capítulo 15

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DAMIEN
Sempre me considerei sortudo por não ser o irmão mais velho. Meu irmão Adonis, que ocupava esse lugar, tirou esse fardo de Riley e de mim.
Hoje, quando ele não ouviu os gritos de Lexi e ficou confuso, eu percebi que algo estava acontecendo com ele.
Quando chegamos ao hospital e vimos Elijah, o sorriso não alcançou seus olhos. Mais uma vez, outro sinal de alerta para mim.
Quando ele olhou para mim e eu vi o turbilhão de emoções em seus olhos, eu soube naquele momento que algo estava acontecendo.
Adonis me levou para dentro de um dos quartos do hospital. Os guardas ficaram do lado de fora e eu olhei para o rosto do meu irmão.
— O que aconteceu? — Eu não via motivo para rodeios.
Adonis passou as mãos pelos cabelos em frustração, — Você sabe sobre esses malditos problemas que estão acontecendo, certo? Esses rebeldes de merda estão causando mais problemas e os membros do conselho decidiram intervir. Eles chamaram reforços.
— Reforços? Que reforços? Esses rebeldes só precisam perceber o que acontece quando você fica com raiva. — Eu cerrei meus punhos.
— Sim, bem, eles queriam ter certeza. — Adonis revirou os olhos.
— Então, reforços? — Eu perguntei.
— Oh sim, reforços. Nossos pais. — Adonis respondeu.
Eu fiquei lá por um momento antes de rir, — Desculpe, talvez eu tenha ouvido mal. mas você não pode ter dito...
— Nossos pais. — Adonis suspirou.
— Isso é uma piada, certo? Nossos pais? Eles nem mesmo mantiveram contato com seus próprios filhos, mas os membros do conselho sabem onde eles estão! — Eu zombei.
— Sim, acredite em mim, eu não estou feliz. Você sabe como nosso
pai pode ficar também. — Adonis disse.
— Puta merda. Ele vai pensar que a melhor solução é forçar você e Aarya a ter filhos. — Eu xinguei.
— Exatamente. Ele não vai gostar da minha companheira que fala o que pensa; ele não vai gostar que eu mudei tudo, e ele não vai tolerar que eu valorize a opinião de Aarya mais do que a minha. — Adonis parecia tenso.
Não que eu o culpe. Nosso pai amava nossa mãe, não havia dúvida disso. Mas meu pai acreditava que o trabalho das mulheres era ter filhos e criá-los.
Minha mãe pode ter sido a Rainha, mas ela não fazia muito. Ele vir aqui para ver como os tempos mudaram e como Adonis governa, não será bom.
Adonis valorizava a opinião de Aarya, eles governavam juntos como um, eles resolviam as questões juntos, não separadamente. Isso estava fadado a causar conflito.
— Você também sabe por que eu tive que te contar. — Adonis olhou para mim.
— Elodie? — Eu questionei.
— Sim. porque nosso pai pode desencadear algumas memórias terríveis para Elodie se ele ficar com raiva. — Adonis suspirou.
— Porra. Como eu poderia esquecer isso? — Eu rosnei.
— Acalme-se irmão, não podemos arruinar o dia especial de Gabe e Lexi. — Adonis colocou a mão no meu ombro.
— Você contou a Aarya? — Eu perguntei.
Adonis balançou a cabeça, — Eu vou contar a ela hoje à noite e depois vou contar a Gabe e Evan. Nossos pais devem estar aqui em cinco dias.
— Cinco dias! Espero que não decidam ficar muito tempo. — Eu revirei meus olhos.
— Se havia uma coisa que meu pai ouvia a mamãe era sobre governar. Ela queria ir embora e viajar e ele estava com ela. Duvido que eles fiquem mais tempo do que o necessário. — Adonis respondeu.
— Riley? Devíamos contar a ela também. — Eu lembrei Adonis.
— Contei a ela esta manhã. As palavras que saíam de sua boca não eram bonitas. Ela se recusou a vir vê-los, mas eu lhe disse apenas um dia. — Adonis deu uma risadinha.
— Sim, Riley não tem filtro, embora seja mãe. — Eu ri.
— Vai ser um momento difícil para nós. Espero que Elodie tenha começado sua transição. — Adonis disse.
