22:00 Pm, 30 de abril de 2021
POV SARAH ANDRADE
Era muito tarde da noite e eu já tinha me arrependido de estar na estrada por este horário, tudo para fugir das tentativas da minha irmã, em mais uma vez tentar me arrumar alguém. Vitória Andrade ficava ridiculamente chata, a cada dia, com essa insistência toda, veja bem, eu amava a minha irmã mais nova, mas só porque ela estava "desencalhando" não significava que eu também teria que fazer isso, ela tentava dar uma de cúpido tanto para mim, como para meu irmão gêmeo Arthur, ainda bem que nossa irmã do meio Carla, já era comprometida, se não, seria alvo da adolescente " VihTube".
Com o rádio ligado em uma estação qualquer, ignorava mais uma chamada da Vih, era a sexta, só nas últimas meias hora.
A noite estava bela, a lua nova, grande brilhava no céu azul marinho, ela estava tão bonita que em poucos minutos me perdi admirando aquela paisagem. Veja bem, eu era uma amante das artes, da música, da pintura, fotografia e literatura, que sonhava demais, canceriana emocionada tem disso mesmo, mas não era tão besta em relação ao amor, já pisei neste campo antes e sai duramente ferida, mas garanti a mim mesma, que jamais me deixaria levar por sentimentos avassaladores assim.
O autocontrole e o autoconhecimento, que ando praticando nos últimos meses, me fez conhecer uma Sarah nova, uma nova mulher, um novo ser interior, feroz e calmo, forte e fraco, astuto e medroso, sei que parece estranho, são emoções e sentimentos opostos, mas era assim que me encontrava, em uma bagunça e arrumada ao mesmo tempo, sabendo que ainda faltava algo, mas com uma fome gigantesca para achar o motivo.
Talvez apenas precisasse conhecer novos ares e entender o que essa busca queria me ensinar, afinal, nada melhor do que a sensação de viajar, e saber a historia de locais novos, ver pessoas com vidas diferentes da sua e aprender, viver e quem sabe até amar novamente.
Eu nunca deixaria a porta do amor fechada, apenas encostada, para quem tivesse a ousadia, de não ter medo para conferir o que se encontraria do lado de dentro, alguém que simplesmente enfrentasse tudo, dando um "Sai da frente", afinal a vida é imprevisível.
Sai dos meus pensamentos, quando pela sei lá quantas vezes, meu telefone tocou e já sabia quem era, porém já estava cansada e resolvi atender.
10:35 – Vih irmã
- SARAAAAH PORQUE VOCÊ NÃO ATENDE O TELEFONE CACETA??
- Oi para você também Vih, eu estou bem e como você ta?
- Chega de graça Girafa Andrade, quero saber por que você sumiu? Isso tudo é o comportamento de alguém que não quer ir num encontro arrumado por mim?
-Vih, veja bem...
- Fala a verdade Sarah, poxa, eu entendo que é complicado para você, devido às coisas que passou e os fantasmas do passado, mas nossa, não precisa ficar assim irmã, você tem que se dar uma chance para voltar a ser feliz de novo.
- Vitória, não quero ser rude com você, mas quem decide isso sou eu, você ultimamente só porque esta preste a realizar seu maior sonho, quer sair por ai como uma fada para realizar "desejos", veja bem, eu sou adulta, trabalho, moro sozinha, não preciso de cupido para arrumar alguém para mim, só me deixa em paz e no meu tempo, que prometo a você, que quando esse dia chegar, eu serei a primeira a te contar e dizer, é Ela, a minha "estrela-guia". Ri com sarcasmo, ao pronunciar a ultima frase, lembrando-se da história que meu pai contava sobre o que isso significava para ele e para mamãe... Alias, saudades dele...
- Sarah, eu... não quis ser evasiva, eu... eu só... me preocupo com você, desculpe, não queria passar nenhum limites... – falou com uma voz triste e em tom arrependido.
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Enquanto houver razões
FanfictionJuliette, uma típica nordestina arretada, estava passando por um perrengue danado no meio do nada, quando parece que uma salvação surge em seu caminho, não só lhe socorrendo e ajudando, como trazendo questões que ela preferia deixar enterrada dentro...