Por que tanto azar?

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— Como tudo isso foi acontecer? — Chaeyoung perguntou, confusa. — Eu fico uns meses fora e você se torna uma celebridade por namorar uma garota? Desde quando você se interessa por mulheres, Chou Tzuyu?

— Nós não namoramos e eu não me interesso por ninguém.

— Então por que a faculdade inteira acredita que você namora a tal Sana? Do nada? Aí tem! — Chaeyoung resmungou. — Enfim, como vai resolver isso?

— Honestamente, não tenho mais o que fazer sobre o namoro falso. Ninguém acredita quando negamos. É irrelevante dizer que o namoro não existe porque esses fanáticos já decidiram que somos almas gêmeas.

— Você se mete em cada uma! — a Son murmurou, colocando os pés acima da mesa, correndo os olhos por toda a cafeteria. — Hoje sou visita, então vá até o balcão pegar um café para sua amiga que veio das profundezas de um completo fim de mundo para ver você. Eu pago depois.

— Não, tudo bem, Chae. Não precisa pagar nada.

— Você recusando dinheiro? Como assim? Trocaram Chou Tzuyu por uma sósia desinformada?

— É que Sana e eu não pagamos nada na cafeteria. É uma cortesia por causa do bendito namoro.

Son Chaeyoung soltou uma gargalhada maldosa ao ouvir tamanha vantagem.

— Ok, agora isso de namoro ficou interessante.

Ao receber uma piscadinha carregada de más intenções da Son, Tzuyu se levantou com um meio sorriso, pronta para buscar o que a garota pedira. É claro que não era o melhor momento para piadinhas, mas olhando por aquele lado, Chaeyoung não estava errada. Aquela mentira tinha lá seus benefícios.

Chou Tzuyu caminhou até o balcão, no entanto, algo prendeu seus olhos ao chegar lá. Ela, mais uma das figuras polêmicas da faculdade. Tzuyu poderia facilmente ignorá-la, afinal, nunca teve o mínimo interesse em qualquer pessoa daquele local. Mas nas atuais circunstâncias, não poderia deixá-la escapar por nada no mundo.

Tzuyu estava concentrada, há uma boa distância, observando ninguém menos que Hirai Momo tomando seu suco verde, com os olhos enterrados no celular em suas mãos. Só pensava em como faria Momo desistir de Sana antes de sequer tentar algo com ela. Precisaria ser muito mais estratégica desta vez, e em silêncio, a Chou elaborava todos os defeitos que poderia colocar em Sana.

— Pode me dizer por que estamos sempre no mesmo lugar? — a voz da Minatozaki perguntou, atraindo os olhos de Tzuyu. — Daqui a pouco vão começar a me chamar de Sana e Tzuyu.

— Talvez por estudarmos no mesmo bloco? Ou por só ter uma cafeteria e um refeitório? Ou quem sabe por você precisar de mim até para conseguir sair com as pessoas que te interessam?

— Você é quem precisa de mim, Chou.

— Tá, tá, precisamos uma da outra. Melhorou?

— Um pouco. — Sana sentou-se sobre o banquinho, já largando sua mochila sobre o balcão, e estando visivelmente cansada, puxou para si o cardápio. — O que fazia parada aqui?

— Trabalho.

— Você? Trabalhando? Não combina.

— É, pode zombar de mim. Só não se esqueça que eu trabalho para você.

— Foi remunerada pelo trabalho, não tem do que reclamar, Srta. Chou. — Sana olhou para a mais alta de relance. — E então, novidades?

— Na verdade, tenho um conselho. É melhor ajeitar esse cabelo de universitária sem vida social porque eu estou indo falar com a Momo sobre você.

Ela tá TÃO na sua! [SaTzu]Onde histórias criam vida. Descubra agora