3 - Dia Infeliz. -

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— Luna —

O clima na mesa estava pesado, claro que nenhum de nós gostava de passar tempo junto. Mas contei que a animação fosse mais que momentânea.
Do pouco que sei até agora..
Léo, era nada mais nada menos que filho de Tobias. Eu não pude conter a expressão de choque em meu rosto quando ouvi Tobias o chamar de filho.
Eu não via semelhanças, eu podia ver que seu cabelo era pintado, mas não conseguia identificar de que cor era antes.
Nós fizemos contato visual algumas vezes, até porque eu não conseguia parar de olhar para ele..

Tobias informa que vai sair com Luísa para comprar algumas coisas que faltam para nosso convidado.
Então ele vai ficar..

Assim que eles se retiram eu me levanto planejando ir ao meu quarto e aproveitar o pouco tempo que tenho.
Antes de me afastar da mesa sinto meu braço inteiro formigar.. de dor.
Me viro rapidamente pra ver o garoto segurando meu braço, ele parecia muito calma para o tanto que estava a doer. Eu com certeza estava com feridas não cicatrizadas e isso não era bom.
O sorriso leve dele rapidamente desapareceu ao notar a minha agonia e ele solta devagar o meu braço, ele se levanta e olha pra mim, presumo que perguntando oque se passa.

Me afasto lentamente da mesa puxando a manga da minha blusa pra baixo, tinha que fazer um curativo antes que doesse mais.
Ele olhou para mim novamente mas com um olhar ameaçador.. idêntico ao de Tobias.

Ele se aproximou em passos rápidos e não esperou eu dizer alguma coisa apenas levantou meu braço e esticou a manga, podendo contemplar as lindas feridas e cicatrizes que seu amado pai fez. Mas ele não sabia disso.
Eu não consegui ler seu olhar, não consegui entender oque ele queria. Ele apenas baixou a manga e pegou seu casaco preto da cadeira que estava sentado, ele não voltou a olhar pra mim. Se direcionou a saída e abriu a porta. — Vamos. — Eu olhei para ele confusa, mas não hesitei se ele tivesse o mesmo temperamento que Tobias.. Eu nunca hesitaria.

Tive a visão de o ver abrir a porta do carro pra mim, então identifiquei finalmente quem é o dono do carro misterioso. Entro no veículo e seu interior é extremamente limpo e cheiroso, esperava o oposto.
Ele sobe e liga a viatura e assim vejo a casa desaparecer aos poucos.

Eu nem sabia para onde íamos e a viagem foi suficientemente silenciosa para que eu ficasse mais ansiosa, algumas de minhas dúvidas se esclarecem ao ver o comum edifício branco gigante, cheio de carros no estacionamento.. hospital.

Ele saiu do carro sem muita pressa e abriu a porta pra mim, eu não falei nada nem por um momento apenas o segui para dentro do prédio.
O cheiro a hospital realmente me agoniava um pouco, Léo estava falando com a moça que estava na recepção. Não deixei de notar que a tal moça estava completamente focada em Léo, do tipo que se ele espirrasse ela desmaiaria aí mesmo. Suponho que seja normal para a aparência dele eu estaria do mesmo jeito.

Ele retorna para o meu lado e me guia até uma sala por um corredor imenso, entramos e ele faz sinal que eu me sente na cadeira disponível. Eu o faço, não demora muito tempo para que uma médica entre no cômodo.
Ela aparentava um pouco mais velha eu diria 35/40 anos de idade, a atenção dela foi especificamente em mim oque achei surpreendente, agora eu não tinha dúvidas do que viemos fazer aqui agora.

Ela sorri para nós e pede para que eu me sente na cama, ela me examina cuidadosamente..— Boa tarde, eu sou a Dra. Estefânia dos Santos, irei tratar de você hoje. Então oque você sente?— Honestamente eu pude sentir seu olhar de quem já sabia do que se tratava, ela provavelmente acha que eu vim saber se estou grávida ou não..
Também não tem como eu julgar uma garota da minha idade andando com Léo é meio previsível, eu não estava sentido nada o problema eram.. feridas e eu não sabia como dizer isso.
E Léo pareceu perceber meu constrangimento a revelar isso, então simplesmente falou por mim. — Ah.. Machucados.. não tratados no braço. — A médica solta um "Oh" surpresa e volta a olhar parar mim. — Retire a sua blusa por favor..— Ahm, nem pensar? Eu estava utilizando apenas um sutiã branco por baixo não contava que viria para "examinação" hoje, ela olhou para mim paciente. Léo toma iniciativa e alterna o olhar entre mim e a Dra. — Bom, vou me retirar por agora — A médica rapidamente o interrompe, fazendo sinal para se sentar. — Não não, nenhum problema pode se sentar.— Ela falou, pareceu que falou por mim.
Porque tem sim problema, mas eu não consegui dizer nada e parece que Léo muito menos. Talvez tenha identificado mal a Dra. Ela olhou pra mim novamente e pude ver sua paciência se esgotar devagar então respirei fundo e tirei minha blusa rapidamente. Revelando não só meu "lindo" sutiã, como a imensidão de cicatrizes que se estendiam pelo meu corpo dos braços até por baixo e diante.
Eu já não tinha muito que esconder então olhei para a Dra. implorando mentalmente que pudesse sair daqui rápido.

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