sem título.

64 2 0
                                    

eu estou há mais de um ano ensaiando para escrever este post aqui. é um assunto que, pra mim, não é nenhum pouco difícil (sou muito bem resolvido quanto a isto); o que o torna difícil é que, infelizmente, estou sob a impressão que muita gente quer entender o que tenho pra dizer a respeito deste assunto de maneira errônea. por isso o escrevo debaixo de muita oração.

tenho consciência total de que as pessoas que acompanham meus textos neste blog ou até mesmo minha música e/ou ministério vêm dos mais variados backgrounds sociais, culturais e religiosos. enquanto você estiver lendo isto, por favor, tenha consciência disto também. ;)

quer queira ou não, este texto dialoga com pelo menos 3 outros textos que eu já publiquei aqui. talvez vocês o devessem ler novamente, apenas pra minimizar potenciais problemas. são estes aqui: "sal e luz"; "iguais" e "minha história... até aqui... (e ela continua)". [claro que quase ninguém vai fazer isto, rs., mas eu estou indicando, rsrsrs...!]

tenho, de uns 2 anos para cá, recebido perguntas quase semanais a respeito da minha denominação. o que é estranho, nisto tudo, são duas coisas: a) o fato de praticamente "todos" (que o queiram saber) já saberem a que denominação pertenço; e b) a maneira de me perguntarem ser quase idêntica, a dizer, assim: "você saiu da igreja? estão falando aqui na minha cidade que você saiu da igreja..."

respira fundo... vamos lá.

primeiramente precisamos definir alguns termos.

religião (do latim religare, de significado especulativo) é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais. muitas religiões têm narrativas,símbolos, tradições e histórias sagradas que se destinam a dar sentido à vida ou explicar a sua origem e douniverso. as religiões tendem a derivar a moralidade, aética, as leis religiosas ou um estilo de vida preferido de suas ideias sobre o cosmos e a natureza humana.

uma denominação, confissão ou seita no sentido cristão do termo, é uma organização religiosa que funciona com um nome, uma estrutura e (ou) uma doutrina comuns.

igreja é uma palavra de origem grega escolhida pelos autores da septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica) para traduzir o termo hebraico q(e)hal Yahveh, usado entre os judeus para designar a assembleia geral do "povo do deserto", reunida ao apelo de moisés. [...] no contexto bíblico, o termo igreja pode designar reunião de pessoas, sem estar necessariamente associado a uma edificação ou a uma doutrina específica. etimologicamente a palavra grega ekklesia é composta de dois radicais gregos: ek que significa para fora e klesia que significa chamados.

[estas definições foram extraídas da wikipédia; sei que wikipédia não possui nenhuma autoridade acadêmica, mas este não é um texto acadêmcio, rs.]

resumindo e reiterando: religião é um conjunto/sistema de crenças com o objetivo de explicar o sentido da vida;denominação é uma organização religiosa com nome, estrutura e/ou doutrina comuns e igreja são PESSOAS, no caso original, a assembléia geral do "povo no deserto".

muitos de vocês sabem que eu cresci na alemanha (morei lá de 1985-1994) e que até vir morar no brasil eu não sabia o que era uma escola cristã e nem o que é um país cristão... porque muito embora o pensamento cristão esteja presente nos fundamentos que regem o governo alemão, é um país com mais ateus ou agnósticos professos do que cristãos professos (hoje com a imigração o islã é a fé que mais cresce por lá).

dois episódios da minha infância:

a) quando eu estava na 5a série -na aula de religião (notem!)- o professor organizou um debate entre criacionistas e evolucionistas. de maneira muito rudimentar, criacionista é aquele que crê que o mundo foi criado (não importa quando e como) e evolucionista é aquele que crê que o universo, como existe hoje, é fruto do acaso [não sou ignorante ao fato de que as coisas não são tão simples assim, mas na 5a série na alemanha, esta era a "nossa" definição]. a sala INTEIRA estava no "time" dos evolucionistas. um colega meu me perguntou se o fato dele estar no "time" dos evolucionistas significava que ele não acreditava em D-S. eu respondi que sim; crer em D-S é crer que Ele criou o mundo/universo. por esta resposta, ele foi a única pessoa que se juntou a mim no "time" dos criacionistas. ele era católico (filho de irlandês). e pra mim, ele era meu irmão. se em uma sala de 30 crianças só tem você e mais um que sequer crêem que D-S existe, acredita em mim: ele é seu irmão! porque não importam as diferenças em sua maneira de crer ou de viver sua fé; pelo menos no nível mais básico/essencial (e mais importante) vocês concordam.

Leonardo GonçalvesOnde histórias criam vida. Descubra agora