𝗣𝗥𝗢𝗟𝗢𝗚𝗨𝗘 𝑲𝒏𝒐𝒄𝒌 𝒐𝒏 𝒎𝒚 𝒅𝒐𝒐𝒓

153 13 13
                                    

𝑨𝑸𝑼𝑬𝑳𝑨 manhã se seguiu de forma confusa.
As manhãs de Coraline sempre se iniciavam de modo solitário, não mais possuiam as notas musicais vindas do andar anterior onde seu pai cantarolava todas as manhãs a música "Brandy your a fine girl" na qual o velho Daniel gostava de murmurar em memória de sua esposa. O único som que Jones ouvia era dos trilhos de metrô passando abruptamente do lado de fora de sua janela, onde a luz do sol coloria o quarto de laranja.

Coraline sentou-se na beira da cama com os cabelos negros caindo em seus ombros e alguns fios em seu rosto. Levou o braço direito até a mesa ao lado de sua cama alcançando seu celular, vendo a notificação de mensagem de sua amiga Nadine, e como costumava fazer, arrastou-a com o dedo. Eram exatas 8:30 da manhã, o céu coberto por nuvens cinzas deixavam a tona a vinda da chuva.

Coraline Bufou, virando o corpo para a esquerda encostando os pés no carpete felpudo juntando motivação para sair da cama e eventualmente de casa para seu trabalho no museu

── se eu pudesse ligar e fingir que estou doente seria bem mais fácil  ─ resmungou se levantando e ligando o rádio para acompanhar as notícias como sempre fazia quando ia tomar banho. Apenas gostava de deixar o som de vozes soar pelo ar de modo abafado sem nem prestar atenção, de certa forma, a lembrava de seu pai.

Enquanto secava os cabelos um nome familiar surgiu da boca do locutor do velho aparelho

"Rafe Adler agora se tornou dono da empresa de seus pais"

Coraline revira os olhos dando uma leve zombada ao ouvir

── o filhinho de papai agora não pode mais chorar para conseguir as coisas

Coraline havia conhecido Rafe graças a Nate e Sam que na época buscavam pistas da existência de um dos maiores senão o suposto maior tesouro pirata da história. Coraline se encontrava muitas vezes pensando na última vez que vira Nate, há quase dez anos em uma prisão na costa do Panamá onde infelizmente viu Sam ser supostamente morto.

Na mesma época em que Daniel fora mandado para a prisão.

Coraline despertou de seus pensamentos ao ouvir o barulho irritante da campainha tocar, esperava que fosse sua velha vizinha vindo lhe oferecer tortas de abacaxi novamente

── ah merda, ESPERA SÓ UM MINUTO!

desligando o rádio e vestindo um simples roupão, Coraline olhou no buraco do olho mágico, a princípio sem muita expectativas além da velhinha do andar de baixo, mas, para sua sorte (ou não) era justamente a figura que novamente invadia sua mente.

Abrindo a porta calmamente, Coraline finalmente pode ver o rosto que a perseguia por todos esses anos

── Nate? O que tá fazendo aqui?

── é bom te ver também, Line

Brincou, Jones arqueou uma sobrancelha e refez a pergunta

── isso vai parecer estranho mas, Sam e eu precisamos de sua ajuda

── Ajuda com o que? E como assim o Sam?

── eu acho melhor se sentar, tem muita coisa para te contar

Ela suspirou enquanto olhava para o teto e então novamente para ele

── eu tenho a sensação de que eu vou me arrepender disso. De novo.

Deu passagem para o moreno entrar e fechou a porta, já com a plena consciência de que seria levado de jeito turbulento à seu passado.

The Lure Of Adventure ── Nathan DrakeOnde histórias criam vida. Descubra agora