por água abaixo.

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— Vamos brincar de "Eu nunca" — sugeri ao meu Coach, depois do nosso treino na piscina, enquanto tomávamos uma taça de vinho e comíamos a torta de espinafre e ricota horrorosa que eu havia comprado.

— Isso não vai dar certo, Taehyung — Ele riu, roubando uma almofada do sofá e colocando debaixo das pernas numa posição mais confortável.

— Tenho certeza de que não vai dar certo, mas isso nunca nos impediu de fazer nada antes. Se é que você me entende — nenhum de nós dois tocou no assunto do beijo que demos ontem, então o jogo "Eu nunca" foi o jeito que encontrei para tentar falar sobre nossos assuntos polêmicos. 

— Justo, vamos lá. Você começa!

— Certo! Humm... vejamos... — pensei por alguns segundos. — Eu nunca senti ciúmes do meu cliente preferido por ele sair com outro cara gato.

Ele franziu as sobrancelhas e riu, antes de tomar um golão da bebida em seu copo.

— Você precisa me dar um desconto, vai. O homem estava pelado na sua casa quando cheguei!

— Foi você quem me fez sair com ele em primeiro lugar, só para te lembrar — o lembrei, e ele deu de ombros, fingindo uma expressão inocente. — Sua vez.

— Eu nunca gostei de saber que meu coach tem ciúmes de mim — Ele nem precisou pensar para falar, me fazendo soltar uma gaitada e tomar o vinho quase inteiro de minha taça.

— Espertinho. Aguenta essa então — joguei minhas pernas por cima das suas e me inclinei para sussurrar em seu ouvido: — Eu nunca tentei marcar território falando sobre como sou mais íntimo dos pais do meu cliente, o que o date dele.

— Ele estava agindo como se te conhecesse melhor que eu! — disse, parecendo realmente não indignado, antes de tomar o restante do vinho em sua taça e me encarar por alguns segundos. Seu olhar passeou desde meus pés descalços apoiados em suas coxas fortes, até meus cabelos jogados para trás de qualquer maneira. — Você é realmente muito, muito bonito, Taehyung.

— Isso não faz parte da brincadeira, Jeon —Sorri, balançando a cabeça, tentando não deixar a euforia tomar conta de mim. Eu iria acabar acreditando nele, se continuasse a repetir aquilo.

— Certo. Então... eu nunca usei outro homem para fazer ciúmes no cara de quem eu realmente estava a fim.

Droga! Acho que meu plano tinha ido por água abaixo.

— Convencido — dei uma cotovelada em seu braço, antes de entornar mais um gole.

— Alguém vai acabar ficando altinho.

— O fraquinho para álcool aqui é você — subi em suas coxas, olhando fixamente para seus olhos escuros. — Eu nunca... Sai com MinHyuk.

— Eu nunca — Ele balançou a cabeça e não bebeu do seu copo.

— Sério?

— Foi você quem deduziu que a gente tinha alguma coisa. Sou só o treinador dele, apesar de ele tentar muito que fossemos alguma outra coisa.

— Você não pode me culpar. Ele é lindo e estava se esfregando todo em você, ontem à noite.

— MinHyunk não faz meu tipo — deu de ombros, largando a taça no chão para colar as mãos em minha cintura, me puxando mais para perto e me obrigando a sentir um certo volume contra minha bunda, me fazendo arregalar os olhos e encará-lo em choque.

— E eu faço seu tipo?

— Você é aquele que está fazendo todos os outros pretendentes do mundo perderem a graça para mim. Então, sim, você definitivamente faz o meu tipo — ele assentiu, trazendo uma das mãos para minha bochecha, iniciando um carinho de leve.

— Caramba. Você não pode me falar essas coisas, Jeongguk — sussurrei, encostando minha testa na sua. — Volte com o seu discurso de "Não se apaixone por mim", por favor.

— Não se apaixone por mim, Taehyung — sussurrou, me dando um selinho. — Não se apaixone... — daquela vez, foi minha vez de roubar um selinho, fazendo-o me abraçar apertado. — Não se apai... — as palavras se perderam no seus próprios lábios quando ele me puxou para outro beijo, me deitando cuidadosamente no tapete e cobrindo meu corpo com o seu.

Me entreguei ao momento, colocando minhas mãos por baixo da sua blusa, sentindo todos os seus músculos, cravando minhas unhas nas suas costas, o fazendo gemer contra meus lábios.

— O que estamos fazendo? — perguntei, enquanto descia os beijos pelo seu pescoço cheiroso.

— Eu não sei. Só sei que quero fazer isso há tanto tempo... Tanto tempo, Taehyung — eu achava que tínhamos quimica, mas aquilo era um nível totalmente insano. Estávamos famintos um pelo outro. Nossas pernas estavam enroscadas, nossos corpos se entregavam, nossas bocas duelavam e eu sentia minha cabeça girar.

Num arroubo de audácia, arranquei sua camisa, troquei nossas posições e fiquei por cima. Passei um dedo sobre a bela tatuagem em seu estômago e me inclinei para beijá-la, o vendo engolir em seco e fechar os olhos, como se estivesse tentando se controlar. Fiz uma trilha de beijos, desde a barriga, até seu pescoço apenas para sussurrar: — Gostoso...

Quando me sentei em seu colo, suas mãos subiram para meu quadril, me apertando com força para baixo, me fazendo sentir que estava duro, e eu não estava muito diferente. Num rompante de coragem, tirei minha própria camiseta, deixando meu dorso exposto para ele. Seus olhos escureceram instantaneamente, como se gostasse do que via em sua frente. Ele me tocou com suavidade, subindo pelas laterais da minha cintura até chegar ao meu pescoço.

— Você é perfeito. Tão perfeito...

Algo no seu tom de voz, ou no brilho dos seus olhos, não me deixaram duvidar das suas palavras nem por um segundo. Colei nossas bocas mais uma vez, começando a brincar com o elástico da sua calça de moletom.

— Tem certeza disso? — perguntou contra meus lábios, hesitando por alguns segundo.

— Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida. E você, tem certeza?

— Tenho certeza desde que falou que ninguém tinha feito você se sentir tão bem quanto aquela lasanha — ele me virou, voltando a ficar por cima. — Eu vou te fazer sentir bem, Taehyung. Muito bem...

E ele fez.

Ah, como fez.

Allenatore (taekook)Onde histórias criam vida. Descubra agora