A porta da casa foi aberta em um rompante, dando espaço para um pequeno furacão em formato de gente. Jisung entrou cantarolando e jogou a mochila no sofá, desfazendo-se dos tênis ao atirar um para cada lado. Se os demais habitantes da casa vissem a bagunça, com certeza ficariam fulos da vida, mas Han não estava preocupado com aquele detalhe. Ainda tinha muito tempo até que os outros chegassem, pois tinha sido o único a ser liberado mais cedo de seus compromissos. Isso queria dizer que a casa era todinha sua pelas próximas horas e que poderia tocar o terror sem se preocupar com represálias.
Morar com os meninos era muito divertido, porém sentia falta de poder andar pelado, cantar alto e deixar as suas coisas espalhadas pelos cantos, marcando território. Minho, Felix e Hyunjin eram organizados demais e não era novidade que o pequeno quokka destoava dos amigos nesse aspecto, pois era o tipo de pessoa que vivia melhor em meio ao caos. Prova disso era que o seu quarto parecia uma zona de guerra na maior parte do tempo e, mesmo assim, continuava sendo o seu lugar favorito no mundo.
Depois de espreguiçar-se demoradamente, se jogou no sofá disposto a gastar uns minutos vendo vídeos inúteis na internet. Chegou a dar algumas risadas e compartilhar links aqui e acolá durante um tempo, mas logo um ronco alto do estômago lembrou-o de que estava morrendo de fome. Tinha tomado um iogurte bem cedo e depois um frapuccino entre uma sessão de fotos e outra, no entanto já estava próximo das três da tarde e nem tinha almoçado. Precisava se alimentar logo porque, como dizia a vovó Han, saco vazio não parava em pé.
Levantou-se em um pulo, seguindo para a cozinha na intenção de preparar um de seus famosos sanduíches, com muito queijo, presunto, maionese e tomate. Jisung estava longe de realizar as proezas culinárias de Lee Know, porém era imbatível quando o assunto eram duas fatias de pão e um recheio. Dessa vez, pretendia mandar logo um x-monstrão bem rechonchudo para dar jeito naquela barriga vazia.
Assim que entrou no cômodo, deixou o celular sobre a bancada e abriu o armário para separar o saco de pão de forma. Pegou um tomate da cesta de legumes e saiu assoviando até a geladeira em busca da maionese.
O que encontrou ali, no entanto, quase fez o esquilinho dar um berro de emoção e entrar em polvorosa.
Ao abrir a porta, seus olhos foram agraciados com um enorme e magnífico bolo. Mas não era qualquer bolo. Ah, não. Sentiu vontade de ajoelhar-se e adorar o maravilhoso naked cake de dois andares, recheado com generosas porções de buttercream. Em seu topo, enormes morangos vermelhos reluziam em meio a suspiros frescos e florzinhas brancas de glacê, todos cobertos por uma apetitosa calda açucarada e cítrica.
Era tão incrível que parecia ter saído direto de uma revista, igualzinho ao que tinha visto em uma confeitaria de Paris durante a última viagem da tour. Na ocasião, Jisung tentou arrastar os amigos para dentro da loja, mas ninguém deu a mínima moral.
Céus, parecia um sonho. Ainda hipnotizado, passou a língua no canto da boca para recolher a saliva que quase escorreu por ali.
— Oi, bolinho lindo do Jijico — cumprimentou o confeito cheio de dengo, comovido. Que coisa bonita. Que coisa bem feita!
Deixou o tomate que segurava de lado e aproximou-se mais para poder ver aquela perfeição de perto. Teria se questionado quem era o responsável por tamanha obra de arte, porém acabou dando de cara com um bilhete que, até então, tinha passado despercebido. Franziu o cenho e contraiu os olhos, colocando as mãos na cintura ao ler as palavras em letras garrafais.
"NÃO MEXA NESSE BOLO NEM SE O MUNDO ESTIVER ACABANDO!!!"
Com toda aquela delicadeza, só podia se tratar de uma pessoa: Lee Know. Mesmo que tivesse ficado em dúvida, o desenho de uma faca ao lado do famoso Jureumi teria entregado o autor da notinha pouco amigável.
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Happy Halloween, jagiya! - OneShot | MinSung
FanfictionEm plena madrugada, Han Jisung tremia embaixo das cobertas ao escutar os barulhos fantasmagóricos que ecoavam da cozinha. Apavorado, agarrou-se à ideia de que sua melhor chance de sobreviver era bater na porta do melhor amigo em busca de abrigo. A ú...