Capitulo Um.

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1 de setembro de 1939

Querido diário,

São doze da noite e não consigo dormir, então vou escrever.

Hoje de manhã, depois do café, Clara, uma vizinha, amiga de minha mãe tocou a campainha de casa. Ela estava ofegante, como se tivesse vindo correndo e começou a gritar -sim, gritar- com a vozinha irritante para ligarmos o rádio e minha mãe foi com a paciência de sempre, o que só a deixou mais irritada (gosto de Clara, mas ela é realmente muito nervosa)
Diziam o seguinte: "e então hoje foi declarada guerra contra a Alemanha, não sendo surpresa a participação do exército francês nós próximos ataques..."

Não sei mais que isso, pois meu pai desligou o rádio, dizendo que isso não afetaria nada em nossas vidas, mas não acreditei no que ele disse, ele estava com um olhar que já tinha visto antes, há uns 7 anos um pouco antes de meu irmão mais novo, Kayque, nascer meu pai foi chamado para o exército pois como já havia sido soldado necessitavam de um treinador com experiencia, então chamaram meu pai.

Obviamente fiquei com medo de o convocarem ao exército, mas decidi viver o hoje e deixar o amanhã para o amanhã.

Bom, já está tarde e eu realmente preciso me deitar pois tenho aula amanhã.


4 de setembro de 1939

Querido Diário,

Não consegui escrever nos dias passados mas tenho algumas noticias...

Enquanto meu pai trabalhava liguei o radio e ouvi algumas coisas, como sobre um homem chamado Charles de Gaulle mas não entendi direito, e sobre também o lider nazista da Alemanha e o exército que está criando para nos atacar!

Realmente, ainda não ocorreram mudanças em nossas vidas, mas não tenho bons pressentimentos-que não costumam falhar, se quer saber.
Hoje na escola não se falava de outra coisa além dessa guerra. Parece que vai tomar proporções realmente grandes. O pior é que conversam sobre isso com animação, como se fosse um ato de heroísmo. Bem, talvez seja, não sei direito o que pensar, mas já ouvi conversas de meu pai com amigos na sala de casa (tenho que parar de ouvir por trás da porta, porque se curiosidade matasse eu já estaria de baixo da terra) e ele não parece gostar de servir para o exército. Ele nunca fala dessas coisas perto de mim, motivo ele deve ter, certo? Provavelmente não deve querer me deixar preocupada (se pensar bem, ele praticamente me obriga a ouvir a trás da porta... Pronto, não sinto mais um pingo de culpa por causa disso). Quero que ele seja feliz e também morreria de saudade se ele fosse para a guerra. Talvez eu devesse parar de me preocupar com essas coisas e acreditar no meu pai logo de uma vez. Que a guerra não vai mudar nossas vidas.

Não sei se é importante contar, mas acabei de brigar com meu irmão, o motivo não é importante, só que minha mãe acreditou na versão dele. Como se isso fosse novidade.
Ouvi um toc toc na porta, quem será? Claro que era Kayque pedindo desculpas, não ia abrir.
"Desculpa, Ma. Abre aí, por favor, por favor, por favoooor"
Acontece que ele pode ser muito persistente quando quer e não gosto de ficar brigada com ele por muito tempo, então abri a porta, aquele pirralho sempre me convence...

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Oi gente, esse é o primeiro capítulo da história ~ah va~ e eu espero que vocês gostem... Estou fazendo a história junto com a bsintoni e por hoje é só isso... Bjss

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⏰ Última atualização: Jun 06, 2015 ⏰

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