Remonta - Clara Albuquerque Bastos

capítulo único

É a primeira vez que escrevo algo nesse aspecto, então, peço sinceras desculpas desde já caso alguma interpretação foi equivocada, má retratada e má conduzida da minha parte.

Verônica é a personagem que foi interesse amoroso do Ben só pra fazer ciúmes na Sol. No meu universo, como ela é advogada e eles tiveram um término amigável, ele convida ela para trabalhar junto dele e ajudar nas investigações contra o Theo, até porque Lumiar se tornou amante e cúmplice dele.

ALERTA DE POSSÍVEIS GATILHOS!!!
(abuso sexual, depressão)

Antes de tudo, meus agradecimentos especiais dedico à nana, kai kai, tháta e mc psicogata, grandes artistas e amigas que me inspiraram e me ajudaram a desenvolver essa escrita. E claro, à nossa querida Regiane Alves por ser essa pessoa maravilhosa e atriz incrível, mesmo que ela nem saiba o que é wattpad... Enfim, desejo à vocês uma boa leitura!

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— Clara, meu amor, licença... Tá tudo bem por aqui? É que a Verônica e o Ben já chegaram. Eu recebi eles por você, tá bom? Estão na sala com o Rafa, te esperando… ─ diz Helena entrando no quarto e indo até ela.

Clara não responde, estava alheia ao mundo ao seu redor. Mais cedo naquela manhã, Helena tinha lhe preparado um café na cama para ajudar a se manter um pouco mais leve e calma para o dia. E ajudou. Mas agora ela se encontrava dispersa, presa em seus pensamentos com um olhar perdido e marejado, encarando uma foto de um álbum que estava em suas mãos. Helena se senta ao seu lado na cama, colocando sua mão sobre o braço de Clara. Com um olhar preocupado a observa, depois olhando para a foto onde tinha Clara, Theo e um Rafa criança, todos com chapéus de festa, no que lhe pareceu ser um aniversário.

— O- oi, amor.. Ai, me desculpa! Eu, eu juro que eu nem percebi você entrar! ─ diz Clara limpando o rosto — Achei que conseguiria fazer isso sozinha, mas me perdi achando essas fotos e ainda não me arrumei... que merda! ─ diz ela com uma voz cansada.

— Ei! Não precisa se preocupar, está bem? Eu estou aqui junto com você. Se quiser a minha ajuda, estou à disposição. Sempre.

Clara sorri fraco desviando o olhar pra ela e respira fundo se aconchegando mais ao seu lado, com a cabeça em seu ombro.

— Essa foto... essa foto foi no aniversário de cinco anos do Rafa. Eu tinha preparado tudo. Chamei alguns familiares que tinham crianças, nessa época ainda não era tão afastada deles. Chamei uns amiguinhos da escola e estava tudo lindo! ─ ela faz uma pausa — Mas foi o dia em que o Rafa teve sua primeira crise de ansiedade e eu não soube o que fazer, não pude ajudá-lo. Eram muitas pessoas ao mesmo tempo e tinha que sair tudo perfeito, caso contrário seria culpa minha, mais uma vez. E o pior é que, de qualquer forma, foi isso que acabou acontecendo... Foi só quando, na hora de abrir os presentes, que as pessoas já tinham ido embora que ele se animou, nem pelo mínimo que fosse! E eu pude ver o sorriso dele se abrir novamente ganhando sua primeira câmera, que eu tinha comprado. Foi a primeira vez que ele me abraçou tão forte e sincero que, ali, só naquele momento que eu pude sentir o que era realmente ser mãe, sabe?

Helena escuta atenta e emocionada e a abraça, dando um beijo em sua bochecha e virando delicadamente o rosto de Clara pro seu.

— Que história mais forte, Clara! Eu te disse, o Rafa é um cara de muita sorte! Você é realmente uma mãe incrível!

— Não, eu não sou. Mães incríveis protegem seus filhos, Helena. Eu nunca pude, nem consegui fazer isso pelo Rafa. Só de pensar tudo que ele passou por minha causa, eu...

— Clara! Ei! Você sabe muito bem que nada do que aconteceu foi por sua causa! Muito menos por culpa sua! Ele mesmo já te disse isso e olha, o Rafa é uma das pessoas mais sinceras que eu conheço, graças à você! ─ diz Helena num tom calmo.