Capítulo 7 - Um pedido Inesperado

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Após passarem um tempo na casa deles, Gauche e Grey ficaram a sós. Os amigos já haviam ido embora, deixando-os mergulhados em um silêncio desconfortável. O ambiente era permeado pela tensão que sempre os acompanhava, resultante da timidez de Grey e da indiferença aparente de Gauche.

Os olhos de Grey permaneciam fixos no chão, seu rosto escondido por trás de seus curtos cabelos azuis. Ela sentia-se pequena e insegura diante da presença de Gauche, seu chefe. Sua voz mal saía em momentos como esse, pois sua timidez a aprisionava em um casulo de silêncio.

Gauche, por sua vez, mantinha seu olhar gélido e sua postura indiferente, como se estivesse sempre acima dos sentimentos e das preocupações dos outros. Ele mantinha sua atenção fixa em um ponto distante, como se o mundo à sua volta não tivesse importância. Era difícil imaginar que esse coração gélido pudesse um dia se aquecer com algo além de sua irmã, Marie.

Enquanto o silêncio pairava no ar, Gauche quebrou o gelo com sua voz fria e indiferente. 

-Grey, você tem sido útil ultimamente. Continue assim e não terei motivos para me queixar.

Os olhos de Grey se arregalaram levemente, surpresa por ter recebido um elogio de Gauche. Apesar de sua timidez, ela sentiu um calor sutil invadir seu coração. Era um pequeno vislumbre de reconhecimento, algo que alimentava sua vontade de progredir.

Engolindo o medo, Grey reuniu coragem suficiente para responder.

-Obrigada, Gauche. Eu... Eu estou trabalhando duro para melhorar.

Gauche virou-se para encarar Grey com seus olhos azuis penetrantes. Um breve instante de desconcerto passou por sua expressão habitualmente inexpressiva.

-Suponho que você não seja tão inútil quanto pensei inicialmente.

Grey abaixou a cabeça, lutando contra a vermelhidão que subia em suas bochechas. Aquele era o mais próximo de um elogio que ela já recebera de Gauche.

*quebra de tempo*

Só havia se passado alguns meses desde a visita inesperada dos Touros Negros. Grey estava limpando a sala de estar quando a campainha tocou. Ela deixou o pano de lado e, curiosa, foi atender a porta. Ao abrir, deparou-se com um mensageiro real, trajando o uniforme distintivo do palácio. Ele segurava uma carta selada com o emblema real.

Surpresa e ansiosa, Grey pegou a carta e agradeceu ao mensageiro. Ela fechou a porta atrás de si e voltou para a sala de estar. Ao Voltar se Deparou com o Mordomo:

- Sta Grey esta carta é do palácio?

Grey assentiu, ainda um tanto atordoada com a notícia contida na carta. Ela estendeu o papel ao mordomo, que o recebeu com uma reverência polida antes de começar a ler. Seus olhos percorreram as palavras com uma expressão imperturbável. Após um momento de silêncio, o mordomo ergueu o olhar para Grey, seus olhos penetrantes transmitiam certa preocupação:

- Algo me diz, Que o patrão não irá gostar nada disso.

Grey assentiu, sentindo uma pontada de nervosismo percorrer seu corpo. As palavras do mordomo haviam despertado uma preocupação em sua mente. Ela sabia que Gauche, com sua indiferença aparente e devoção à sua irmã, poderia não reagir bem ao convite que recebera do palácio real. Juntos, eles seguiram em direção ao escritório de Gauche, onde ele costumava passar a maior parte do tempo.

Ao chegarem,Bateram minuciosamente na porta.Encontraram Gauche sentado atrás de sua mesa, folheando um livro antigo. Ele ergueu o olhar quando percebeu a presença de Grey e do mordomo.

-O que vocês querem? - Gauche perguntou, sua voz carregada de impaciência.

O mordomo tomou a palavra, escolhendo suas palavras com cuidado.

- Uma Carta do Palácio senhor.

Gauche se levantou e pegou a carta com um olhar sério. Enquanto lia o conteúdo, suas sobrancelhas franziram ainda mais. A carta se tratava de um banquete proposto pelo Rei Mago para os nobres do império, uma ocasião de grande importância e prestígio. Porém, havia algo mais que despertava o interesse de Gauche.

Com um tom impaciente, ele se dirigiu ao mordomo.

-Quem mais estará presente nesse banquete? - questionou, sua voz carregada de curiosidade.

O mordomo abaixou a cabeça brevemente antes de responder com cautela.

-Além dos nobres, estarão presentes também os outros cavaleiros mágicos, e  do interesse de sua graça que o...Sr miller da casa Fier também estará lá.

Gauche pressionou os lábios, pensativo. A oportunidade perfeita de se encontrar com aquele que havia tentado destruir sua familia e mandado ele para prisão, essa era uma chance que não passou despercebida por ele. Poderia ser uma chance de expandir seus horizontes e testar suas habilidades póliticas com aquele nobre infeliz. Ele precisava estar lá.

-Diga ao Rei Mago que estaremos presentes. Não há como recusar uma oportunidade como essa - declarou Gauche, sua indiferença habitual dando lugar a um brilho de determinação em seus olhos.

-Certamente senhor. -Disse o mordomo. 

Grey Ficou curiosa porém não se atreveu a perguntar era algo que não cabia a ela visto que ainda estava em processo de adquirir a confiança de gauche. Grey estava preste a sair da sala, Quando uma claúsula na carta fez gauche repentinamente se levantar de sua cadeira:

-Fique onde está!

Grey, surpresa com a súbita mudança de expressão de Gauche, congelou no lugar. Ela observou enquanto ele levantava-se de sua cadeira com uma mistura de urgência e determinação em seu rosto.Grey decidiu obedecer e permanecer na sala, aguardando uma explicação. Ela podia sentir a tensão no ar, a atmosfera carregada de mistério.

- A-a-a-algo o incomoda senhor?

Gauche estava perplexo com a cláusula da carta. A exigência era de que os nobres convidados levassem suas esposas criou um dilema para ele. Afinal, ele não era casado e não possuía uma esposa para apresentar.Uma onda de frustração e ansiedade se apoderou de Gauche. Ele sabia que aquele nobre, que havia causado tanto sofrimento à sua família, estaria presente no banquete. Era uma oportunidade única de confrontá-lo e mostrar que os Adlai não seriam derrotados facilmente. No entanto, a cláusula parecia se tornar um obstáculo em seu caminho.

Enquanto seus pensamentos se agitavam, uma ideia começou a se formar em sua mente. Ele olhou para Grey, que permanecia a sua frente, e um sorriso malicioso se desenhou em seus lábios.

_Ao menos que...._

-Grey... _murmurou ele, dirigindo-se a ela de forma Indiferente. -Você... você se importaria de me acompanhar nesse banquete? Como... minha esposa?


Em meio ao silêncio carregado de temores ocultos, um fio vermelho do destino se estende, tecendo uma trama ainda mais intensa. A guerra e o conflito perpetuam os fios do destino se entrelaçam ainda mais, revelando uma teia intricada de eventos que levará nossos protagonistas ao limite. O que aguarda além da próxima página, só o tempo irá revelar...

A pequena cinderela e o príncipe AdlaiOnde histórias criam vida. Descubra agora