Harry POV - Parte 1

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HARRY POV

Tudo mudou naquela noite de abril quando eu e Draco pegamos detenção por, mais uma vez, brigarmos no meio do corredor. Lembro de entrar na sala aquela noite para cumprir a detenção com o professor Snape puto da vida com o loiro arrogante que já estava sentado na carteira em frente a mesa do professor seboso.

Como sempre, ao me ver, Snape fez uma cara de desgosto absoluto como se apenas a minha existência fosse a causa de todas as tristezas que tinha na vida. Respirei fundo e sentei na carteira atrás de Draco apenas porque não queria ter que olhar para sua cara. Ele já estava tendo o gostinho de me ver em detenção, não precisava ter o gostinho de me ver puto por isso. Assim, apenas sua cabeleira platinada e o alvo pescoço branco estavam aparecendo no meu campo de visão.

Snape levantou da cadeira, com sua cara de desgosto de sempre e disse, com as mãos juntas em frente ao corpo, de forma calma e pausada:

- Hoje vocês farão um resumo sobre a poção do morto vivo. Quero mais de cinquenta centímetros de pergaminho sobre ela. Como é preparada, o porque é preparada, seus efeitos. Tudo. Entenderam?

- Sim professor - Draco respondeu com sua voz melosa para cima do Snape. Sempre querendo agrada-lo. Revirei os olhos com a falsidade - Vai ser muito fácil.

Revirei os olhos de novo. Quanto tempo mais teria que aturar aquilo? Uma hora? Uma hora e meia. Levantei a mão e antes que Snape me desse permissão eu perguntei:

- Quanto tempo vai durar essa detenção professor?

- Vai durar até quando você parar de revirar os olhos Potter - Snape respondeu, com desgosto de sempre, e Draco deu uma risadinha. Se não estivéssemos em detenção tenho certeza que daria um tapa na cabeça dele.

- Bom... - Snape continuou, me olhando com nojo - Podem começar.

Foi mais difícil do que eu imaginei. A poção era extremamente complicada de se detalhar e ainda não tínhamos estudado ela. A cada palavra que escrevia sentia mais falta de Hermione. Ela saberia fazer isso com as mãos nas costas... Estava tão sem vontade que não demorou muito para que minha mente vagasse para o salão comunal da grifinória. A imagem apareceu extremamente clara na minha mente. Como era aconchegante e como meus amigos deveriam estar se divertindo lá.... Enquanto que estava preso nas masmorras cumprindo uma detenção e olhando para a cabeça de Draco Malfoy. Mais uma vez, revirei os olhos.

Draco passou a mão pelos cabelos e o perfume de seu shampoo veio em cima de mim. Ele parecia muito concentrado e escrevia cada palavra avidamente em seu pergaminho. Tentei espiar mas não consegui. Podia jurar que ele sabia o que eu estava fazendo e não me deixar olhar de propósito. Dei os ombros e continuei fazendo meu trabalho, ainda cercado por seu cheiro.

Não demorou muito para que eu me acostumasse com ele. Era doce, suave. Muito diferente do cheiro que eu imaginava em Draco. É claro... Ainda tinha cheiro de um produto desnecessariamente caro e que somente as famílias bruxas mais ricas teriam condição de comprar. Era inebriante.

Já eu não usava muitos perfumes, Rony vivia me dizendo que garotas não se atraem por cheiros de suor decorrentes de longos treinos de quadribol mas eu nunca me preocupei muito com isso. Na verdade, elas costumavam se interessar por mim pela aparência. E, pela experiência que eu tive, era um bônus ser alto. Vivam elogiando meus músculos e meu porte fisico por conta dos treinos de quadribol, eu ficava lisonjeado, por mais que tais investidas não chamassem muito a minha atenção.

Virei o pergaminho, minha atenção estava dividida entre cumprir a tarefa e meus pensamentos sobre minha vida sexual e amorosa. Essas meninas... Nunca me encheram os olhos para falar a verdade. Sempre muito melosas, me fazendo elogios falsos só para que eu as levasse para cama. Claro... Eu não sou nenhum idiota, aproveito algumas oportunidades até para aliviar o tesão mas.... Nunca tinha tido algo com outra pessoa que realmente me fizesse entregar meu corpo e minha alma no processo.

Aquela noite - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora