Capítulo Único

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Acordar ao lado dela naquela manhã foi muito mais emocionante do que ele poderia imaginar. Afinal, agora ela não era apenas sua namorada ou noiva, mas sim sua mulher.
Otto sorri quando esse pensamento surge em sua cabeça. Luísa ainda estava dormindo serenamente, provavelmente estava um pouco cansada do dia anterior.
O casamento deles não foi nada extravagante; uma cerimônia bem simples e íntima, realizada na aréa de lazer no fundo da 242. Apenas alguns amigos mais próximos foram convidados.
Nenhum dos dois queria ou achava necessário uma festa grande; ambos já não se importavam mais com isso. Apesar da insistência de Poliana para que fizessem uma festa maior, usando como argumento que eles mereciam para comemorar o amor, Luísa e Otto persistiram com a ideia inicial, alegando que o amor não se comemora, e sim se vive. E eles não precisariam mostrar que se amavam para ninguém além deles mesmos. E não era fazendo uma festa grande que iam demonstrar isso; mas com atitudes, palavras, carinho e pequenos gestos.
A garota acabou se dando por vencida e, no final, até confessou que era mais a cara deles.

Apesar da cerimônia não ter dado muito trabalho, a ansiedade também acabou os sobrecarregando. Mas é claro que a noite que eles tiveram também colaborou um pouco para a exaustão.

Ele massagea o cabelo dela, que estava espalhado pelo travesseiro, com uma das mãos. Em seguida, a puxa suavemente com o outro braço até que o corpo semi nu de Luísa estivesse colado ao seu e começa a distribuir beijos leves e quentes pelo pescoço até a clavícula da mulher.

Ela sorri, tanto com os lábios quanto com os olhos, que permaneciam fechados.
Como resposta ao carinho do marido, ela desliza suas mãos pelo peito nú de Otto, passando pelo pescoço até a nuca e em seguida, massageando os cabelos grisalhos.

── Bom dia, meu amor! ── Ela diz com a voz manhosa, baixa e ainda um pouco sonolenta.

Ele sorri enquanto ainda estava com a cabeça na curva do pescoço da mulher deixa mais alguns beijos quentes, se ergue e a olha em seguida.

── Bom dia, Sra. Pendleton!

Luísa sorri quando ouve seu novo sobrenome.
Luísa D'Ávila Pendleton. Soava bem.

Abrindo os olhos de leve, ela finalmente tem um deslumbre do marido. A luz do quarto não era muito forte, mas o bastante para fazer com que seus olhos demorassem um pouco para se acostumar com a claridade do ambiente. Quando sua visão foca, ela pode ver com perfeição aqueles olhos azuis claro acinzentados à encarando com ternura. Ela amava tudo em Otto, mas, sem dúvida, os olhos eram uma de suas partes preferidas dele.

── Ainda está cansada?! ── Ele pergunta depois de apoiar o cotovelo na cama e escorar o rosto em sua mão.

Luísa nega com um pequeno aceno.

── Estou bem! ── Sorri, tímida.

── Desculpa por te acordar assim, tão cedo! Mas é que eu tenho uma surpresa e eu mal podia esperar para te mostrar!

Otto sorri, como aquele típico sorriso de uma criança que aprontou. Luísa aperta os olhos, demonstrando sua clara desconfiança.

── O que você está aprontando?! ── Ela dá um sorriso quase imperceptível e ergue uma sobrancelha.

── O correto seria; O que você aprontou?! ── O Pendleton beija a testa da mulher e se ergue da cama, indo até a borda.

── Otto...

Ele começa a vestir sua calça, que se encontrava dobrada sobre o criado mudo.

── Se veste logo, quero te mostrar antes da gente se reunir com os outros para tomar café!

Na Linha do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora