Draco não gostou do jeito que Gina estava olhando para Harry. Nem um pouco.
Aquela vadia.
Uma facada particularmente cruel em seu escondidinho enfatizou a irritação de Draco, e também enviou ervilhas verdes deslizando pela longa mesa de carvalho. Companheiros da Sonserina lançaram olhares de soslaio em sua direção, mas não disseram nada, assumindo que o loiro estava em um de seus 'humores'. Entre bocados raivosos, ele arriscou olhares para a mesa da Grifinória.
A Weaslette estava quase se jogando em Potter. Ela havia trocado seu assento normal pelo de Longbottom, do lado direito de Potter, e agora parecia que estava tentando subir discretamente no colo do garoto. O bater repetido de seus cílios muito pálidos deixou a garota parecendo que ela tinha uma contração bastante forte. O aparente desinteresse de Potter, baseado em seu subconsciente se afastando do gengibre, parecia apenas estimular sua determinação.
Draco assistiu com ressentimento quando a garota ossuda conseguiu passar seu braço pelo do menino moreno. Assim que ela conseguiu fazer isso, Potter estendeu a mão rapidamente para pegar sua taça, soltando-se suavemente. A Weaslette franziu a testa.
Draco não sabia dizer se a negligência era intencional, ou se o garoto era apenas estúpido.
A atenção de Draco voltou para seu jantar maltratado, amassado e espetado em uma mistura nada apetitosa. Ele empurrou o prato em favor de uma porção de savarin de morango. Ele cortou e espetou um pedaço, colocando-o na boca carrancuda. O molho rico cobriu sua língua, seguido pela textura satisfatória do bolo amanteigado. Isso o distraiu brevemente da situação do outro lado do Salão Principal.
Ele levou um momento para olhar ao redor da mesa de sua própria casa. Blaise estava meticulosamente e silenciosamente trabalhando em um ensaio à sua esquerda. Pansy estava falando em sussurros rápidos e abafados na frente de Blaise, sem dúvida fofocando. Mais abaixo estavam os Sonserinos mais jovens. À sua direita, Crabbe e Goyle sentaram-se com o resto do ano, resmungando em suas opiniões sobre qualquer que fosse o assunto da conversa.
Precisando redirecionar seu estresse, Draco resolveu incomodar a pessoa mais próxima a ele. Ele pegou o pergaminho debaixo do nariz de Blaise e olhou para ele, balançando-o entre dois dedos como se pudesse morder.
— Para que isso, afinal?
— É para Aritmancia, e deve ser entregue pela manhã, — o garoto de pele escura respondeu, suspirando exasperado, — Devolva.
Draco jogou o papel de volta na mesa, — Só você aceitaria um assunto tão chato.
— Por mais chato que seja, Draco, — Blaise começou, suavizando sua redação, — É um requisito para qualquer um que queira se tornar um quebrador de maldição profissional.
— Você quer ser isso?
— Possivelmente. Nunca é demais ter mais de um plano.
Draco se inclinou para trás, cruzando os braços. Um olhar divertido passou por seu rosto, — Que irônico. O filho de um Comensal da Morte, um quebrador de maldição.
Blaise murmurou incoerentemente, limpando um pouco de molho do canto do papel. Sabendo que seu companheiro de casa não diria mais nada, Draco desviou o olhar para a direita, fingindo tédio enquanto Goyle recontava alguma história. Seus braços grossos e curtos acenavam precariamente, quase derrubando os pratos de Millicent Bullstrode e Tracy Davis.
Theo e Daphne Greengrass estavam debruçados sobre uma edição do Profeta Diário que sobrara do café da manhã. A capa orgulhosamente declarava "Falmouth Falcons bombardeados por Bigonville!" Na pequena fonte abaixo, o jornal afirmou que foi a primeira grande vitória que os Bigonville conseguiram em mais de três décadas.
Todas as fontes locais de diversão esgotadas, os olhos de Draco se encontraram de volta na mesa da Grifinória.
Bem a tempo de ver a mendiga colocar as patas na perna de Potter. Ele só podia assistir com desgosto enquanto ela se inclinava para o Menino-Que-Sobreviveu, fazendo o seu melhor para ostentar suas pobres desculpas para seios.
Draco bateu o garfo irado. Totalmente sem vergonha.
Uma ideia repentina o atingiu.
Tirando a varinha do bolso do roupão, os olhos ainda em Goyle, ele apontou para debaixo da mesa.
— Proterno!
Um tinido alto soou, e ele ouviu uma garota gritar.
Sua boca se inclinou em um sorriso. Arriscando um olhar de soslaio para os grifinórios, ele viu a garota ruiva de pé, tirando apressadamente suco e pedaços de comida de suas vestes, o rosto contorcido em desgosto e confusão. Potter desceu ainda mais no banco, evitando os escombros com um olhar confuso. A Weaslette lançou aos que a cercavam um olhar venenoso, mas eles mal sufocaram o riso. O sonserino assistiu alegremente enquanto ela balbuciava um rápido 'Scourgify' e saía do Salão.
No entanto, ele não percebeu dois olhos verdes penetrantes observando-o do outro lado da sala.
***
Madame Pince teve que removê-lo fisicamente da biblioteca naquela noite. O anoitecer há muito encobriu o castelo, e ele foi forçado a deixar seus estudos para trás, a contragosto, no único lugar em que poderia encontrar a paz de seus dois seguidores constantes.
Alguns encontraram vagando pelos corredores de Hogwarts à noite enervante. Havia tantos lugares escuros e barulhos estranhos. Draco, no entanto, achou bem legal. Tantas coisas deliciosamente interessantes poderiam acontecer depois que os corredores ficassem quietos.
Um bocejo escapou dele, e ele esticou os braços para cima, trazendo-os para trás da cabeça.
Foi uma batida suave atrás dele, no meio de uma escada em espiral, que fez Draco girar, varinha em punho. Suas costas bateram na parede, um corpo quente colidindo com o dele, segurando-o firme contra a pedra fria.
— Foi um golpe e tanto que você fez esta manhã.
A respiração deles veio em ofegos ansiosos. Draco riu, um sorriso malicioso inclinando seus lábios para cima, — Você sabe que eu não gosto que as pessoas toquem nas minhas coisas.
— Então eu sou sua 'coisa' agora? — Harry comentou, humor colorindo suas palavras.
— Claro que você é, — Draco respirou, a voz caindo intimamente, — Eu marquei você tantas vezes.
Sua mão deslizou para um lugar que era muito familiar. O Grifinório sibilou. Um rubor floresceu em suas bochechas bronzeadas, um que Draco achou incrivelmente atraente. O loiro moveu os dedos ritmicamente, ganhando um gemido baixo por seus esforços. Seu sorriso se alargou.
— Suponho que desta vez terei que marcar minha propriedade com mais clareza.
***
|Notas finais|
1°| Proterno: Não achei nenhuma tradução ou significado para essa palavra nem em inglês e nem em outro idioma. Então vamos ficar com nossa imaginação e pensar que é algum feitiço novo ou algo assim.
2°| Scourgify: É um feitiço que limpa o que está sujo.
3°| Quebrador de Maldição: São bruxos que recuperam tesouros para seus donos ou Gringots, baseado que tal objeto esteja almadiçoado.
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Proterno | Drarry
FanfictionDraco não gostou do jeito que Gina estava olhando para Harry. Nem um pouco.