— Eu acho que sim. Percebi mudanças sutis nela hoje. Ela correu mais rápido e parecia mais alta. — Eu respondi.
— Que bom. Ser uma licantropo pode ajudá-la a passar por esta visita. — Adonis suspirou.
Ele estava certo. A presença do meu pai e da minha mãe poderia ser demais para Elodie se ela fosse humana. Mas se eu estava certo e ela havia começado sua transição, então ela deveria ser uma licantropo quando eles chegassem.
— Vem, vamos voltar para o quarto. Eu preciso ver minha companheira. — Adonis me tirou dos meus pensamentos.
Eu balancei a cabeça e fizemos o nosso caminho para o quarto do hospital onde nossas companheiras e amigos estavam.
Adonis imediatamente foi até Aarya e inalou seu perfume. Eu vi um instante de confusão em seus olhos, mas ela gostou do toque de Adonis.
Meu olhar encontrou o de Elodie e eu fiquei tenso. A última coisa que eu queria era que ela regredisse e perdesse todo o progresso que havia feito por causa do meu pai.
Elodie deve ter notado que eu estava tenso porque ela abriu um pequeno sorriso e estendeu a mão. Felizmente, eu peguei e me deleitei com as faíscas que dispararam pelo meu corpo. Eu a puxei para perto de mim, com meu licantropo precisando desse conforto.
— Elijah se parece com você, Gabe. — Niya sussurrou, tomando cuidado para não acordar o bebê adormecido.
— Sim, mas ele tem o cabelo de Lexi. — Aarya apontou.
Lexi, que estava segurando seu filho nos braços, sorriu, — Ele realmente é a mistura perfeita de Gabe e eu.
Lexi foi obrigada a passar a noite no hospital, então, é claro, Gabe ficaria para trás.
Todos nós decidimos deixar os novos pais em paz e voltar para casa. Adonis tinha uma conversa importante com sua companheira e eu também. Elodie precisava saber.
Quando voltamos para casa, a exaustão se instalou e todos voltaram para seus quartos.
Elodie desabou na cama e disse: — Ver uma nova vida nascer é mágico.
— E mesmo. — Eu concordei.
— Elijah é tão fofo. — Elodie disse.
Eu ri, — Ele é. Vê-lo crescer vai ser divertido.
Elodie acenou com a cabeça em concordância.
— Ei, que tal nos prepararmos e relaxar na cama. — Eu sugeri.
Elodie se sentou e olhou para mim por um momento antes de concordar. Ela correu para ficar pronta e eu também.
Essa era a parte que eu temia, como diria a ela que meus pais viriam?
Ela saiu do banheiro usando um short e uma de minhas camisas. Eu não pude evitar o sorriso que se formou em meu rosto.
— Minha camisa? — Eu sorri.
Ela corou antes de responder: — E confortável.
— Eu amo ver você na minha camisa. — Eu a puxei para mais perto de mim, olhando em seus olhos cativantes.
O momento foi interrompido quando Elodie me afastou.
— Então, você vai me dizer por que você parecia tão tenso no hospital?
Suspirei, — Eu preciso?
Elodie acenou com a cabeça, — Sim.
Sentei-me na cama e dei um tapinha no local ao meu lado. Elodie rapidamente se sentou e eu me virei para ela.
— Bem, uma coisa de cada vez, você notou algo diferente em você?
— Oh, não? O que é? É ruim? — Elodie entrou em pânico, mas segurei sua mão para acalmá-la.
— Não, eu só percebi que você está mudando. Depois de lhe contar sobre a transformação, percebi que você já começou. — Eu expliquei.
— Quer dizer que já estou fazendo a transição para um licantropo? — Elodie perguntou.
— Sim. Percebi que quando você fugiu de mim hoje, você foi mais rápida e parece mais alta agora. — Eu sorri.
— Uau! Não pensei que fosse acontecer tão cedo! Mas isso é legal. — Elodie riu.
Ouvir sua risada me fez sentir muito melhor.
— Não foi por isso que você estava tenso, certo? — Elodie questionou. Eu balancei minha cabeça, — Não, há outra razão para isso.
Elodie olhou para mim aguardando uma explicação e eu suspirei, — Meus pais estão vindo.
Eu observei enquanto os olhos de Elodie se arregalaram em choque e ela xingou.
Sim, acho que teria a mesma reação.

Rainha dos licantropos parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora