Capítulo 1

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Malia Montgomery

Há uma porta no fim do corredor e eu estou andando em direção à ela faz um tempo. Tenho a impressão de ouvir familiares vozes vindo de lá, são crianças? Paro em frente dela para ouvir o que estão conversando.

"Meu pai sempre brinca no video game comigo antes de dormir! O seu também?", ouço a voz de um garotinho.

Logo em seguida uma voz baixa e fina é emitida: "Meu pai gosta de brincar de tirar fotos... Mas eu não acho muito legal".

"Por que? eu adoro tirar fotos com o Brook, meu cachorro", o garoto a interrompe.

"Por conta da luz forte sabe? Do frio também...", ela responde.

A conversa continua, mas sou incapaz de ouvir, tudo ficou abafado e eu só ouço murmúrios; Murmúrios que logo se tornaram gritos. Abro a porta e me deparo com um mar de sangue, mal consigo descrever que cômodo é este. Os gritos sessaram assim que a porta foi aberta, as crianças sumiram, esse sangue todo é delas? caminho para dentro, tentando entender o que rolou ali e me deparo com um coelho de pelagem branca e olhos vermelhos me encarando.

- Oi coelhinho...O que está fazendo aqui? - tento me aproximar, mas ele se vira deixando a mostra seu intestino para fora. - Que merda é essa!? - O mesmo se assusta comigo e sai correndo arrastando suas tripas pelo chão já ensanguentado.


Droga! Que porra foi essa? Esse pesadelo de novo? se bem que eu nunca tinha aberto a porta antes... Olho as horas no celular e ainda são quatro e cinquenta da manhã, vou ir pegar uma água, porque acordei com a boca seca. Desço até a cozinha sem ligar nenhuma luz, porque não está totalmente escuro. Na metade do caminho de volta ao meu quarto, ouço o que aparenta ser a voz de uma mulher chorando e algumas vozes, mas está muito distante, meu pai deve ter dormido com a televisão ligada de novo. No quarto, deixo o copo em cima da escrivaninha e me deito para tentar dormir novamente, mas uma luz forte atravessa a janela da sacada que estava aberta, é um carro.

Dou uma olhada pra ver o que 'ta rolando e vejo a empregada Anna, ensanguentada, sendo carregada por dois homens para dentro de um carro, em seguida vejo um homem branco de cabelo grisalho e barba rala, o meu pai, tirando sua camisa suja de sangue e acendendo um cigarro. Antes dele entrar na casa, ele diz algo para os caras, que saíram levando a Anna, mas não consigo ouvir o que é. Volto correndo pra cama, o que foi que acabei de ver? Por que ela estava naquele estado? Ela estava morta? Deitada olhando pro teto, sou capaz de sentir meus dedos dos pés quentes e formigando por conta da adrenalina; Tantas coisas estão se passando na minha cabeça agora, duvido muito que eu consiga voltar a dormir.
     . . .
Acordo com o som do meu despertador, não me lembro como eu peguei no sono... Tudo que rolou esta noite parece tão irreal. Eu sei o que vi, mas não quero acreditar, tenho certeza que deve haver uma explicação lógica por trás  disso. Me levanto, são seis da manhã e a aula começa daqui uma hora e meia.

Depois de um banho quente, visto meu body branco e uma calça jeans escura, tem feito muito calor aqui em San Diego. Desço até a garagem ignorando totalmente meus pais tomando café na cozinha, vou perguntar sobre ontem, mas no momento prefiro evitar o meu pai e tal assunto. Pego meu carro e vou até a casa da Maeve buscar ela.

"Amiga, to aqui, vêm! vamos chegar atrasadas", mando uma mensagem e ela logo responde que só vai colocar o sapato e vir. Enquanto espero, vejo um koenigsegg preto estacionando bem na minha frente, um homem de cabelos pretos e braços tatuados, vestindo uma camiseta cinza desce do carro e se escora na traseira do veículo, ele fica ali olhando meu carro e me encarando, sem emitir nenhuma reação, deixando a situação super desconfortável.
- Tira uma foto! - Digo o confrontando e ele vem em minha direção.
- Como é? - Diz se escorando na janela do meu carro, ficando cara a cara comigo, agora percebo os detalhes dos seus olhos; são como um abismo, escuros e sem vida, mas atraentes e hipnotizantes.
- Tira uma foto. - repito.
- Um impala 1967... um clássico, nada mal princesa, foi seu papai quem te deu? - O tom de gozação é bem claro, ele continua encarando com um sorriso sarcástico.
- É, eu sei que ele é bonito e obrigada. Agora desencosta do meu carro, não quero ele arranhado com suas patinhas de cachorro. - sorrio. Ele se afasta com uma cara de surpreso e logo recompõe sua postura para me dizer algo.
-Leo! Foi mal cara, esperou muito? Minha irmã tava usando o banheiro e acabei me atrasando! - Eliel aparece saindo de casa às pressas, chamando a atenção de nós dois. - Ah eai Malia! A Eve ja ta vindo!
O tal de Leo olha pra mim antes de entrar no carro, até sinto um arrepio na espinha. Tenho certeza que se olhar matasse, eu estaria mortinha.

Maeve sai correndo de sua casa, quase saltitando em direção ao carro, somos amigas desde o fundamental. É impossível estar triste com essa garota ao seu lado, ela é radiante!
- Faculdadeeee! - ela diz com uma voz histérica.
- Ta tão animada assim pra estudar?
- Claro que não ne amiga! To animada com as festas que teremos agora que somos universitárias! - Eve pega um gloss na sua bolsa e passa em seus lábios carnudos, os deixando avermelhados e mais lindos do que já são. - Ah! Hoje ja vai ter uma calourada e você vai comigo! Confirmei sua presença ja!
- Eu vou só pra não deixar você ficar com um feio.
- É por isso que eu te amo! Quer? - Ela oferece seu gloss.
- Quero. Amiga, quem é aquele cara que veio buscar seu irmão? - Pergunto assim que termino de usa-lo.
- Amiga ele é novo na cidade, pelo que eu sei ele morava aqui e estudou com o meu irmão quando criança, mas agora 'ta de volta e ele é um gato! Não conversei com ele ainda, então não sei muita coisa.
- Ele parece um metido. - Um gato metido...

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AVISOS DA AUTORA!

Peço a paciência de vocês, pois eu não escrevia à quatro anos e decidi voltar a escrever agora! Críticas construtivas são bem vindas! Espero que gostem da história! Vou tentar compartilhar toda sexta! Beijinhos!

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⏰ Última atualização: Jun 30, 2023 ⏰

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