja uma doença fatal,irá morrer em breve meu pai.

Chocado, sentou na cadeira e colocou as mãos no rosto, chorando horrores.

A terceira filha andou até ele o abraçou, limpando seu rosto, dizendo:

-Talvez esteja muito adoecido, dizem que há uma bruxa na floresta escura, com gentileza conseguirei uma poção curativa, vou procurá-la e criar a poção, durma bastante na torre mais alta do castelo e se tranque, não se preocupe, vou fazer uma cópia da chave, meu grande pai.

A princesa arrogante se sentiu muito furiosa, com uma raiva intensa, pisou pelo chão da sala de jantar e sumiu por uma porta, sua irmã mais deprimida a seguiu.

Andando pela floresta das aranhas, onde as tarântulas falantes cochichavam a todo instante, relatavam sobre o cheiro doce da princesa no ar.

- O Cheiro da terceira princesa me lembrou da cozinha do reino, aquele pudim achocolatado parecia saboroso, pena que sou apenas uma aranha nojenta.-Uma delas susurra junto a sua amiga

Parando na frente delas, a gentil moça questiona:

- Olá pequenas aranhas, poderiam me dizer onde a casa da bruxa está?

Os aracnídeos entram no buraco, colocando apenas as patas para fora, a respondem:

- Não nos leve a mau jovem, mas a última coisa que iremos fazer é revelar a casa desta maldita bruxa.

- Ouvi que gosta de pudim, se me dizer onde ela mora, poderá pegar todos que quiser, o que me diz?

Gostando da ideia, saem da toca, sobem nos cabelos loiros da pequena e a guiam com suas milhares de teias, formando setas até chegarem na casa.

Com o último pisar naquela floresta escura, o cheiro de enxofre e graxa não agradava o olfato da garota, agradecendo as pequenas, foi deixada sozinha para entrar.

Quando entrou, se deparou com muitos livros jogados no chão, uma névoa rosada pelo teto e no meio da sala, um grande caldeirão que girava, sua borda era dourada e possuía entalhes cianos, a colher de madeira flutuava, mexendo no líquido que estava sendo preparado.

A Névoa tampava sua visão de quem estava atrás da caldeira, uma sombra negra com olhos azulados. A princesa sentiu medo, mas enfrentou com bravura, perguntando:

- Tu és a bruxa de quem tanto falam, capaz de criar uma cura para uma doença que seu rei está tendo, o matando aos poucos, poderia criar por mim?

A sombra gargalha, seu bafo incendeia toda a casa, com chamas que não causavam queimaduras, duas mãos magrelas surgem detrás dela, a prendendo perto do caldeirão.

Conto:A Princesa GentilOnde histórias criam vida. Descubra agora